O Presidente Nicolás Maduro, congratulou-se com a suspensão dos serviços da Directv, a principal operadora de televisão por cabo da Venezuela e prometeu melhores e mais sofisticados sistemas televisivos no país.
Quiseram prejudicar-nos, ao tirar a Directv por ordem do Governo dos Estados Unidos e fizeram-nos um bem, porque agora as operadoras de cabo venezuelanas vão desenvolver-se e expandir-se", disse, no sábado, numa intervenção transmitida em simultâneo e de maneira obrigatória pelas rádios e televisões do país.
"Agora vamos ter novos, mais sofisticados e melhores sistemas de televisão digital, de televisão por cabo", frisou.
A 19 de maio último, mais de 2,5 milhões de famílias venezuelanas ficaram sem o serviço de televisão por satélite da Directv, devido a uma decisão da norte-americana AT&T de suspender esse tipo de serviço na Venezuela.
A decisão está relacionada com a imposição de sanções pelos Estados Unidos contra o Governo venezuelano e o cumprimento da licença local de operação, que exige que sejam transmitidos os canais Globovisión e Pdvsa, sancionados por Washington.
A suspensão, que afeta pelo menos dez milhões de pessoas, apanhou os venezuelanos de surpresa. Os portugueses, que residem no país, que deixaram de poder ver a emissão internacional do canal público português RTPi.
A 22 de maio último, o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela ordenou a ocupação imediata da empresa Directv, a principal operadora de satélite do país e a restituição do serviço de televisão por assinatura.
A sentença ordenou à Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel) que, com o auxílio das Forças Armadas, "tome posse imediata de todos os bens móveis e imóveis, escritórios comerciais, sedes administrativas, centro de operações e de transmissão" usados pela empresa.
Por outro lado, proibiu a administração da Directv de sair do país e determinou "a alienação e oneração dos ativos desses cidadãos, bem como a imobilização de qualquer tipo de conta bancária ou instrumento financeiro de que sejam titulares".
As medidas do STJ estendem-se "a todas as operadoras de televisão por assinatura que suspendam prematuramente a prestação de seus serviços".
Ao dia de hoje, o serviço da Directv continua suspenso na Venezuela.
A empresa, com sede em Dallas, no Texas, disse que a saída da sua plataforma televisiva na Venezuela, a Directv, é para cumprir as exigências das sanções económicas impostas pela Casa Branca contra o regime de Maduro, a quem os Estados Unidos não reconhecem legitimidade política.
A AT&T, proprietária da Directv, é a maior empresa do mercado de televisão paga na Venezuela e foi uma das últimas grandes empresas norte-americanas a permanecer em operação no país da América Latina.
Nos últimos anos, a AT&T começou a sofrer fortes pressões por parte das autoridades norte-americanas, acusada de estar a cumprir diretivas do Governo de Maduro, nomeadamente, cedendo na exigência de retirar cerca de dez canais, incluindo o da estação noticiosa CNN, na versão em espanhol, por esta transmitir imagens de manifestações contra o regime venezuelano.
Comentários
Enviar um comentário