Há alguns anos que os especialistas alertam: o Mar Morto está a morrer, com a água a recuar mais de um metro por ano, o que alterou dramaticamente a paisagem, nomeadamente pelo aparecimento de buracos enormes.
A primeira cratera foi registada no final dos anos 80 do século XX. Atualmente, são mais de seis mil, com capacidade para engolir terra, estradas e casas.
Ninguém pode garantir o que acontecerá no futuro, mas os mais pessimistas não hesitam em defender o completo desaparecimento do famoso lago até 2050. A forma de o evitar é discutida há décadas, falando-se agora numa possível solução – complexa e com uma fatura pesada.
Trata-se de um projeto para a construção de um sistema de dessalinização na Jordânia, para transformar parte da água do Mar Vermelho em água potável, bombeando a restante água salgada para o Mar Morto.
Com um custo estimado em mais de 1,3 mil milhões de euros, a obra pode mesmo avançar, esperando-se nas próximas semanas a realização de reuniões para finalizar os detalhes técnicos, segundo a NBC.
Simbólico para cristãos, judeus e muçulmanos, alguns dos mais antigos manuscritos conhecidos da Bíblia Hebraica, os Manuscritos do Mar Morto, foram encontrados na região e uma secção do rio Jordão é também considerada o local do batismo de Jesus Cristo.
A ação humana no mar Morto
A ação humana explica em parte as alterações sofridas neste lago, entre Israel e a Jordânia, a quatrocentos metros abaixo do nível do mar.
A extração mineral é uma das causas, com uma indústria poderosa dos dois lados da fronteira. A imensa quantidade de água que é retirada e colocada em piscinas para que possa evaporar, deixando visíveis as substâncias que importam, traduz-se em áreas de terra salina infértil que, quando dissolvida pela água doce, torna-se instável e colapsa.
Consequência desse fenómeno, pelo menos duas das praias de Israel e um resort turístico fecharam, enquanto partes da Rodovia 90 foram engolidas.
Por outro lado, o Mar Morto abastece-se de água de fontes naturais externas, como o Rio Jordão. A construção de infraestruturas que desviaram água para o abastecimento das populações, a partir da década de 1960, teve influência no caudal do rio, tal como a diminuição das chuvas, estimando-se que o fluxo do rio Jordão tenha caído mais de 90% .
A água está também a evaporar naturalmente e de forma rápida, num processo que poderá acelerar por causa das mudanças climáticas. As previsões apontam para que as temperaturas na área subam de 5 a 11 graus até o final do século, com uma redução provável das chuvas em 30%.
O projeto Mar Vermelho/Mar Morto é olhado com otimismo porque pode resolver várias questões: a escassez de água doce da região, a estabilização dos níveis do Mar Morto e até influenciar positivamente as relações entre Israel, Jordânia e os palestinos, pela necessidade de colaborarem.
A construção do sistema de dessalinização começará no início de 2021 e levará cerca de três anos e meio a ser concluída.
https://zap.aeiou.pt/mar-morto-morrer-casas-engolidas-229070
A primeira cratera foi registada no final dos anos 80 do século XX. Atualmente, são mais de seis mil, com capacidade para engolir terra, estradas e casas.
Ninguém pode garantir o que acontecerá no futuro, mas os mais pessimistas não hesitam em defender o completo desaparecimento do famoso lago até 2050. A forma de o evitar é discutida há décadas, falando-se agora numa possível solução – complexa e com uma fatura pesada.
Trata-se de um projeto para a construção de um sistema de dessalinização na Jordânia, para transformar parte da água do Mar Vermelho em água potável, bombeando a restante água salgada para o Mar Morto.
Com um custo estimado em mais de 1,3 mil milhões de euros, a obra pode mesmo avançar, esperando-se nas próximas semanas a realização de reuniões para finalizar os detalhes técnicos, segundo a NBC.
Simbólico para cristãos, judeus e muçulmanos, alguns dos mais antigos manuscritos conhecidos da Bíblia Hebraica, os Manuscritos do Mar Morto, foram encontrados na região e uma secção do rio Jordão é também considerada o local do batismo de Jesus Cristo.
A ação humana no mar Morto
A ação humana explica em parte as alterações sofridas neste lago, entre Israel e a Jordânia, a quatrocentos metros abaixo do nível do mar.
A extração mineral é uma das causas, com uma indústria poderosa dos dois lados da fronteira. A imensa quantidade de água que é retirada e colocada em piscinas para que possa evaporar, deixando visíveis as substâncias que importam, traduz-se em áreas de terra salina infértil que, quando dissolvida pela água doce, torna-se instável e colapsa.
Consequência desse fenómeno, pelo menos duas das praias de Israel e um resort turístico fecharam, enquanto partes da Rodovia 90 foram engolidas.
Por outro lado, o Mar Morto abastece-se de água de fontes naturais externas, como o Rio Jordão. A construção de infraestruturas que desviaram água para o abastecimento das populações, a partir da década de 1960, teve influência no caudal do rio, tal como a diminuição das chuvas, estimando-se que o fluxo do rio Jordão tenha caído mais de 90% .
A água está também a evaporar naturalmente e de forma rápida, num processo que poderá acelerar por causa das mudanças climáticas. As previsões apontam para que as temperaturas na área subam de 5 a 11 graus até o final do século, com uma redução provável das chuvas em 30%.
O projeto Mar Vermelho/Mar Morto é olhado com otimismo porque pode resolver várias questões: a escassez de água doce da região, a estabilização dos níveis do Mar Morto e até influenciar positivamente as relações entre Israel, Jordânia e os palestinos, pela necessidade de colaborarem.
A construção do sistema de dessalinização começará no início de 2021 e levará cerca de três anos e meio a ser concluída.
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