Avançar para o conteúdo principal

Consumo de carvão para gerar eletricidade com novo máximo histórico em 2021


 © Mathieu Lewis-Rolland/AFP


 Portugal já não produz eletricidade a partir do carvão. Mas, à escala mundial países como Índia e China, continuam a pressionar fortemente a procura de energia.


A quantidade de eletricidade gerada a partir da produção do carvão cresceu 9% em 2021, o que corresponde a um novo máximo histórico, de acordo com um relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, sigla anglo-saxónica). Em Portugal, os encerramentos e consequentes reconversões das centrais termoelétricas de Sines e do Pego (Abrantes) retiraram o carvão do mapa energético do país, mas há, segundo a IEA, gigantes mundiais a travar objetivos internacionais.


"Com a procura de eletricidade a superar fornecimento em baixo carbono, e com os preços do gás natural em alta acentuada, a energia global gerada pelo carvão está a caminho de aumentar 9% em 2021, para 10.350 terawatt-hora (TWh) - um novo recorde histórico. ", lê-se.


Ainda assim, o peso do carvão no mix de energia global em 2021 deverá ser 36%, menos cinco pontos percentuais face ao máximo histórico de 2007. "Nos Estados Unidos e na União Europeia, a geração de energia a carvão deverá aumentar quase 20% em 2021, mas não atingirá os níveis de 2019", adianta a análise.


O recurso ao carvão para gerar eletricidade tinha diminuído em 2019 e 2020. Ainda que fossem decréscimo abaixo do esperado, representavam sinais positivos. Não obstante, realça a IEA, a rápida recuperação económica das principais economias mundiais, em 2021, levou a que a escalada da procura por eletricidade aumentasse rapidamente, ao ponto das fontes de energia renovável para produzir eletricidade não conseguirem acompanhar o elevado ritmo de procura.


O forte aumento dos preços do gás natural também contribuiu para o aumento da procura por carvão, tornando-o mais competitivo em termos de custos, segundo a Agência Internacional de Energia.


O organismo internacional aponta a Índia e a China como os principais responsáveis pelo novo máximo histórico de 2021. Estes dois países representam em conjunto dois terços da procura mundial, tendo sido no último, naturalmente, os maiores responsáveis pelos aumentos da procura. Ambos os países têm implementado grandes planos de energia renovável no mapa energético, mas isso não tem levado à diminuição da dependência destas duas economias pelo carvão. Em conjunto, Índia e China representam quase três mil milhões de pessoas, por isso o futuro da procura pelo carvão dependerá sempre destes gigantes.


E a IEA não vê uma solução para o problema do carvão tão cedo quanto possível. "Dependendo dos padrões climáticos e do crescimento económico, a procura global pelo carvão pode atingir novos recordes já neste ano (2022) e permanecer num nível alto nos próximos dois anos".


Esta agência apela para a necessidade de "políticas rápidas e firmes", a nível mundial.


Portugal já não recorre ao carvão


Portugal representa uma percentagem mínima no mapa mundial energético, em termos de procura e consumo. Mas, em linha com as orientações internacionais, o país já não recorre ao carvão para gerar eletricidade, dado o encerramento e reconversão das centrais de Sines e do Pego.


A central termoelétrica de Sines deixou de produzir eletricidade a partir do carvão, em janeiro de 2021, quando terá queimado todo o stock de carvão. Doze meses depois, foi comunicado que aquela central seria reconvertida e, a partir de 2025, passará a produzir energia a partir do hidrogénio. Isto, graças ao projeto GreenH2Atlantic, que integra 13 empresas, entre as quais a EDP, Galp, Martifer, Efacec e Bondalti.


José Varela Rodrigues

https://www.dinheirovivo.pt/economia/consumo-de-carvao-para-gerar-eletricidade-com-novo-maximo-historico-em-2021-14480410.html

Comentários

Notícias mais vistas:

Diarreia legislativa

© DR  As mais de 150 alterações ao Código do Trabalho, no âmbito da Agenda para o Trabalho Digno, foram aprovadas esta sexta-feira pelo Parlamento, em votação final. O texto global apenas contou com os votos favoráveis da maioria absoluta socialista. PCP, BE e IL votaram contra, PSD, Chega, Livre e PAN abstiveram-se. Esta diarréia legislativa não só "passaram ao lado da concertação Social", como também "terão um profundo impacto negativo na competitividade das empresas nacionais, caso venham a ser implementadas Patrões vão falar com Marcelo para travar Agenda para o Trabalho Digno (dinheirovivo.pt)

OE2026: 10 medidas com impacto (in)direto na carteira dos portugueses

  O Governo entregou e apresentou a proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, mas com poucas surpresas. As mudanças nos escalões de IRS já tinham sido anunciadas, bem como o aumento nas pensões. Ainda assim, há novidades nos impostos, alargamento de isenções, fim de contribuições extraordinárias e mais despesa com Defesa, 2026 vai ser “um ano orçamental exigente” e a margem disponível para deslizes está “próxima de zero”. A afirmação em jeito de aviso pertence ao ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, e foi proferida na  apresentação da proposta de Orçamento do Estado  para o próximo ano. O excedente é de cerca de 230 milhões de euros, pelo que se o país não quer voltar a entrar num défice, a margem para mais medidas é "próxima de zero". "Os números são o que são, se não tivéssemos os empréstimos do PRR não estaríamos a fazer alguns projetos", apontou, acrescentando que não vai discutir o mérito da decisão tomada relativamente à 'bazuca europ...

J.K. Rowling

 Aos 17 anos, foi rejeitada na faculdade. Aos 25 anos, sua mãe morreu de doença. Aos 26 anos, mudou-se para Portugal para ensinar inglês. Aos 27 anos, casou. O marido abusou dela. Apesar disso, sua filha nasceu. Aos 28 anos, divorciou-se e foi diagnosticada com depressão severa. Aos 29 anos, era mãe solteira que vivia da segurança social. Aos 30 anos, ela não queria estar nesta terra. Mas ela dirigiu toda a sua paixão para fazer a única coisa que podia fazer melhor do que ninguém. E foi escrever. Aos 31 anos, finalmente publicou seu primeiro livro. Aos 35 anos, tinha publicado 4 livros e foi nomeada Autora do Ano. Aos 42 anos, vendeu 11 milhões de cópias do seu novo livro no primeiro dia do lançamento. Esta mulher é JK Rowling. Lembras de como ela pensou em suicídio aos 30 anos? Hoje, Harry Potter é uma marca global que vale mais de $15 bilhões. Nunca desista. Acredite em você mesmo. Seja apaixonado. Trabalhe duro. Nunca é tarde demais. Esta é J.K. Rowling. J. K. Rowling – Wikipédi...