Avançar para o conteúdo principal

Anacom: 1 GB de net móvel em Portugal é 45% mais caro do que a média europeia


 Portugal faz parte de um pequeno grupo de países nos quais os preços de telecomunicações aumentaram desde 2009, enquanto a tendência europeia foi de redução


Os preços das telecomunicações em Portugal aumentaram 6,5% entre o final de 2009 e dezembro de 2020, revela a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), com base em dados do Eurostat (que não incluem cinco países). O mercado português está assim em claro contraciclo com a restante União Europeia (UE), onde os preços das telecomunicações baixaram 10,8% no mesmo período.


Segundo a análise do regulador do setor das comunicações em Portugal, a divergência de preços do mercado português face à tendência europeia terá começado entre 2011 e 2012, e as diferenças devem-se aos “ajustamentos de preços” que os operadores de telecomunicações fazem, tipicamente, nos primeiros meses de cada ano.


A Anacom vai mais longe e compara diretamente a evolução de preços de telecomunicações em Portugal com países ‘vizinhos’ – Espanha, Itália e França. Se por cá aumentaram 6,5%, nos países citados baixaram 9,4%, 16,9% e 24,3%, respetivamente e no mesmo período de análise.


Portugal teve, no entanto, um registo positivo no final de 2020. Em dezembro, a taxa de variação média dos preços de serviços de telecomunicações num período de 12 meses foi 2,1 pontos percentuais inferior à média europeia, o que coloca o País na quinta posição dos que tiveram uma evolução mais positiva – ou seja, em Portugal os preços baixaram quando na UE praticamente ficaram inalterados. Esta quebra coincide com a entrada em vigor das novas regras europeias que regulam os preços das comunicações dentro da UE, que aconteceu a 15 de maio de 2019.


A Anacom cita ainda um estudo da cable.co.uk, um prestador de serviços de comparações tarifárias estabelecido no Reino Unido e uma das sete entidades acreditadas pela OFCOM (regulador britânico para o setor das comunicações) para a prestação de serviços de comparações de preços, que coloca Portugal como o 5º país da União Europeia com preços mais elevados nos dados de internet móvel.


Em 2020, o preço médio de 1 GB de dados móveis em Portugal custava 45% acima da média europeia, de acordo com o estudo “Worldwide mobile data pricing 2020”. Mais caro do que em Portugal só o Chipre, a Grécia, a República Checa e a Hungria. O preço médio mensal de 1 GB de internet móvel em Portugal custa €4,97, sendo a média europeia €3,4. Itália é o melhor país neste ranking, ao registar um preço médio de €0,43 por 1 GB, com o Chipre a ocupar a pior posição, com um preço médio de €13,56.


Ainda partindo do mesmo exemplo – 1 GB de internet móvel –, mas analisando exclusivamente as propostas mais baratas em cada mercado, a que foi identificada em Portugal custa, mesmo assim, mais 24% do que a média europeia, o que coloca Portugal na 19ª posição em 27 possíveis.


https://visao.sapo.pt/exameinformatica/noticias-ei/mercados/2021-01-26-evolucao-preco-telecomunicacoes-portugal-2020-anacom/

Comentários

Notícias mais vistas:

Motores a gasolina da BMW vão ter um pouco de motores Diesel

Os próximos motores a gasolina da BMW prometem menos consumos e emissões, mas mais potência, graças a uma tecnologia usada em motores Diesel. © BMW O fim anunciado dos motores a combustão parece ter sido grandemente exagerado — as novidades têm sido mais que muitas. É certo que a maioria delas são estratosféricas:  V12 ,  V16  e um  V8 biturbo capaz de fazer 10 000 rpm … As novidades não vão ficar por aí. Recentemente, demos a conhecer  uma nova geração de motores de quatro cilindros da Toyota,  com 1,5 l e 2,0 l de capacidade, que vão equipar inúmeros modelos do grupo dentro de poucos anos. Hoje damos a conhecer os planos da Fábrica de Motores da Baviera — a BMW. Recordamos que o construtor foi dos poucos que não marcou no calendário um «dia» para acabar com os motores de combustão interna. Pelo contrário, comprometeu-se a continuar a investir no seu desenvolvimento. O que está a BMW a desenvolver? Agora, graças ao registo de patentes (reveladas pela  Auto Motor und Sport ), sabemos o

Saiba como uma pasta de dentes pode evitar a reprovação na inspeção automóvel

 Uma pasta de dentes pode evitar a reprovação do seu veículo na inspeção automóvel e pode ajudá-lo a poupar centenas de euros O dia da inspeção automóvel é um dos momentos mais temidos pelos condutores e há quem vá juntando algumas poupanças ao longo do ano para prevenir qualquer eventualidade. Os proprietários dos veículos que registam anomalias graves na inspeção já sabem que terão de pagar um valor avultado, mas há carros que reprovam na inspeção por força de pequenos problemas que podem ser resolvidos através de receitas caseiras, ajudando-o a poupar centenas de euros. São vários os carros que circulam na estrada com os faróis baços. A elevada exposição ao sol, as chuvas, as poeiras e a poluição são os principais fatores que contribuem para que os faróis dos automóveis fiquem amarelados. Para além de conferirem ao veículo um aspeto descuidado e envelhecido, podem pôr em causa a visibilidade durante a noite e comprometer a sua segurança. É devido a este último fator que os faróis ba

A falsa promessa dos híbridos plug-in

  Os veículos híbridos plug-in (PHEV) consomem mais combustível e emitem mais dióxido de carbono do que inicialmente previsto. Dados recolhidos por mais de 600 mil dispositivos em carros e carrinhas novos revelam um cenário real desfasado dos resultados padronizados obtidos em laboratório. À medida que as políticas da União Europeia se viram para alternativas de mobilidade suave e mais verde, impõe-se a questão: os veículos híbridos são, realmente, melhores para o ambiente? Por  Inês Moura Pinto No caminho para a neutralidade climática na União Europeia (UE) - apontada para 2050 - o Pacto Ecológico Europeu exige uma redução em 90% da emissão de Gases com Efeito de Estufa (GEE) dos transportes, em comparação com os valores de 1990. Neste momento, os transportes são responsáveis por cerca de um quinto destas emissões na UE. E dentro desta fração, cerca de 70% devem-se a veículos leves (de passageiros e comerciais). Uma das ferramentas para atingir esta meta é a regulação da emissão de di