Avançar para o conteúdo principal

Mais de 17 mil pessoas morreram vítimas de abuso policial na Venezuela


Mais de 17 mil pessoas morreram vítimas das forças de segurança na Venezuela, desde 2016, segundo dados divulgados hoje pela ONG Human Rights Watch, para quem as "execuções extrajudiciais são um padrão de abuso policial".

"Desde 2016, que mais de 17 mil pessoas morreram às mãos das forças de segurança, na Venezuela, em situações de alegada resistência à autoridade", explica um comunicado de imprensa.

Segundo a Human Rights Watch (HRW) "as Forças de Ações Especiais (FAES) da polícia venezuelana têm cometido execuções extrajudiciais e detenções arbitrárias em comunidades de baixos recursos (pobres) que deixaram de apoiar o Governo de Nicolás Maduro".

"O ministro (venezuelano) do Interior, Néstor Reverol, informou, em dezembro de 2017, que houve 5.995 casos destes, em 2016, e 4.998 em 2017. As forças de segurança venezuelanas causaram a morde de aproximadamente 7.000 pessoas em 'incidentes' que alegaram ser casos de 'resistência à autoridade' entre 2018 e os primeiros cinco meses de 2019, segundo dados do Governo", explica.

Segundo a HRW, desde que as FAES foram criadas, em 2016, como parte da Polícia Nacional Bolivariana, os seus agentes "têm cometido impunemente graves violações dos Direitos Humanos".

"As suas práticas abusivas em comunidades de baixos rendimentos coincidem com um padrão de denúncias generalizadas de abusos cometidos por membros das forças de segurança, durante a chamada 'Operação de Libertação e Proteção do Povo' (OLP), documentados pela HRW e a organização de defesa dos Direitos Humanos venezuelana Provea", afirma.

Segundo o presidente da HRW, José Miguel Vivanco, "numa crise económica e humanitária que afeta mais gravemente os que menos (recursos) têm, as autoridades venezuelanas cometem abusos aberrantes em comunidades de baixos recursos, que deixaram de apoiar o regime de (Nicolás) Maduro".

"(A Venezuela) é um país onde o sistema de justiça é usado para perseguir opositores em vez de investigar delitos. As forças de segurança venezuelanas estão a fazer justiça pelas próprias mãos, matando e detendo arbitrariamente aos que acusam de cometer delitos, sem mostrar nenhuma evidência (prova)", explica.

Segundo a HRW há casos em que agentes armados, com uniforme policial e o rosto coberto chegaram a sítios em veículos sem matrícula, entraram em vivendas e bairros, obrigaram os familiares das vítimas a deixar o sítio, antes de levar a cabo as execuções.

"Em vários casos, também roubaram alimentos e outros artigos difíceis de conseguir na Venezuela, devido à crise económica e humanitária", sublinha o documento.

Há registos de que os agentes alteraram o sítio, "colocaram armas e drogas" para culpar as vítimas e "efetuaram disparos contra as paredes ou para o ar para que sugerir que houve resistência à autoridade".

A HRW registou um caso em que as forças de segurança aplicaram descargas elétricas a um detido, que foi espancado, pontapeado e lhe cobriram a cabeça com uma bolsa plástica que tinham borrifado com uma substância química que lhe provocou inflamação no rosto e na garganta.

"Os agentes diziam que o homem tinha roubado uma motocicleta que pertencia à mulher de um comandante do FAES, segundo contou o homem (vítima) à HRW", precisa.

Segundo a HRW os métodos usados pelas FAES "são consistentes com o padrão identificado pelo Escritório da Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Michelle Bachelet) e por organizações de Direitos Humanos, locais".

https://www.noticiasaominuto.com/mundo/1323761/mais-de-17-mil-pessoas-morreram-vitimas-de-abuso-policial-na-venezuela

Comentários

Notícias mais vistas:

Aeroporto: há novidades

 Nenhuma conclusão substitui o estudo que o Governo mandou fazer sobre a melhor localização para o aeroporto de Lisboa. Mas há novas pistas, fruto do debate promovido pelo Conselho Económico e Social e o Público. No quadro abaixo ficam alguns dos pontos fortes e fracos de cada projeto apresentados na terça-feira. As premissas da análise são estas: IMPACTO NO AMBIENTE: não há tema mais crítico para a construção de um aeroporto em qualquer ponto do mundo. Olhando para as seis hipóteses em análise, talvez apenas Alverca (que já tem uma pista, numa área menos crítica do estuário) ou Santarém (numa zona menos sensível) escapem. Alcochete e Montijo são indubitavelmente as piores pelas consequências ecológicas em redor. Manter a Portela tem um impacto pesado sobre os habitantes da capital - daí as dúvidas sobre se se deve diminuir a operação, ou pura e simplesmente acabar. Nem o presidente da Câmara, Carlos Moedas, consegue dizer qual escolhe... CUSTO DE INVESTIMENTO: a grande novidade ve...

Largo dos 78.500€

  Políticamente Incorrecto O melhor amigo serve para estas coisas, ter uns trocos no meio dos livros para pagar o café e o pastel de nata na pastelaria da esquina a outros amigos 🎉 Joaquim Moreira É historicamente possível verificar que no seio do PS acontecem repetidas coincidências! Jose Carvalho Isto ... é só o que está á vista ... o resto bem Maior que está escondido só eles sabem. Vergonha de Des/governantes que temos no nosso País !!! Ana Paula E fica tudo em águas de bacalhau (20+) Facebook

Ameaça quântica: Satoshi Nakamoto deixou um plano para salvar o Bitcoin

 Em 2010, o criador do Bitcoin antecipou os perigos que a computação quântica poderia trazer para o futuro da criptomoeda e apresentou sugestões para lidar com uma possível quebra do algoritmo de criptografia SHA-256. Ameaça quântica: Satoshi Nakamoto deixou um plano para salvar o Bitcoin Um novo avanço no campo da computação quântica deixou a comunidade de criptomoedas em alerta sobre a possibilidade de quebra do algoritmo de criptografia SHA-256 do Bitcoin BTC, comprometendo a integridade das chaves privadas e colocando os fundos dos usuários em risco. Em 9 de dezembro, o Google apresentou ao mundo o Willow, um chip de computação quântica capaz de resolver, em menos de cinco minutos, problemas computacionais insolúveis para os supercomputadores mais avançados em uso nos dias de hoje. Apesar do alarde, Satoshi Nakamoto, o visionário criador do Bitcoin, já antecipara a ameaça quântica e sugerira duas medidas para mitigá-la. Em uma postagem no fórum Bitcoin Talk em junho de 2010, Sa...