Avançar para o conteúdo principal

Covid-19: Portugal tem o segundo pior rácio de novos casos entre top-10 europeu

Os números de casos de covid-19 registados na última semana colocam Portugal com o segundo pior rácio de novas infeções por cada 100 mil habitantes entre os 10 países europeus com mais contágios, apenas atrás da Suécia.

Lisboa, Portugal | Nurphoto/Getty Images.

De acordo com os dados recolhidos pela Lusa, com base nos números das respetivas fontes oficiais nacionais e do Centro Europeu de Controlo de Doenças (CECD) para o período entre 14 e 20 de junho, o país reportou um total de 2.378 novos casos, abaixo da incidência de Reino Unido (8.823), Suécia (6.359, dados entre 12 e 18 de junho), França (3.280), Alemanha (3.113).

Em sentido inverso, os números dos novos casos de infeção pelo vírus SARS-CoV-2 em Portugal nesta semana bateram os registos de países fortemente afetados pela pandemia, como Espanha (2.333), Itália (2.026), Bélgica (632) e Países Baixos (906).

Assim, Portugal evidenciou um rácio de 23,2 novos casos por cada 100 mil habitantes nos últimos sete dias, um desempenho apenas superado pelos 62,47 verificados na Suécia. Estes números estão acima da fasquia de 20 novos casos por 100 mil habitantes, um limite adotado por alguns países e que ditou restrições ou proibições impostas por vários estados à entrada de cidadãos provenientes destas duas nações.

Entre os países europeus que estão a condicionar ou mesmo proibir a entrada de portugueses figuram Áustria, Bulgária, Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Estónia, Grécia, Letónia, Lituânia e República Checa. A este lote somam-se também outras nações que não reabriram ainda as suas fronteiras, como, por exemplo, Noruega ou Finlândia.

Com 38.841 casos confirmados até sábado, Portugal é a nona nação europeia, em termos absolutos, num ‘top-10’ liderado pelo Reino Unido (303.110) e encerrado com a Polónia (31.620). A incidência da covid-19 em cada 100 mil habitantes da população portuguesa é agora de 378,94, ainda assim inferior à ocorrida em Suécia (550,52), Bélgica (530,21), Irlanda (523,18), Espanha (519,73), Reino Unido (456,28) e Itália (394,82).

Em relação aos óbitos, Portugal soma até agora 1.528, num registo que o torna o décimo a nível europeu (sem incluir a Rússia), após Reino Unido (42.589), Itália (34.610), França (29.633), Espanha (28.322), Bélgica (9.696), Alemanha (8.883), Holanda (6.089), Suécia (5.053) e Irlanda (1.715).

Numa análise ao período entre 14 e 20 de junho, Portugal somou um total de 16 mortes e está a atravessar a fase menos letal da pandemia. O registo português só é batido pela Irlanda, que notificou 15 mortes, enquanto no extremo oposto surge o Reino Unido, com 927 óbitos na última semana (Espanha confirmou 234 mortos, mas fez uma atualização de mais de mil vítimas sobre o total desde o início do surto pandémico).

A evolução recente da pandemia em Portugal tem gerado várias críticas nos últimos dias, e a ministra da Saúde, Marta Temido, assumiu na sexta-feira que as autoridades estão “a ter dificuldade em quebrar as cadeias de transmissão”. No entanto, o governo justificou também o aumento do número de casos com o reforço da testagem e argumentou que o volume de testes é superior à maioria dos parceiros europeus.

Embora haja diferentes métodos de análise — uns países contam os testes efetuados, outros amostras analisadas, e outros ainda pessoas testadas — e variação temporal na apresentação dos dados, Portugal é, segundo o site Our World in Data, da Universidade de Oxford, o que mais testes fez esta semana entre os países comparados e um dos que mais amostras analisa a nível europeu, com cerca de 100 testes efetuados por cada 1.000 habitantes.

Entre os receios de incumprimento generalizado das regras de proteção e distanciamento social e uma estratégia alicerçada numa política de testagem considerada abrangente, Portugal regista já seis dias seguidos com pelo menos três centenas de novas infeções, concentradas sobretudo na região de Lisboa, quase quatro meses depois de ter sido detetado o primeiro caso de covid-19 no país, em 02 de março.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 461 mil mortos e infetou mais de 8,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.


Comentários

Notícias mais vistas:

Motores a gasolina da BMW vão ter um pouco de motores Diesel

Os próximos motores a gasolina da BMW prometem menos consumos e emissões, mas mais potência, graças a uma tecnologia usada em motores Diesel. © BMW O fim anunciado dos motores a combustão parece ter sido grandemente exagerado — as novidades têm sido mais que muitas. É certo que a maioria delas são estratosféricas:  V12 ,  V16  e um  V8 biturbo capaz de fazer 10 000 rpm … As novidades não vão ficar por aí. Recentemente, demos a conhecer  uma nova geração de motores de quatro cilindros da Toyota,  com 1,5 l e 2,0 l de capacidade, que vão equipar inúmeros modelos do grupo dentro de poucos anos. Hoje damos a conhecer os planos da Fábrica de Motores da Baviera — a BMW. Recordamos que o construtor foi dos poucos que não marcou no calendário um «dia» para acabar com os motores de combustão interna. Pelo contrário, comprometeu-se a continuar a investir no seu desenvolvimento. O que está a BMW a desenvolver? Agora, graças ao registo de patentes (reveladas pela  Auto Motor und Sport ), sabemos o

Saiba como uma pasta de dentes pode evitar a reprovação na inspeção automóvel

 Uma pasta de dentes pode evitar a reprovação do seu veículo na inspeção automóvel e pode ajudá-lo a poupar centenas de euros O dia da inspeção automóvel é um dos momentos mais temidos pelos condutores e há quem vá juntando algumas poupanças ao longo do ano para prevenir qualquer eventualidade. Os proprietários dos veículos que registam anomalias graves na inspeção já sabem que terão de pagar um valor avultado, mas há carros que reprovam na inspeção por força de pequenos problemas que podem ser resolvidos através de receitas caseiras, ajudando-o a poupar centenas de euros. São vários os carros que circulam na estrada com os faróis baços. A elevada exposição ao sol, as chuvas, as poeiras e a poluição são os principais fatores que contribuem para que os faróis dos automóveis fiquem amarelados. Para além de conferirem ao veículo um aspeto descuidado e envelhecido, podem pôr em causa a visibilidade durante a noite e comprometer a sua segurança. É devido a este último fator que os faróis ba

A falsa promessa dos híbridos plug-in

  Os veículos híbridos plug-in (PHEV) consomem mais combustível e emitem mais dióxido de carbono do que inicialmente previsto. Dados recolhidos por mais de 600 mil dispositivos em carros e carrinhas novos revelam um cenário real desfasado dos resultados padronizados obtidos em laboratório. À medida que as políticas da União Europeia se viram para alternativas de mobilidade suave e mais verde, impõe-se a questão: os veículos híbridos são, realmente, melhores para o ambiente? Por  Inês Moura Pinto No caminho para a neutralidade climática na União Europeia (UE) - apontada para 2050 - o Pacto Ecológico Europeu exige uma redução em 90% da emissão de Gases com Efeito de Estufa (GEE) dos transportes, em comparação com os valores de 1990. Neste momento, os transportes são responsáveis por cerca de um quinto destas emissões na UE. E dentro desta fração, cerca de 70% devem-se a veículos leves (de passageiros e comerciais). Uma das ferramentas para atingir esta meta é a regulação da emissão de di