O primeiro-ministro procurou confirmar que aumento de casos em Lisboa e Vale do Tejo se deve a aumento de testes. Epidemiologistas retiraram força a essa tese, salvaguardaram que isso não explica toda a realidade e disseram que o problema é real. Hipótese de segunda onda de contágios existe. O que está confirmado é que começou a luta política a propósito da pandemia.
António Costa apareceu na reunião quinzenal do Infarmed, que junta especialistas, destacadas figuras de Estado e líderes partidários, disposto a provar a tese de que o aumento de casos na região de Lisboa e Vale do Tejo se devia ao aumento da capacidade de testagem, um argumento que o Governo, a diversas vozes, tem usado para criticar as reservas levantadas por outros países europeus. Mas os epidemiologistas presentes levantaram reservas em relação a esse argumento: o aumento de testes não justifica todos os casos. O problema é real, o número médio de internados aumentou, o número de pessoas em cuidados intensivos também e a região pode estar a iniciar uma segunda onda de contágios.
No fim da reunião, o que se percebeu é que começou um novo momento político: a pandemia e os próprios dados passaram a ser motivo de luta partidária: PSD, CDS, Bloco e PAN fizeram críticas no final, com um discurso de tom diferente do Presidente da República em relação ao conteúdo da reunião. Marcelo Rebelo de Sousa é que manteve a linha que traçou, sem descolar do Governo: no topo do poder não pode haver divergências públicas sobre a pandemia, é a tese que prevalece em Belém.
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