Desde 2014 que Maria Helena Braga investiga as futuras baterias de estado sólido que provavelmente a Tesla irá produzir em 2021 e agora ela fala de um novo tipo de bateria que se auto-carrega.
A professora e investigadora Maria Helena Braga foi eleita Personalidade do Ano pelo trabalho que tem feito no desenvolvimento das baterias.
Após a cerimónia de entrega de prémios, que pode ver ou rever neste vídeo, estamos a publicar entrevistas com todos os distinguidos.
O Prémio Personalidade do Ano é a única distinção que não é decidida pela redação da Exame Informática, mas sim por um júri mas sim por um júri constituído pelo professor Arlindo Oliveira, professor José Tribolet, professor Pedro Veiga e, em representação da Exame Informática, Sérgio Magno.
Este ano, o júri decidiu, por unanimidade, atribuir esta distinção a Maria Helena Braga.
Fique a conhecer melhor o trabalho da Personalidade do Ano nesta entrevista:
https://videos.sapo.pt/u0SyJ4ZyfnscHZuz3Y5B?jwsource=cl
Declaração do júri
A descarbonização da economia é fundamental para o nosso futuro coletivo, não fosse o Aquecimento Global uma das maiores ameaças à humanidade. E para conseguirmos este objetivo temos de desenvolver tecnologia capaz de produzir, e muito importante, armazenar energia limpa. Isto porque, como é amplamente reconhecido, algumas das melhores fontes de energia renovável, com destaque para a solar e a eólica, estão longe de disponibilizar a energia sempre que dela precisamos.
Naturalmente, a tecnologia de armazenamento deve ser, também, sustentável. Com destaque para as baterias. Teremos de desenvolver baterias com maior densidade energética, para que, por exemplo, possam ser aplicadas em mais meios de transporte. Mas, também, baterias que suportem carregamentos mais rápidos e, sobretudo, mais económicas e capazes de funcionar durante muito tempo para reduzir os impactos negativos da produção.
Por tudo isto, este ano o júri resolveu atribuir o prémio personalidade do ano a uma investigadora que tem estado na linha da frente da investigação e desenvolvimento do que muitos consideram o santo graal das baterias: os eletrólitos sólidos.
A professora Maria Helena Braga começou a publicar o seu trabalho sobre a utilização de eletrólitos sólidos de vidro em 2014. Uma investigação que a levou a trabalhar com John B. Goodenough, o pai das baterias de iões de lítio, loureado com o prémio nobel da química em 2019.
Mas o trabalho desta investigadora não se ficou por aqui. Já este ano, a professora da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto desenvolveu uma bateria que, ao combinar “capacitância negativa e resistência negativa” na mesma célula, permite que esta se autocarregue, aumentando a energia armazenada, em oposição à degradação natural do processo eletroquímico que faz com que a energia armazenada diminua pela dissipação de calor.
Ou seja, a Professora Maria Helena Braga tem sido uma referência internacional em diferentes áreas do desenvolvimento das baterias, tecnologia com potencial para uma relativamente rápida aplicação comercial e industrial.
Um bom exemplo de como a ciência pode ser usada com uma aplicação prática com consequências positivas para a humanidade. E razões fortes para o júri ter decidido, por unanimidade, atribuir o Prémio Personalidade do Ano a Helena Braga.
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