Avançar para o conteúdo principal

Toyota. Primeiro elétrico com baterias de estado sólido em 2025



 Se continuar a correr tudo como o planeado, em 2025 veremos o primeiro elétrico da Toyota com baterias de estado sólido.

Efetivamente não seria preciso esperar até 2025 para ver um Toyota elétrico com baterias de estado sólido. Se tudo corresse como o previsto, a revelação do primeiro protótipo funcional já teria acontecido.

Culpem o Covid-19. O protótipo da Toyota estava previsto ser revelado e usado nos Jogos Olímpicos de Tóquio, que tinham data marcada para acontecer precisamente durante este período (entre 23 de julho e 8 de agosto). Devido à pandemia, como sabemos, os Jogos Olímpicos tiveram de ser cancelados.

No entanto, a pandemia não fez parar o desenvolvimento do protótipo. De acordo com a Toyota, o protótipo foi terminado no calendário previsto e funciona. Agora só falta definir uma nova data para o dar a conhecer ao mundo.

Independentemente da futura revelação, teremos, no entanto, de esperar até 2025 para que a comercialização do primeiro elétrico Toyota com baterias de estado sólido se inicie. E mesmo quando acontecer, a sua produção será limitada, sendo preciso esperar mais alguns alguns anos até que esteja disponível um modelo num “stand perto de si”.


Porquê usar baterias de estado sólido?

Têm sido anunciadas como o “santo graal” para os elétricos, porque parecem resolver todas as limitações das baterias de iões de lítio que temos hoje.

E no papel, parecem boas demais para ser verdade: prometem uma densidade duas a três vezes superior, mas sendo mais, seguras e duráveis; são menos sensíveis a temperaturas extremas e podem ser carregadas muito mais depressa. E, eventualmente, também serem mais baratas com o previsto aumento de produção.

Para conseguirem tudo isto, como o nome indica, as baterias de estado sólido substituem o eletrólito líquido existente nas baterias de iões de lítio — o condutor elétrico pelo qual são transportadas cargas elétricas entre o ânodo (negativo) e o cátodo (positivo) por meio de iões —, por um outro sólido.

No entanto, há ainda obstáculos a ultrapassar para conseguirem fazer tudo o que prometem. Como refere Keiji Kaita à Automotive News (vice-presidente executivo da Toyota para as cadeias cinemáticas, estando também a seu cargo a área de negócio relativa às baterias), questões relativas à durabilidade e segurança têm de ser ultrapassadas para acederem ao verdadeiro potencial em densidade energética das baterias de estado sólido.

Outro problema prende-se com o carregamento das baterias. Por um lado permitem carregamentos extremamente rápidos: de 0 a 100% em meros 15 minutos, um tempo muito inferior aos de hoje em dia. Por outro lado, como o carregamento faz com que o eletrólito sólido se expanda e contraia, este acaba por se deformar afetando o fluxo de iões e eletrões, degradando a performance da bateria ao longo do tempo.

O desafio está em encontrar novos materiais e/ou novos designs para o eletrólito sólido que permita simultaneamente uma elevada compactação do mesmo a altas pressões — para reduzir os intervalos entre partículas de modo a facilitar a passagem de iões e eletrões —, e também alguma flexibilidade, capaz de absorver a esperada expansão e contração sem haver deformação.


Produção em massa é também um desafio

O desenvolvimento e produção das baterias de estado sólido da Toyota está a cargo de uma joint venture com a Panasonic que resultou na criação da Prime Planet Energy & Solutions Inc. A sua atividade iniciou-se em abril e já possui cerca de 5100 funcionários, dos quais 2400 pertencem a uma subsidiária chinesa.

No entanto, a produção em massa é também um desafio. Primeiro, os locais de produção necessitam de ter um ambiente ultra-seco, sem qualquer presença de humidade. Segundo, os métodos de produção atuais não estão nada adequados à produção em massa.

As células das baterias de estado sólido são hoje feitas em compactas cabinas transparentes chamadas de… porta-luvas. Os trabalhadores acedem a essas mesmas cabinas através de aberturas seladas que apenas permitem usar luvas de borracha. O processo é lento, incómodo e nada adaptado à produção em massa.

Keiji Kaita diz que, de momento, está tudo encaminhado para que em 2025 vejamos o primeiro elétrico da Toyota com baterias de estado sólido, ainda que a sua produção vá ser limitada.

Tendo em conta que, nessa altura, não haverá produção em massa das baterias de estado sólido, o custo das mesmas será superior ao das baterias de iões de lítio nesses primeiros anos. De acordo com Kaita, o custo terá de descer até aos 100 dólares (aprox. 85 euros) por kW/h para conseguirem competir em custo com os automóveis de combustão interna.

https://www.razaoautomovel.com/2020/07/toyota-baterias-estado-solido-2025

Comentários

Notícias mais vistas:

Putin está "preocupado" com uma eventual Terceira Guerra Mundial mas avisa: "Toda a Ucrânia é nossa"

 "Russos e ucranianos são um só", entende o presidente da Rússia, que não procura uma capitulação total da Ucrânia, embora tenha um objetivo concreto em mente A Ucrânia faz parte da Rússia porque ucranianos e russos são uma e a mesma coisa. Este é o entendimento do presidente russo, Vladimir Putin, que não teve problemas em afirmá-lo esta sexta-feira. A partir do Fórum Económico Internacional de São Petersburgo, Vladimir Putin garantiu que não procura uma capitulação da Ucrânia, ainda que pretenda que Kiev reconheça a realidade da situação no terreno. “Não procuramos a capitulação da Ucrânia. Insistimos no reconhecimento da realidade que se desenvolveu no terreno”, acrescentou, sem concretizar totalmente o que isso significa. Mas já depois disso, e na confirmação de que pensa numa espécie de reedição da União Soviética, Vladimir Putin afirmou: “Russos e ucranianos são um só povo. Nesse sentido, toda a Ucrânia é nossa”. Apesar disso, e quase que numa aparente contradição, o pr...

Como resistir ao calor: transforme a sua ventoinha simples num ar condicionado

 As ventoinhas, por si só, muitas vezes limitam-se a fazer circular o ar quente. Mas existe um truque engenhoso para torná-las mais eficazes Em dias de calor muito intenso, e para quem não tem ar condicionado em casa, suportar as elevadas temperaturas pode ser um verdadeiro desafio. No entanto, se tiver uma ventoinha por perto, há um truque simples que pode fazer toda a diferença na hora de refrescar o ambiente. As ventoinhas, por si só, têm muitas vezes dificuldade em baixar efetivamente a temperatura, limitando-se a fazer circular o ar quente. Mas existe uma maneira engenhosa de torná-las mais eficazes a refrescar o espaço. A página de TikTok @top_dicas_  partilhou um método simples para transformar uma ventoinha num verdadeiro ar condicionado caseiro. O processo é acessível e não exige ferramentas. Vai precisar apenas de uma ventoinha, duas garrafas de plástico, dois tubos de plástico, uma caixa térmica de esferovite, gelo, fita-cola e abraçadeiras. Comece por cortar a part...

Armazenamento holográfico

 Esta técnica de armazenamento de alta capacidade pode ser uma das respostas para a crescente produção de dados a nível mundial Quando pensa em hologramas provavelmente associa o conceito a uma forma futurista de comunicação e que irá permitir uma maior proximidade entre pessoas através da internet. Mas o conceito de holograma (que na prática é uma técnica de registo de padrões de interferência de luz) permite que seja explorado noutros segmentos, como o do armazenamento de dados de alta capacidade. A ideia de criar unidades de armazenamento holográficas não é nova – o conceito surgiu na década de 1960 –, mas está a ganhar nova vida graças aos avanços tecnológicos feitos em áreas como os sensores de imagem, lasers e algoritmos de Inteligência Artificial. Como se guardam dados num holograma? Primeiro, a informação que queremos preservar é codificada numa imagem 2D. Depois, é emitido um raio laser que é passado por um divisor, que cria um feixe de referência (no seu estado original) ...