Avançar para o conteúdo principal

Baleias assassinas atacam barcos na costa de Portugal e Espanha

Baleias assassinas atacam barcos na costa de Portugal e Espanha

 Os cientistas estão surpreendidos com relatos de ataques orquestrados de baleias assassinas a embarcações ao largo da costa de Portugal e de Espanha.

A 24 de agosto, o proprietário de um veleiro português comunicou ter sido "atacado" por duas orcas quando seguia a cerca de seis milhas da costa (cerca de 10 km) entre o Cabo Espichel e Cascais.

Na altura, o comandante da Capitania do Porto de Lisboa, Diogo Branco, confirmou o ataque, mas considerou "não haver qualquer risco para as embarcações, face à ausência de qualquer histórico de ataques de orcas, que nesta altura estão bastante presentes na costa portuguesa."

Cerca de três semanas volvidas, e segundo relatos de vários velejadores recolhidos pelo jornal britânico "The Guardian", começa a definir-se um padrão de ataques de orcas a embarcações. Aparentemente orquestrados, o que surpreendeu os cientistas

Nos últimos dois meses, conta aquela publicação britânica, vários marinheiros enviaram pedidos de auxílio após encontros preocupantes com orcas, comummente chamadas de baleias assassinas. O mais recente ocorreu na sexta-feira, ao largo de A Corunha, no norte da Galiza.

Um iate foi atacado por uma orca, durante cerca de 15 minutos, e ficou sem leme. Estava em movimento para ser entregue em Inglaterra, mas teve de interromper a viagem e procurar porto de abrigo para ser reparado, no norte de Espanha.

Um ataque solitário, bem diferente da maioria dos que estão a ser relatados na costa Oeste de Portugal e de Espanha, onde as orcas estão muito ativas neste momento, em movimento de sul, da zona de Gibraltar, para norte, rumo ao Golfo da Biscaia, onde vão para se alimentarem de atum.

A 30 de agosto, uma embarcação francesa queixou-se de "estar sob ataque" de um grupo de orcas. No mesmo dia, o iate espanhol Mirfak perdeu parte do leme, depois de ter sido atacado na popa por um grupo de orcas.

Um mês antes, uma embarcação de 12 metros foi rodeada por orcas, ao largo do Cabo Trafalgar, na Andaluzia, um pouco a norte de Gibraltar. Atacaram o casco durante uma hora, rodando o barco 180 graus, avariaram o motor e partiram o leme. "Pareceu totalmente orquestrado", disse Victoria Morris, que capitaneava a embarcação.

"O barulho era assustador. Batiam na quilha, houve um eco horrível, pensei que poderiam virar o barco", recorda Morris. "Esse barulho ensurdecedor eram elas a comunicar, assobiando de um lado para o outro. Era tão alto que tivemos que gritar", recordou.

Com uma vida social rica e complexa, baseada em grupos familiares extensos, as orcas comunicam por silvos e costumam movimentar-se em formação. Animais muito sociáveis, costumam seguir embarcações e interagir com as mesmas, mas normalmente sem causar estragos.

Estes ataques, aparentemente coordenados, são "muito incomuns" e "preocupantes", segundo os peritos em vida marinha. Embora seja cedo para entender os motivos, os cientistas acreditam que isto pode indicar stresse na população de orcas, que se sente ameaçada.

A orca, o maior membro da família dos golfinhos, é o segundo mamífero com maior área geográfica de distribuição no Mundo, só superado pelo homem, que consegue estar em mais sítios.

https://www.jn.pt/nacional/baleias-assassinas-atacam-barcos-na-costa-de-portugal-e-espanha-12719640.html

Comentários

Notícias mais vistas:

Aníbal Cavaco Silva

Diogo agostinho  Num país que está sem rumo, sem visão e sem estratégia, é bom recordar quem já teve essa capacidade aliada a outra, que não se consegue adquirir, a liderança. Com uma pandemia às costas, e um país político-mediático entretido a debater linhas vermelhas, o que vemos são medidas sem grande coerência e um rumo nada perceptível. No meio do caos, importa relembrar Aníbal Cavaco Silva. O político mais bem-sucedido eleitoralmente no Portugal democrático. Quatro vezes com mais de 50% dos votos, em tempos de poucas preocupações com a abstenção, deve querer dizer algo, apesar de hoje não ser muito popular elogiar Cavaco Silva. Penso que é, sem dúvida, um dos grandes nomes da nossa Democracia. Nem sempre concordei com tudo. É assim a vida, é quase impossível fazer tudo bem. Penso que tem responsabilidade na ascensão de António Guterres e José Sócrates ao cargo de Primeiro-Ministro, com enormes prejuízos económicos, financeiros e políticos para o país. Mas isso são outras questões

Supercarregadores portugueses surpreendem mercado com 600 kW e mais tecnologia

 Uma jovem empresa portuguesa surpreendeu o mercado mundial de carregadores rápidos para veículos eléctricos. De uma assentada, oferece potência nunca vista, até 600 kW, e tecnologias inovadoras. O nome i-charging pode não dizer nada a muita gente, mas no mundo dos carregadores rápidos para veículos eléctricos, esta jovem empresa portuguesa é a nova referência do sector. Nasceu somente em 2019, mas isso não a impede de já ter lançado no mercado em Março uma gama completa de sistemas de recarga para veículos eléctricos em corrente alterna (AC), de baixa potência, e de ter apresentado agora uma família de carregadores em corrente contínua (DC) para carga rápida com as potências mais elevadas do mercado. Há cerca de 20 fabricantes na Europa de carregadores rápidos, pelo que a estratégia para nos impormos passou por oferecermos um produto disruptivo e que se diferenciasse dos restantes, não pelo preço, mas pelo conteúdo”, explicou ao Observador Pedro Moreira da Silva, CEO da i-charging. A

Rendas antigas: Governo vai atribuir compensação a senhorios

 As associações que representam os senhorios mostraram-se surpreendidas com o "volte-face" do Governo. A Associação Lisbonense de Proprietários vai entregar uma petição no Parlamento, que já conta com quase 5.000 assinaturas, para acabar com o congelamento das rendas antigas. O Governo não vai, afinal, descongelar as rendas dos contratos de arrendamento anteriores a 1990, ao contrário do que está escrito na proposta do Orçamento do Estado. Após a polémica, o Ministério das Infraestruturas e da Habitação garantiu a criação de um mecanismo de compensação para os senhorios, mas não explicou como irá funcionar. Desde 2012 que está em vigor o novo regime de arrendamento urbano, que regula o mercado habitacional. Há mais de uma década que está suspensa a transição dos contratos anteriores a 1990 para o novo regime desde que os inquilinos cumpram um dos três critérios: terem 65 ou mais anos; incapacidade igual ou superior a 60%; ou um rendimento anual bruto corrigido inferior a cinc