O Presidente da Venezuela anunciou que a partir de 01 de junho o país vai ter um novo esquema para a venda de combustível, cujo preço será afixado pela primeira vez em dólares norte-americanos, com subsídios para alguns setores.
Gasolina será oficialmente vendida em moeda estrangeira na Venezuela
Chegou a hora de avançar a uma nova política, a uma nova realidade (...). A partir da segunda-feira, 01 de junho, vamos abrir todas as estações do país com um novo esquema de preços", disse Nicolás Maduro, no sábado, durante uma intervenção transmitida em simultâneo e de maneira obrigatória pelas rádios e televisões do país.
Segundo Nicolás Maduro, "é necessário uma revalorização" da gasolina que passará a custar 0,5 dólares norte-americanos (0,45 euros) por litro e 5.000 bolívares soberanos por litro (0,02 euros) para quem possua o Cartão da Pátria (promovido pelo Partido Socialista Unido da Venezuela, PSUV, o partido do Governo).
O subsídio é atribuído até aos 120 litros mensais por viatura e 60 litros para motocicletas.
O transporte público de passageiros e de carga terá um subsídio de 100% na compra do combustível, durante os próximos 90 dias, para não afetar o preço dos bilhetes.
Durante os próximos 30 dias, para se abastecerem, os motoristas deverão dirigir-se às bombas de combustível no dia correspondente ao último número da matrícula de cada viatura.O aumento da gasolina ocorre depois de várias semanas de escassez de combustível, devido à impossibilidade das refinadoras continuarem a produzir o produto.
A escassez obrigou os motoristas a fazer filas de três e quatro dias para abastecer 20 litros de combustível, muitas vezes sem sucesso, e vários setores da economia, principalmente a agricultura.
Apesar de ser possível encher o depósito com menos do que custa uma garrafa de água pequena, a escassez originou um mercado negro no qual cada litro de gasolina chegou a ser vendido em três euros.
Na semana passada chegaram à Venezuela cinco barcos com combustível proveniente do Irão, uma operação foi questionada pelos EUA por alegadamente violar a segurança regional.
A Venezuela tem 1.800 estações de abastecimento de combustível, mas durante a quarentena de covid-19 apenas 240 estiveram abertas ao público.
A oposição já questionou o novo esquema e o aumento.
"O anúncio do ditador é um dos golpes mais duros ao povo venezuelano na sua história", escreveu o líder opositor e presidente do parlamento Juan Guaidó na sua conta do Twitter.
Guaidó convocou para uma sessão extraordinária para hoje para debater o assunto e pediu à população que esteja atenta porque se "trata de racionar e 'dolarizar'" a gasolina.
"Pedem sacrifícios à nossa gente enquanto obsequiam ao regime cubano a nossa gasolina", sublinhou.
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