Avançar para o conteúdo principal

Venezuela. Militares vão escoltar barcos iranianos que transportam combustível


O ministro da Defesa venezuelano revelou que todos os barcos vão ser escoltados por naves, barcos e aviões para dar as "boas-vindas e dizer, ao povo iraniano, obrigado por tanta solidariedade".

As Forças Armadas Bolivarianas da Venezuela (FANB) vão escoltar os barcos iranianos que levam gasolina para Caracas quando chegarem à área marítima da Zona Económica Exclusiva venezuelana, foi esta quinta-feira anunciado.

O anúncio foi feito pelo ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, em declarações ao canal estatal de televisão (VTV). “Já contactamos o ministro da Defesa iraniano (Hamir Hatami). Todos os barcos que entrem na nossa zona económica exclusiva vão ser escoltados por naves, barcos e aviões das FANB, para dar-lhes as boas-vindas e dizer, ao povo iraniano, obrigado por tanta solidariedade e cooperação no meio das tantas dificuldades que enfrentamos”, disse.

Padrino López frisou ainda que a Venezuela tem acordos com a República Islâmica do Irão e que ambos países cooperam em diversas matérias e áreas.

Nós receberemos essa ajuda humanitária assim como temos recebido da Rússia, da República Popular da China e de outras partes do mundo. Somos um país soberano que tem relações com todos os países do mundo (…) em termos de igualdade. Respeito e reconhecimento mútuo. Isso é muito importante. Nada de inclinar a cabeça ou deixar-se impor por tutelas imperiais”, disse.

A oposição venezuelana disse quarta-feira que o Irão e a Venezuela estão a fazer propaganda política com o envio de cinco barcos de combustível desde Teerão para Caracas e que alegadamente é pago com ouro extraído ilegalmente.

Segundo o líder opositor Juan Guaidó, esta situação decorre das sanções de Washington contra o Governo do Presidente Nicolás Maduro e a empresa petrolífera estatal Petróleos da Venezuela SA (Pdvsa). O governo venezuelano paga “essa gasolina com ouro de sangue, sem contratação e sem aprovação do parlamento”, denunciou.

Juan Guaidó declarou que a oposição está “muito preocupada com a segurança dos venezuelanos e da América Latina pela tentativa de uma presença iraniana em solo venezuelano” e que, por isso, monitoriza constantemente os barcos iranianos.

Por outro lado o embaixador do Irão na Venezuela, Hojjatollah Soltani, disse, quarta-feira, que Caracas e Teerão estão a ser pressionados por exercerem o direito de negociar livremente um acordo para o envio de cinco barcos de combustível para aliviar a escassez profunda de gasolina no país latino-americano.

A relação entre o Irão e a Venezuela não ameaça ninguém. Não é um perigo para ninguém”, disse Hojjatollah Soltani durante um encontro com diplomatas na sua residência em Caracas.

O embaixador negou que os barcos iranianos regressem de Caracas carregados de ouro e acusou o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompelo, de espalhar “notícias falsas” para destruir um acordo benéfico para a Venezuela e o Irão.

A Venezuela, um país que tem uma das maiores reservas confirmadas de petróleo do mundo tem registado, nas últimas semanas, uma crescente escassez de combustível que tem paralisado setores como o transporte de produtos agrícolas para as cidades, em plena quarentena preventiva da Covid-19.

O governo venezuelano responsabiliza os EUA e as sanções impostas pela administração de Donald Trump contra Caracas e contra a petrolífera estatal pela situação. Já a oposição acusa o regime de corrupção e de má administração dos recursos do país.

O Irão e a Venezuela mantêm um relacionamento muito próximo desde a época do ex-Presidente Hugo Chávez (1999-2013), baseado na oposição aos EUA, país que mantém sanções aqueles dois países.

O apoio de Teerão a Caracas também esteve recentemente envolto em controvérsia, com a publicação de relatórios que referiam que o regime de Nicolás Maduro deu nove toneladas de ouro ao Irão em troca de ajuda para reparar refinarias.

As autoridades venezuelanas negaram o envio desse ouro ao Irão e rejeitaram as acusações “sem fundamento” feitas pelos EUA.

A crise política, económica e social na Venezuela agravou-se desde janeiro de 2019, quando o presidente do parlamento, o opositor Juan Guaidó, jurou publicamente assumir as funções de presidente interino do país até afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um governo de transição e eleições livres e democráticas no país. Guaidó conta com o apoio de quase 60 países.

https://observador.pt/2020/05/21/venezuela-militares-vao-escoltar-barcos-iranianos-que-transportam-combustivel/

Comentários

Notícias mais vistas:

Aeroporto: há novidades

 Nenhuma conclusão substitui o estudo que o Governo mandou fazer sobre a melhor localização para o aeroporto de Lisboa. Mas há novas pistas, fruto do debate promovido pelo Conselho Económico e Social e o Público. No quadro abaixo ficam alguns dos pontos fortes e fracos de cada projeto apresentados na terça-feira. As premissas da análise são estas: IMPACTO NO AMBIENTE: não há tema mais crítico para a construção de um aeroporto em qualquer ponto do mundo. Olhando para as seis hipóteses em análise, talvez apenas Alverca (que já tem uma pista, numa área menos crítica do estuário) ou Santarém (numa zona menos sensível) escapem. Alcochete e Montijo são indubitavelmente as piores pelas consequências ecológicas em redor. Manter a Portela tem um impacto pesado sobre os habitantes da capital - daí as dúvidas sobre se se deve diminuir a operação, ou pura e simplesmente acabar. Nem o presidente da Câmara, Carlos Moedas, consegue dizer qual escolhe... CUSTO DE INVESTIMENTO: a grande novidade ve...

Largo dos 78.500€

  Políticamente Incorrecto O melhor amigo serve para estas coisas, ter uns trocos no meio dos livros para pagar o café e o pastel de nata na pastelaria da esquina a outros amigos 🎉 Joaquim Moreira É historicamente possível verificar que no seio do PS acontecem repetidas coincidências! Jose Carvalho Isto ... é só o que está á vista ... o resto bem Maior que está escondido só eles sabem. Vergonha de Des/governantes que temos no nosso País !!! Ana Paula E fica tudo em águas de bacalhau (20+) Facebook

Ameaça quântica: Satoshi Nakamoto deixou um plano para salvar o Bitcoin

 Em 2010, o criador do Bitcoin antecipou os perigos que a computação quântica poderia trazer para o futuro da criptomoeda e apresentou sugestões para lidar com uma possível quebra do algoritmo de criptografia SHA-256. Ameaça quântica: Satoshi Nakamoto deixou um plano para salvar o Bitcoin Um novo avanço no campo da computação quântica deixou a comunidade de criptomoedas em alerta sobre a possibilidade de quebra do algoritmo de criptografia SHA-256 do Bitcoin BTC, comprometendo a integridade das chaves privadas e colocando os fundos dos usuários em risco. Em 9 de dezembro, o Google apresentou ao mundo o Willow, um chip de computação quântica capaz de resolver, em menos de cinco minutos, problemas computacionais insolúveis para os supercomputadores mais avançados em uso nos dias de hoje. Apesar do alarde, Satoshi Nakamoto, o visionário criador do Bitcoin, já antecipara a ameaça quântica e sugerira duas medidas para mitigá-la. Em uma postagem no fórum Bitcoin Talk em junho de 2010, Sa...