A Comissão da Carteira Profissional de Jornalista retirou o título profissional a Filipe Santos Costa, ex-jornalista do Expresso que estava a fazer um podcast de entrevistas ligado ao PS:
"Não está aqui em causa a qualidade do trabalho realizado nem a forma jornalística com que Filipe Santos Costa presta o serviço em causa, com perguntas mais ou menos "difíceis" ou "simpáticas" para com o entrevistado", esclarece a CCPJ, em comunicado.
A entidade, que atribui a carteira profissional e regula a sua utilização, salienta "a natureza da relação contratual e a avaliação de uma situação inédita entre nós: saber se um partido político, ainda para mais o partido de governo, pode celebrar directamente um contrato de prestação de serviços jornalísticos para desenvolver a estratégia de comunicação do partido e do governo e demais titulares de órgãos de soberania, como este podcast veio a revelar fazer".
A CCPJ diz também, em comunicado publicado no seu site, intitulado "Filipe Santos Costa condenado por incompatibilidade", a relação entre o jornalista e o PS está incluída "o conceito de assessoria de imprensa e consultoria em comunicação, não nos termos tradicionais em que a assessoria é feita, mas precisamente porque o que o PS pretendeu, com este contrato, foi colocar a independência do jornalista ao serviço do partido do governo para credibilizar e valorizar a mensagem político-partidária".
"Entende a CCPJ que a credibilidade do jornalista não é uma mercadoria que se possa comprar e vender sem que ela própria fique penhorada ao interesse de quem paga. Isto é válido seja em que plano for, e por maioria de razão no plano político", lê-se ainda na deliberação.
Comissão retira Carteira de Jornalista a Filipe Santos Costa - JN
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