Avançar para o conteúdo principal

Mancha de petróleo invade 54 cidades de 8 estados brasileiros


Óleo foi detectado em 109 praias, localizadas em 54 cidades de oito estados

A Petrobras encaminhou um laudo sigiloso ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis ( Ibama ) em que aponta a hipótese de ser venezuelano o petróleo que contaminou o litoral nordestino.

ÉPOCA apurou a informação com três fontes distintas. Além disso, apesar de o Ibama ter informado em nota à imprensa há cinco dias que o óleo que contamina diferentes praias é o mesmo, o órgão trabalha com a hipótese de que existe mais de uma fonte de contaminação.

As investigações em campo prosseguem para tentar decifrar o mistério da contaminação de alguns dos pontos turísticos mais importantes do Brasil.

Desde o começo de setembro, manchas de petróleo passaram a ser notadas em praias do Nordeste. O balanço atualizado pelo Ibama no último domingo mostra que o óleo foi detectado em 109 praias, localizadas em 54 cidades de oito estados.

Em sete dessas localidades, tartarugas ou aves morreram em razão da contaminação. As manchas atingiram, por exemplo, a Praia dos Coqueiros, em Sergipe; as Praias de Ponta Negra, Pipa e Tibau do Sul, no Rio Grande do Norte; Boa Viagem, Carneiros e Porto de Galinhas, em Pernambuco; Tambaba, na Paraíba; e Praias do Gunga e do Francês, em Alagoas.

Na nota divulgada pelo Ibama, o órgão informou que análise feita pela Petrobras mostrou que o petróleo encontrado é cru — ou seja, não é nenhum derivado de algum processamento — e que não foi extraído no Brasil.

O Ibama atribui a informação à estatal. A nota não informa, mas a Petrobras também mencionou que existe a hipótese de que o petróleo encontrado seja venezuelano. Não está claro como um petróleo extraído na Venezuela, cujo litoral está no Mar do Caribe, poderia ter chegado ao Atlântico, que banha a costa brasileira.

O Ibama ainda faz contraprovas, a partir das amostras colhidas, para saber se realmente não há petróleo brasileiro contaminando as praias. O órgão ambiental também analisa se faz sentido a informação repassada pela Petrobras, sobre uma suposta procedência venezuelana do produto. A principal produtora de petróleo no país é a estatal Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA).

Além da Petrobras, o Ibama estabeleceu parceria com o Corpo de Bombeiros do DF para investigar as causas e identificar os responsáveis pelo despejo do petróleo cru no litoral nordestino. A Marinha também participa da investigação. Um banco de óleo mantido pela Petrobras e pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) é usado nos testes feitos.

"Investigação do Ibama com apoio dos Bombeiros do DF aponta que o petróleo que está poluindo todas as praias é o mesmo. Contudo, a sua origem ainda não foi identificada", diz nota do órgão ambiental divulgada na última quarta-feira e atualizada no domingo. "Em análise feita pela Petrobras, a empresa informou que o óleo encontrado não é produzido pelo Brasil. O Ibama requisitou apoio da Petrobras para atuar na limpeza de praias."

Procurada por ÉPOCA, a Petrobras não comentou a informação sobre a procedência do petróleo vazado. A estatal apenas reproduziu o teor dos posicionamentos anteriores. "A análise realizada pela Petrobras em amostras de petróleo cru encontrado em praias do Nordeste atestou, por meio da observação de moléculas específicas, que a família de compostos orgânicos do material encontrado não é compatível com a dos óleos produzidos e comercializados pela companhia. Os testes foram realizados nos laboratórios do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), no Rio", afirmou.

https://epoca.globo.com/sociedade/laudo-sinaliza-que-mancha-de-oleo-no-nordeste-pode-ser-petroleo-da-venezuela-23985741

Comentários

Notícias mais vistas:

Constância e Caima

  Fomos visitar Luís Vaz de Camões a Constância, ver a foz do Zêzere, e descobrimos que do outro lado do arvoredo estava escondida a Caima, Indústria de Celulose. https://www.youtube.com/watch?v=w4L07iwnI0M&list=PL7htBtEOa_bqy09z5TK-EW_D447F0qH1L&index=16

"Bolsa tem risco, depósitos têm certeza de perda"

Maria Luís Albuquerque, comissária europeia para Serviços Financeiros e União de Poupança e Investimento, diz ser "indispensável" mobilização da poupança privada para financiar prioridades europeias.  É “indispensável” que haja na Europa uma “mobilização da poupança privada – que tem volumes significativos” – para financiar as “prioridades” europeias, porque, defende Maria Luís Albuquerque, comissária europeia, os “orçamentos públicos não serão suficientes“. A ex-ministra das Finanças, que na Comissão Europeia recebeu a pasta dos Serviços Financeiros e a União da Poupança e do Investimento, assinala que, sobretudo no contexto geopolítico atual, têm de ser dadas condições ao cidadãos para investirem mais nos mercados de capitais – porque “investir nos mercados de capitais tem risco de perda, aplicar poupanças em depósitos a prazo tem tido certeza de perda“. As declarações de Maria Luís Albuquerque foram feitas num evento anual da CMVM, o supervisor do mercado de capitais portu...

Foram necessários 250 anos para construir o que Trump está a tentar destruir

Os esforços do presidente Donald Trump para reformular o governo federal o máximo possível e o mais rapidamente possível destruiriam agências que existem há décadas ou mais. Os seus planos mais amplos reformulariam elementos da infraestrutura governamental que existem há séculos. De Benjamin Franklin a John F. Kennedy e de Richard Nixon a Barack Obama, foi necessária toda a história dos Estados Unidos para construir parte do que Trump tem falado em tentar destruir, privatizar ou reformular. E isso sem contar as reformas que ele está a planear para programas de segurança social, como a  Previdência Social  e o Medicare,  que ele afirma , sem provas, estarem  cheios de fraudes , mas que também estão em caminhos objetivamente  insustentáveis . Serviço Postal dos EUA Estes dois selos postais dos Estados Unidos, com as imagens de Benjamin Franklin e George Washington, entraram em vigor a 1 de julho de 1847.  (Museu Postal Nacional Smithsonian) Fundado em 1775 Os...