Avançar para o conteúdo principal

Socialistas ameaçaram deputados do PSD/Madeira com bloqueio da Zona Franca - o PS agora usa técnicas da Máfia ou da PIDE?


 Deputados madeirenses estiveram quase a chumbar travão a novas injeções para o Novo Banco depois de terem sido pressionados pelos socialistas com a não renovação dos benefício fiscais para a Madeira.


Numa tentativa de última hora para impedir que o Parlamento aprovasse o travão a novas transferências para o Novo Banco, os socialistas pressionaram os três deputados do PSD/Madeira para que mudassem o sentido de voto e ajudassem a travar a iniciativa. O PS ameaçou não aprovar a renovação do diploma que regula a Zona Franca da Madeira.


A pressão do PS quase surtia efeito. Os deputados do PSD/Madeira pediram para votar desalinhados com a direção da bancada, numa primeira ronda chegaram mesmo a fazê-lo e, numa questão de minutos, Sara Madruga da Costa, eleita pelo círculo da Madeira, interpelou Eduardo Ferro Rodrigues para pedir a alteração do sentido de voto. E assim foi: depois de terem dito que votariam ao lado de PS, Iniciativa Liberal e da deputada não-inscrita Cristina Rodrigues, a deputada do PSD/Madeira anunciou que, afinal, votaria em linha com a restante bancada parlamentar do PSD. O diploma do Bloco de Esquerda, que tinha sido dado como rejeitado, acabou aprovado no Parlamento.


O gesto dos socialistas foi confirmado ao Observador por três fontes diferentes. A vigência do Centro Internacional de Negócios (Zona Franca) da Madeira termina a 31 de dezembro e teria de ser prolongada para preservar os benefícios fiscais das empresas lá sediadas. Ora, qualquer diploma nesse sentido teria e terá de ser aprovado por PS e PSD. Confirmando-se a ameaça dos socialistas, a Madeira ficaria sem esse estatuto. O tema vai ser discutido já a 10 de dezembro.


De acordo com o que o Observador apurou, a direção da bancada do PSD percebeu o que estava em curso e pressionou os deputados do PSD/Madeira em sentido contrário. Sara Madruga da Costa, Paulo Neves e Sérgio Marques acabaram por recuar e respeitar a disciplina de voto imposta pela liderança do grupo parlamentar do PSD.



O filme dos avanços e recuos

A determinada altura das votações, Ferro Rodrigues decidiu interpelar a bancada do PSD dizendo que tinha recebido uma chamada de Sara Madruga da Costa, ausente do hemiciclo devido à limitação do número de deputados,  para perceber saber como é que podia votar de forma diferente do resto do grupo parlamentar. “Peço ao grupo parlamentar do PSD para providenciar nesse sentido. A mesa [do plenário] não pode resolver problemas de grupos parlamentares”, apelou Ferro, visivelmente agastado.


Depois de uma pausa de 20 minutos (a segunda da manhã), os trabalhos retomaram já com Madruga da Costa e Paulo Neves presentes no hemiciclo — Sérgio Marques votou à distância. Os deputados anunciaram o voto contra e contribuíram para chumbar o diploma do Bloco de Esquerda.


Segundos depois, Sara Madruga da Costa pediu a palavra para comunicar a alteração do sentido de voto dos deputados do PSD/Madeira. “Não é contra, mas sim a favor”, esclareceu a social-democrata, ao mesmo tempo que se mantinha ao telemóvel.


A deputada acabou por pedir ao Presidente da Assembleia da República um “momento”. Ferro Rodrigues já perdia a paciência. “Senhora deputada, o que pediram foi para vir cá dentro para poderem ter uma votação diferente do resto do grupo parlamentar. Senão, não faria sentido, termos feito esta votação”.


Sara Madruga da Costa reconheceu a bizarria do momento e reconfirmou o sentido de voto dos três deputados do PSD/Madeira era mesmo a favor da proposta do Bloco de Esquerda. O travão à injeção de cerca 500 milhões de euros via Fundo de Resolução tinha sido aprovado.


Socialistas ameaçaram deputados do PSD/Madeira com bloqueio da Zona Franca – Observador


Comentário do Wilson:

o PS agora usa técnicas da Máfia ou da PIDE?


Comentários

Notícias mais vistas:

Supercarregadores portugueses surpreendem mercado com 600 kW e mais tecnologia

 Uma jovem empresa portuguesa surpreendeu o mercado mundial de carregadores rápidos para veículos eléctricos. De uma assentada, oferece potência nunca vista, até 600 kW, e tecnologias inovadoras. O nome i-charging pode não dizer nada a muita gente, mas no mundo dos carregadores rápidos para veículos eléctricos, esta jovem empresa portuguesa é a nova referência do sector. Nasceu somente em 2019, mas isso não a impede de já ter lançado no mercado em Março uma gama completa de sistemas de recarga para veículos eléctricos em corrente alterna (AC), de baixa potência, e de ter apresentado agora uma família de carregadores em corrente contínua (DC) para carga rápida com as potências mais elevadas do mercado. Há cerca de 20 fabricantes na Europa de carregadores rápidos, pelo que a estratégia para nos impormos passou por oferecermos um produto disruptivo e que se diferenciasse dos restantes, não pelo preço, mas pelo conteúdo”, explicou ao Observador Pedro Moreira da Silva, CEO da i-charging...

Está farto de chamadas comerciais ‘spam’? Decore estas três frases ‘mágicas’ que o podem safar

 As chamadas comerciais, muitas vezes referidas como chamadas spam, são aquelas em que empresas contactam os consumidores para tentar vender produtos ou serviços. Estas chamadas tornaram-se uma das maiores fontes de irritação para os utilizadores, principalmente porque, na maioria das vezes, os produtos oferecidos não são do interesse de quem atende. Além disso, essas chamadas tendem a acontecer nos momentos mais inconvenientes, como quando acabamos de fechar os olhos para uma sesta ou enquanto estamos a pagar as compras no supermercado. Pior ainda, não se trata apenas de uma única chamada por dia; há casos em que os consumidores recebem várias dessas chamadas indesejadas em poucas horas, o que aumenta o nível de frustração. Com o crescimento da cibercriminalidade, as chamadas telefónicas tornaram-se também uma via popular para fraudes, o que faz com que os consumidores queiram eliminar este tipo de contactos para evitar confusões entre chamadas legítimas e tentativas de burla. Ape...

Aníbal Cavaco Silva

Diogo agostinho  Num país que está sem rumo, sem visão e sem estratégia, é bom recordar quem já teve essa capacidade aliada a outra, que não se consegue adquirir, a liderança. Com uma pandemia às costas, e um país político-mediático entretido a debater linhas vermelhas, o que vemos são medidas sem grande coerência e um rumo nada perceptível. No meio do caos, importa relembrar Aníbal Cavaco Silva. O político mais bem-sucedido eleitoralmente no Portugal democrático. Quatro vezes com mais de 50% dos votos, em tempos de poucas preocupações com a abstenção, deve querer dizer algo, apesar de hoje não ser muito popular elogiar Cavaco Silva. Penso que é, sem dúvida, um dos grandes nomes da nossa Democracia. Nem sempre concordei com tudo. É assim a vida, é quase impossível fazer tudo bem. Penso que tem responsabilidade na ascensão de António Guterres e José Sócrates ao cargo de Primeiro-Ministro, com enormes prejuízos económicos, financeiros e políticos para o país. Mas isso são outras ques...