Avançar para o conteúdo principal

Relaxamento nas pausas no trabalho explica surtos em Lisboa


Os surtos de covid-19 na região de Lisboa e Vale do Tejo são "um foco prioritário de atenção" das autoridades de saúde e têm origem provável em comportamentos individuais de maior relaxamento em momento de pausa no trabalho.
Relaxamento nas pausas no trabalho explica surtos em Lisboa

A explicação foi avançada hoje pela ministra da Saúde, Marta Temido, na conferência de imprensa diária conjunta com a Direção-Geral da Saúde (DGS), relativa ao balanço diário da covid-19 em Portugal.

"Tudo leva a indicar que não serão os incumprimentos das regras gerais pelas estruturas laborais que estarão a originar provavelmente estes focos, mas sim, algum relaxamento, alguma descontração, nos momentos que não são momentos de trabalho formal. Estou a referir-me às pausas para almoço, estou a referir-me às mudas de roupa, a um conjunto de outros aspetos, até à eventual circunstância de haver alguma utilização de meios de transporte que não são transportes públicos, mas são coletivos, onde há algum alívio ou alguma menor consideração das cautelas que têm que ser consideradas", disse.

Segundo Marta Temido, os surtos não decorrem das medidas de desconfinamento entretanto adotadas e estão concentrados em "determinados empreendimentos comerciais e industriais" e em obras de construção civil, que estão a levar a tutela e as autoridades de saúde a ponderar a necessidade de "medidas muito específicas".

"O que estamos a fazer é um trabalho de precisão ao nível das autoridades locais de saúde e da autoridade regional de saúde de Lisboa e Vale do Tejo e com quem é necessário articular, [e que] irão agora fazer um trabalho de mais detalhe, mais de rua, mais de informação para tentar uma vez mais conter estes focos", disse a ministra.

Marta Temido referiu ainda que há "indícios" de que os surtos estão associados a trabalhadores sem ligação formal às empresas em causa, sendo subcontratados ou estando ligados a empresas de trabalho temporário, pedindo atenção desses trabalhadores para "momentos em que as pessoas saem do seu posto de trabalho e relaxam um bocadinho", adotando "alguns comportamentos que não sejam tão compatíveis" com orientações gerais dadas pelas entidades empregadoras.

"Estamos muito atentos, queríamos também deixar alguma mensagem de tranquilidade. Estes focos preocupam-nos de alguma maneira, mas estamos atentos a eles e estamos a tomar medidas e temos medidas em curso para, uma vez mais, fazer aquilo que já fizemos noutros locais que nos preocuparam no passado, que é controlá-los e garantir que todas as pessoas podem continuar a fazer a sua atividade normal", disse.

Nos últimos dias foram reportados focos de infeção na zona da Azambuja, na região da grande Lisboa, tendo a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, referido, na conferência de imprensa de sexta-feira, 81 trabalhadores de três empresas com testes positivos para covid-19.

O centro logístico da Sonae tinha 76 casos positivos confirmados, adiantou Graça Freitas.

Hoje, a ministra da Saúde referiu que há uma tendência de decréscimo de casos a nível das regiões em Portugal, sendo Lisboa e Vale do Tejo a exceção.

Portugal contabiliza 1.302 mortos associados à covid-19 em 30.471 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.

Relativamente ao dia anterior, há mais 13 mortos (+1%) e mais 271 casos de infeção (+0,9%).

Portugal entrou no dia 03 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.

Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.

O Governo aprovou novas medidas que entraram em vigor na segunda-feira, entre as quais a retoma das visitas aos utentes dos lares de idosos, a reabertura das creches, aulas presenciais para os 11.º e 12.º anos e a reabertura de algumas lojas de rua, cafés, restaurantes, museus, monumentos e palácios.

O regresso das cerimónias religiosas comunitárias está previsto para 30 de maio e a abertura da época balnear para 06 de junho.

https://www.noticiasaominuto.com/pais/1486833/relaxamento-nas-pausas-no-trabalho-explica-surtos-em-lisboa

Comentários

Notícias mais vistas:

Constância e Caima

  Fomos visitar Luís Vaz de Camões a Constância, ver a foz do Zêzere, e descobrimos que do outro lado do arvoredo estava escondida a Caima, Indústria de Celulose. https://www.youtube.com/watch?v=w4L07iwnI0M&list=PL7htBtEOa_bqy09z5TK-EW_D447F0qH1L&index=16

Foram necessários 250 anos para construir o que Trump está a tentar destruir

Os esforços do presidente Donald Trump para reformular o governo federal o máximo possível e o mais rapidamente possível destruiriam agências que existem há décadas ou mais. Os seus planos mais amplos reformulariam elementos da infraestrutura governamental que existem há séculos. De Benjamin Franklin a John F. Kennedy e de Richard Nixon a Barack Obama, foi necessária toda a história dos Estados Unidos para construir parte do que Trump tem falado em tentar destruir, privatizar ou reformular. E isso sem contar as reformas que ele está a planear para programas de segurança social, como a  Previdência Social  e o Medicare,  que ele afirma , sem provas, estarem  cheios de fraudes , mas que também estão em caminhos objetivamente  insustentáveis . Serviço Postal dos EUA Estes dois selos postais dos Estados Unidos, com as imagens de Benjamin Franklin e George Washington, entraram em vigor a 1 de julho de 1847.  (Museu Postal Nacional Smithsonian) Fundado em 1775 Os...

"Bolsa tem risco, depósitos têm certeza de perda"

Maria Luís Albuquerque, comissária europeia para Serviços Financeiros e União de Poupança e Investimento, diz ser "indispensável" mobilização da poupança privada para financiar prioridades europeias.  É “indispensável” que haja na Europa uma “mobilização da poupança privada – que tem volumes significativos” – para financiar as “prioridades” europeias, porque, defende Maria Luís Albuquerque, comissária europeia, os “orçamentos públicos não serão suficientes“. A ex-ministra das Finanças, que na Comissão Europeia recebeu a pasta dos Serviços Financeiros e a União da Poupança e do Investimento, assinala que, sobretudo no contexto geopolítico atual, têm de ser dadas condições ao cidadãos para investirem mais nos mercados de capitais – porque “investir nos mercados de capitais tem risco de perda, aplicar poupanças em depósitos a prazo tem tido certeza de perda“. As declarações de Maria Luís Albuquerque foram feitas num evento anual da CMVM, o supervisor do mercado de capitais portu...