Avançar para o conteúdo principal

Dê uma volta a Portugal… de bicicleta


Imagem 1 de 1 da galeria

O que precisa de saber antes de começar, como transportar a bicicleta, quais os percursos que pode fazer e quais os cuidados a ter durante a viagem. Veja aqui tudo o que precisa de saber antes de começar a pedalar pelos caminhos de Portugal.

Mais depressa ou mais devagar, pelo campo ou junto ao mar, a verdade é que andar de bicicleta dá uma sensação de liberdade única. O vento no rosto, o fluir dos movimentos do corpo, as paisagens e os aromas que, de outra forma, poderiam passar despercebidos e um país que proporciona um clima agradável praticamente de norte a sul. Sente-se confortavelmente, prepare-se para pedalar e aproveite esta viagem.


1) Confirme se tem tudo em ordem

Sabia que andar de bicicleta sem documentos pode dar origem a multa? Além disso, existem outras questões às quais deve ter em atenção antes de seguir viagem. Capacete e seguro, por exemplo, não são obrigatórios, mas poderá ser uma aposta prudente, por razões de segurança. Veja aqui 7 coisas que tem de saber antes de seguir viagem de bicicleta.


2) Como transportar a bicicleta

Se pretende levar a sua bicicleta veja quais as regras e condições que tem de respeitar para que tudo corra bem e em conformidade com a lei. Segundo a informação disponibilizada no site Visit Portugal, ao levar a bicicleta no seu carro, deve ter atenção o seguinte:

Transportá-la no tejadilho. Em alternativa, também pode colocar na retaguarda do carro desde que não exceda a largura (não pode ultrapassar 450 mm para além do tamanho do veículo),
Não tape a matrícula nem os dispositivos de sinalização e de iluminação do carro. 
Se a família for grande, considera a possibilidade de alugar uma carrinha.


3) Planeie o percurso

Se ainda não decidiu para onde quer ir, o melhor é começar por fazer uma boa pesquisa.  Anote estas sugestões:

No site do Turismo de Portugal, o Visit Portugal, encontra uma seção dedicada às bicicletas e dividida em função das paisagens - ou do tipo de viagem - que pretende fazer: por cidades, vilas e aldeias; por montanhas e serras e lado a lado com o Atlântico. Em resumo:

Por cidades, vilas e aldeias: ao escolher um percurso entre as povoações, tem a vantagem de poder visitar monumentos locais e de conviver, diretamente, com as populações locais. Além disso, um pouco por todo o país já encontra percursos e vias sinalizadas, que, muitas vezes, incluem áreas de apoio e locais para estacionar, se necessário. Se tiver algum imprevisto, também poderá ser mais fácil encontrar uma oficina ou loja especializada que lhe dê esse apoio. Além disso, a rede de estradas que cobre o país pode, na maior parte dos casos, facilitar o seu percurso, sobretudo se optar por uma zona mais sossegada e mais plana, como é o caso, por exemplo, do Alentejo. Se for para o Norte, pode optar por se deliciar nas rotas dos vinhos, mas prepare-se para encontrar percursos mais exigentes. Já no Centro tem aldeias históricas e casas de xisto à espera de serem descobertas.

Por montanhas e serras: se é um ciclista experiente e está à procura de adrenalina, poderá encontrar muitos desafios na subida a alguns cumes ou nas descidas em downhill. Para além da serra da Estrela - a mais alta de Portugal Continental - tem outras como a serra do Caramulo ou da Lousã. Na Lousã, encontra as aldeias do xisto que têm centros de BTT com redes de trilhos do tipo cross-country, downhill ou freeride sinalizados com marcações específicas. Existem quatro níveis de dificuldade, por isso, são adequados a todos os tipos de utilizadores. Pode ainda conjugar estes passeios com uma imersão pela Natureza, seja a Norte, no Parque Nacional Peneda Gerês, ou mais a sul no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros.

Lado a lado com o Atlântico: se não passa sem ver o mar, mas quer fugir dos grandes aglomerados, pode encontrar muitas ecovias junto ao litoral, por todo o país. A mais longa é a Rota Vicentina, que se divide entre o Alentejo e o Algarve num total de 356 kms distribuídos por várias etapas. No Algarve, pode ainda experimentar pedalar pela ecovia do litoral, que liga o Cabo de São Vicente a Vila Real de Santo António. Se rumar a Norte, encontra 70 kms de Estrada Atlântica, entre o Sítio na Nazaré e a Praia do Osso da Baleia, perto de Pombal. Se prosseguir ao longo da costa, encontra outras ciclovias perto dos extensos areais da Figueira da Foz, Ovar ou da Póvoa do Varzim. Perto do Porto, também existem várias vias para bicicletas, tanto na zona de Vila Nova de Gaia como em Matosinhos.

O site Portuguese Trails é exclusivamente dedicado a quem pretende fazer percursos a pé ou de bicicleta. Pode fazer pesquisa por rotas, regiões ou consultar os programas já definidos. Tem programas para um ou vários dias, com diferentes graus de dificuldade, para todos os tipos de bicicletas (BTT, elétrica, híbrida) e alguns têm a possibilidade de incluir serviços como transferes, alojamento ou refeições. Alguns exemplos:

Rota das Vinhas: neste programa, a proposta é pedalar pela rota das vinhas, classificada pela UNESCO como Património Mundial. Pode escolher entre duas rotas: uma com dificuldade baixa, outra com dificuldade média.

Passeio nas Aldeias Históricas: percorra 12 aldeias espalhadas pelo centro de Portugal, durante 7 dias e ao longo de 248 km. Inclui estadias com pequeno-almoço, telemóvel com linha de apoio 24 horas, transferes de bagagem, mapas e documentação. O grau de dificuldade é difícil.

The Real Algarve Crossing: rota de bicicleta desde a fronteira de Espanha até Sagres, ao longo de 300 km, com a duração de 8 dias e um grau de dificuldade médio. O programa é guiado e tem várias línguas de opção.

O site Dar a Volta é da autoria da Associação de Promoção da Atividade Física e Mobilidade Ativa, criada em 2017, e dedica-se a promover campanhas de sensibilização sobre o valor do turismo de bicicleta. Aqui encontra informação sobre viagens e passeios, ecopistas de norte a sul do país ou a conciliação da bicicleta com outros transportes. Tome nota dos percursos para descobrir o nosso país, em função da dificuldade:

Fáceis:
Ecopistas do Lima; do Minho, do Dão, do Vouga de Évora e do litoral algarvio

Médios:
Porto – Aveiro – Figueira da Foz; Figueira da Foz – Caldas da Rainha; Setúbal – Sines – Portimão – Faro

Difíceis:
Rio Guadiana; Guarda – Pocinho; Fundão – Guarda


4) Antes da partida

Ponha a bicicleta à sua medida: uma das primeiras preocupações é o conforto do selim, mas, quanto a isso, não há muito a fazer. Cada pessoa deve escolher o selim ideal para si, em função da medida e do tipo de firmeza que prefere (mais rígido ou mais suave). Depois deve certificar-se que a bicicleta está adequada à sua altura e peso. A altura e posições do selim, espigão, avanço e guiador são fundamentais para definir o conforto da sua viagem.

Tenha cuidado: inevitavelmente, este poderá ser um Verão um pouco diferente, tendo em conta a pandemia de Covid-19. Lembre-se de levar consigo álcool gel para desinfetar as suas mãos quando não puder lavá-las e um desinfetante para que possa fazer o mesmo com a bicicleta. Pode utilizar os frascos utilizados para as viagens de avião e colocar álcool ou água com lixívia, de forma a ser mais prático de transportar consigo. É também fundamental levar várias máscaras reutilizáveis e/ou descartáveis (se for em família, lembre-se que todos vão precisar). Além disso, procure respeitar a distância de segurança, mesmo nos locais aparentemente mais isolados e manter as regras de etiqueta respiratória. Procure também manter-se informado sobre a evolução da pandemia, quer através das notícias difundidas nos meios de comunicação social, quer através das fontes oficiais.

Respeite o ritmo de cada um: uma viagem de bicicleta não tem de ser uma corrida ou uma competição, sobretudo se estiver de férias. Se for acompanhado ou em família, lembre-se que cada pessoa tem o seu ritmo e isso deve ser respeitado. Forçar alguém a pedalar mais rápido poderá ser contraproducente ou tornar um momento que devia ser de descontração numa fonte de cansaço e stress.

Não salte refeições: pode parecer óbvio, mas nem sempre é. Torna-se muito fácil distrairmo-nos com as horas ou com a paisagem e, quando damos por isso, estamos há várias horas sem comer e a gastar calorias, devido ao esforço físico de pedalar. Alimente-se bem, leve snacks consigo e - igualmente importante - mantenha-se hidratado.


Comentários

Notícias mais vistas:

Esta cidade tem casas à venda por 12.000 euros, procura empreendedores e dá cheques bebé de 1.000 euros. Melhor, fica a duas horas de Portugal

 Herreruela de Oropesa, uma pequena cidade em Espanha, a apenas duas horas de carro da fronteira com Portugal, está à procura de novos moradores para impulsionar sua economia e mercado de trabalho. Com apenas 317 habitantes, a cidade está inscrita no Projeto Holapueblo, uma iniciativa promovida pela Ikea, Redeia e AlmaNatura, que visa incentivar a chegada de novos residentes por meio do empreendedorismo. Para atrair interessados, a autarquia local oferece benefícios como arrendamento acessível, com valores médios entre 200 e 300 euros por mês. Além disso, a aquisição de imóveis na região varia entre 12.000 e 40.000 euros. Novas famílias podem beneficiar de incentivos financeiros, como um cheque bebé de 1.000 euros para cada novo nascimento e um vale-creche que cobre os custos da educação infantil. Além das vantagens para famílias, Herreruela de Oropesa promove incentivos fiscais para novos moradores, incluindo descontos no Imposto Predial e Territorial Urbano (IBI) e benefícios par...

"A NATO morreu porque não há vínculo transatlântico"

 O general Luís Valença Pinto considera que “neste momento a NATO morreu” uma vez que “não há vínculo transatlântico” entre a atual administração norte-americana de Donald Trump e as nações europeias, que devem fazer “um planeamento de Defesa”. “Na minha opinião, neste momento, a menos que as coisas mudem drasticamente, a NATO morreu, porque não há vínculo transatlântico. Como é que há vínculo transatlântico com uma pessoa que diz as coisas que o senhor Trump diz? Que o senhor Vance veio aqui à Europa dizer? O que o secretário da Defesa veio aqui à Europa dizer? Não há”, defendeu o general Valença Pinto. Em declarações à agência Lusa, o antigo chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, entre 2006 e 2011, considerou que, atualmente, ninguém “pode assumir como tranquilo” que o artigo 5.º do Tratado do Atlântico Norte – que estabelece que um ataque contra um dos países-membros da NATO é um ataque contra todos - “está lá para ser acionado”. Este é um dos dois artigos que o gener...

Armazenamento holográfico

 Esta técnica de armazenamento de alta capacidade pode ser uma das respostas para a crescente produção de dados a nível mundial Quando pensa em hologramas provavelmente associa o conceito a uma forma futurista de comunicação e que irá permitir uma maior proximidade entre pessoas através da internet. Mas o conceito de holograma (que na prática é uma técnica de registo de padrões de interferência de luz) permite que seja explorado noutros segmentos, como o do armazenamento de dados de alta capacidade. A ideia de criar unidades de armazenamento holográficas não é nova – o conceito surgiu na década de 1960 –, mas está a ganhar nova vida graças aos avanços tecnológicos feitos em áreas como os sensores de imagem, lasers e algoritmos de Inteligência Artificial. Como se guardam dados num holograma? Primeiro, a informação que queremos preservar é codificada numa imagem 2D. Depois, é emitido um raio laser que é passado por um divisor, que cria um feixe de referência (no seu estado original) ...