Avançar para o conteúdo principal

Covid-19. Máscaras: dúvidas de última hora antes de comprar e usar


Perguntas e respostas simples sobre o uso e também sobre a compra de máscaras, agora que o levantamento de restrições vai levar cada vez mais gente à rua

QUANDO TEREMOS DE COMEÇAR A USÁ-LAS?
Depende sempre das circunstâncias individuais. Essencialmente, é recomendado envergar uma máscara quando há gente à volta, sobretudo em espaços fechados, pelo que todos aqueles que, por uma razão ou outra, vão deixar de estar confinados para passar a estar em contacto com outras pessoas devem ponderar o seu uso.

MAS O USO É OBRIGATÓRIO OU NÃO?
O uso de máscara passou a ser obrigatório a 22 de Abril na Região Autónoma da Madeira por todos os profissionais que tenham contacto com o público. Apenas aí.

E NO RESTO DO PAÍS? ESCOLAS? SUPERMERCADOS? REPARTIÇÕES PÚBLICAS? TRANSPORTES PÚBLICOS?
Para tudo o resto e em todo o país, para já, o uso é apenas recomendado. Nos supermercados, o que é exigido são dois metros de distância entre as pessoas. Nos transportes públicos, a lotação está limitada a um terço dos lugares e é exigido às empresas a limpeza regular das superfícies. Se sempre houver aulas presenciais a partir de maio para alunos do 11.º e do 12.º ano — o que significa mais de 100 mil estudantes em todo o país a terem de se deslocar regularmente às escolas —, o uso de máscara vai ser obrigatório. Isso mesmo está escrito de forma explícita no site oficial da covid lançado pelo governo. A sua distribuição terá de ser assegurada pelos estabelecimentos de ensino. Nos transportes públicos o uso também passará a ser obrigatório, de acordo com o que revelou o primeiro-ministro António Costa na entrevista que deu ao Expresso há duas semanas.

O QUE DIZ, AFINAL, A DIREÇÃO-GERAL DA SAÚDE SOBRE ISTO?
Não fala em obrigatoriedade. Desde o início da crise da covid em Portugal, em março, a Direção-Geral da Saúde (DGS) emitiu recomendações muito claras sobre a necessidade do uso de máscaras cirúrgicas por “todos os profissionais de saúde, pessoas com sintomas respiratórios e pessoas que entrem e circulem em instituições de saúde” — e também por pessoas definidas como mais vulneráveis, sempre que saiam de casa: “idosos (mais de 65 anos de idade), com doenças crónicas e estados de imunossupressão”. Exemplos: doentes em hemodiálise ou doentes oncológicos a fazer quimioterapia. Também estão incluídos na recomendação para máscaras cirúrgicas os profissionais que no exercício da sua actividade não consigam manter a distância física com as pessoas: polícias, militares, bombeiros, distribuidores de bens essenciais ao domicílio, trabalhadores em IPSS e lares, agentes funerários e todos os funcionários que façam atendimento ao público. No caso do resto da população, a DGS diz que por uma questão de “altruísmo” e seguindo o “princípio da precaução”, podem ser utilizadas máscaras comunitárias ou de uso social “por todas as pessoas que permaneçam em espaços interiores fechados com múltiplas pessoas, como medida de proteção adicional ao distanciamento social, à higiene das mãos e à etiqueta respiratória”.

ONDE É QUE HÁ MÁSCARAS DISPONÍVEIS? FARMÁCIAS? GRANDES SUPERFÍCIES? OUTROS SÍTIOS? QUAIS?
Existem entidades públicas que têm vindo a dar máscaras à população. Especialmente, câmaras e juntas de freguesias. Para quem quiser comprar, as farmácias e as parafarmácias estão na primeira linha da oferta. Mas é natural que as máscaras sociais passem a poder ser compradas em todas as grandes superfícies.

COMO SEI QUE UMA MÁSCARA É BOA?
Esta é uma questão muito importante. Pode estar a comprar gato por lebre, o que representa um risco potencial para a saúde. Houve por exemplo o caso das SafeMask, que estavam a ser vendidas por 18 euros cada como se pudessem ser usadas durante três anos quando na verdade eram máscaras cirúrgicas de utilização única e valiam dez vezes menos. Se está a pensar comprar, verifique sempre a certificação da máscara. Além das certificações europeias para máscaras médicas (FFP2, FFP3 e cirúrgicas), em Portugal passou a haver para as máscaras sociais uma certificação emitida pelo CITEVE, um centro tecnológico sem fins lucrativos de inovação e desenvolvimento da indústria têxtil, sendo que essa certificação segue as orientações técnicas emitidas a 13 de abril pelo Infarmed.

QUAIS SÃO AS OPÇÕES DE MÁSCARAS MAIS ADEQUADAS?
Pode consultar neste miniguia publicado pelo Expresso os vários tipos de máscara que existem. Neste momento, para a maioria das pessoas que vão passar a estar menos confinadas do que estavam, à medida que as restrições se forem levantando, as opções mais adequadas estão nas máscaras comunitárias ou de uso social. Sendo que aqui, para aqueles que preferirem comprar em vez de fazer as suas próprias máscaras, há duas opções básicas certificadas pelo CITEVE, ambas feitas de pano: as máscaras de nível 2 e as máscaras de nível 3. Atenção: estas versões não servem para uso médico e não garantem a proteção do utilizador, mas sim das pessoas à volta. As de nível 3, de acordo com o Infarmed, têm de filtrar pelo menos 90% das partículas e podem servir para profissionais que tenham um contacto frequente com o público. As de nível 3, mais fracas, filtram pelo menos 70% e servem para quem trabalhe num escritório ou tenha de sair para tratar de compras ou outros assuntos.

VAI HAVER STOCK SUFICIENTE?
Tudo indica que não vão faltar máscaras em Portugal. Além de haver constantes importações de máscaras médicas, sobretudo da China, de forma a abastecer hospitais e outras unidades de saúde, a produção nacional é cada vez maior. De acordo com o site do CITEVE, existem cinco empresas a fabricar máscaras médicas certificadas. Além disso, há sete empresas que começaram a fazer máscaras sociais de nível 2 e 26 fábricas que iniciaram a produção de máscaras sociais de nível 3.

QUE PREÇOS ESTÃO A SER PRATICADOS?
Com base numa pesquisa no site kuantokusta.pt, que faz comparação de preços, é possível verificar que a máscara cirúrgica (e de utilização única e de tipo II, o que significa de uso médico) mais barata à venda online em Portugal custa 1,20 euros. Há depois vários produtos à venda que não apresentam certificação. Em relação à oferta de máscaras sociais, só agora começam a surgir produtos certificados à venda online. A primeira marca a ter surgido no mercado foi a Daily Day, do Porto. A empresa pede 20 euros por um conjunto de cinco máscaras de nível 3, que podem ser sujeitas a cinco lavagens. Há também o exemplo do grupo Sonae, que criou uma máscara de nível 2 (com 95% de filtragem de partículas), à venda no site da marca MO por 10 euros a unidade, e que permite 50 lavagens.

E MÁSCARAS PARA CRIANÇA, HÁ?
A oferta irá naturalmente aumentar, por causa das saídas em família que vão começar a acontecer, mas para já o que existe é muito pouco. A Zippy vende-as online por oito euros, dizendo que são de nível 3 e servem para crianças dos 2 aos 13 anos de idade.

ATÉ QUANDO TEREMOS DE AS USAR?
Ninguém sabe dizer. Mas é muito provável que o uso se estenda até uma vacina eficaz contra o vírus SARS-CoV-2 seja produzida e administrada à população, o que nunca acontecerá antes de 2021.

https://amp.expresso.pt/coronavirus/2020-04-28-Covid-19.-Mascaras-duvidas-de-ultima-hora-antes-de-comprar-e-usar

Comentários

Notícias mais vistas:

Diarreia legislativa

© DR  As mais de 150 alterações ao Código do Trabalho, no âmbito da Agenda para o Trabalho Digno, foram aprovadas esta sexta-feira pelo Parlamento, em votação final. O texto global apenas contou com os votos favoráveis da maioria absoluta socialista. PCP, BE e IL votaram contra, PSD, Chega, Livre e PAN abstiveram-se. Esta diarréia legislativa não só "passaram ao lado da concertação Social", como também "terão um profundo impacto negativo na competitividade das empresas nacionais, caso venham a ser implementadas Patrões vão falar com Marcelo para travar Agenda para o Trabalho Digno (dinheirovivo.pt)

OE2026: 10 medidas com impacto (in)direto na carteira dos portugueses

  O Governo entregou e apresentou a proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, mas com poucas surpresas. As mudanças nos escalões de IRS já tinham sido anunciadas, bem como o aumento nas pensões. Ainda assim, há novidades nos impostos, alargamento de isenções, fim de contribuições extraordinárias e mais despesa com Defesa, 2026 vai ser “um ano orçamental exigente” e a margem disponível para deslizes está “próxima de zero”. A afirmação em jeito de aviso pertence ao ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, e foi proferida na  apresentação da proposta de Orçamento do Estado  para o próximo ano. O excedente é de cerca de 230 milhões de euros, pelo que se o país não quer voltar a entrar num défice, a margem para mais medidas é "próxima de zero". "Os números são o que são, se não tivéssemos os empréstimos do PRR não estaríamos a fazer alguns projetos", apontou, acrescentando que não vai discutir o mérito da decisão tomada relativamente à 'bazuca europ...

Bruxelas obriga governo a acabar com os descontos no ISP

 Comissão Europeia recomendou o fim dos descontos no imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos O ministro das Finanças garantiu que o Governo está a trabalhar numa solução para o fim dos descontos no imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos (ISP), recomendado pela Comissão Europeia, que não encareça os preços dos combustíveis. “Procuraremos momentos de redução dos preços, para poder reverter estes descontos”, afirmou o ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, que apresentou esta quinta-feira a proposta de Orçamento do Estado para 2026, em Lisboa. O governante apontou que esta questão é colocada pela Comissão Europeia desde 2023, tendo sido “o único reparo” que a instituição fez na avaliação do Programa Orçamental de Médio Prazo, em outubro do ano passado, e numa nova carta recebida em junho, a instar o Governo a acabar com os descontos no ISP. O ministro da Economia e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, tinha já admitido "ajusta...