Avançar para o conteúdo principal

A China e a Rússia modificaram (de propósito) a atmosfera da Terra

A China e a Rússia conduziram uma série de experiências para modificar a atmosfera da Terra com ondas de rádio de alta frequência.

De uma instalação russa chamada Sura Ionospheric Heating Facility, perto da cidade de Vasilsursk, a leste de Moscovo, cientistas emitiram ondas de rádio de alta frequência para manipular a ionosfera, enquanto o satélite China Seismo-Eletromagnético mediu os efeitos de distúrbios do plasma na órbita.

Não é a primeira vez que uma experiência deste género foi conduzida, mas notícias sobre os desenvolvimentos dos dois países – transmitidas através de um artigo publicado a 10 de dezembro na revista Earth and Planery Physics – despertaram preocupações sobre as possíveis aplicações militares deste tipo de ciência.

Isto porque a ionosfera e o gás ionizado – plasma – que a habitam são cruciais para a comunicação por rádio. Por perturbar seletivamente as partículas carregadas que compõem esta parte da atmosfera superior, os cientistas, ou mesmo os governos poderiam, teoricamente, aumentar ou bloquear os sinais de rádio de longo alcance.

Estas experiências preliminares – conduzidas em junho e ostensivamente projetados como um caso de teste para futuros estudos relacionadas com a ionosfera – tiveram efeitos extremos. Numa das experiências, a área afetada da perturbação da ionosfera cobriu 126 mil quilómetros quadrados. Noutro teste, a temperatura do gás ionizado na atmosfera aumentou em 100ºC.

Os cientistas envolvidos nas experiências afirmaram ao jornal The South China Morning Post que a investigação era puramente científica e inofensiva para a atmosfera. “Não somos o único país que se uniu aos russos. Outros países já fizeram coisas semelhantes”.

De facto, a base Sura foi estabelecida pela União Soviética no início dos anos 80, mas dizem ter sido a inspiração para uma instalação de aquecimento atmosférico ainda maior nos EUA chamada HAARP – High Frequency Active Auroral Research Program – , que foi construída no Alasca uma década depois.

O HAARP – que é uma instalação de bombas ionosféricas consideravelmente mais poderosa do que a Sura – foi inicialmente parcialmente financiada pelos militares dos EUA, mas agora é administrado pela Universidade do Alasca Fairbanks.

A Força Aérea dos EUA não desistiu da manipulação atmosférica e, entre outros projetos, investigou recentemente o lançamento de bombas de plasma de partículas carregadas na atmosfera superior para ver que efeitos teria na ionosfera.

Para não ficar de fora, a China também está a construir um aquecedor ionosférico avançado na cidade de Sanya, na província de Hainan, que poderia manipular a ionosfera sobre todo o Mar do Sul da China.

Não há provas de que algo prejudicial esteja a acontecer, embora a Rússia tenha sido acusada várias partes de bloquear sinais de GPS – e as experiências de manipulação da ionosfera poderiam hipoteticamente estar envolvidas nisto.

https://zap.aeiou.pt/china-russia-atmosfera-terra-232059

Comentários

Notícias mais vistas:

Diarreia legislativa

© DR  As mais de 150 alterações ao Código do Trabalho, no âmbito da Agenda para o Trabalho Digno, foram aprovadas esta sexta-feira pelo Parlamento, em votação final. O texto global apenas contou com os votos favoráveis da maioria absoluta socialista. PCP, BE e IL votaram contra, PSD, Chega, Livre e PAN abstiveram-se. Esta diarréia legislativa não só "passaram ao lado da concertação Social", como também "terão um profundo impacto negativo na competitividade das empresas nacionais, caso venham a ser implementadas Patrões vão falar com Marcelo para travar Agenda para o Trabalho Digno (dinheirovivo.pt)

OE2026: 10 medidas com impacto (in)direto na carteira dos portugueses

  O Governo entregou e apresentou a proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, mas com poucas surpresas. As mudanças nos escalões de IRS já tinham sido anunciadas, bem como o aumento nas pensões. Ainda assim, há novidades nos impostos, alargamento de isenções, fim de contribuições extraordinárias e mais despesa com Defesa, 2026 vai ser “um ano orçamental exigente” e a margem disponível para deslizes está “próxima de zero”. A afirmação em jeito de aviso pertence ao ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, e foi proferida na  apresentação da proposta de Orçamento do Estado  para o próximo ano. O excedente é de cerca de 230 milhões de euros, pelo que se o país não quer voltar a entrar num défice, a margem para mais medidas é "próxima de zero". "Os números são o que são, se não tivéssemos os empréstimos do PRR não estaríamos a fazer alguns projetos", apontou, acrescentando que não vai discutir o mérito da decisão tomada relativamente à 'bazuca europ...

Governo altera regras de ISV para híbridos plug-in

  Híbridos plug-in vão continuar a pagar menos ISV, mas o Governo alterou as regras para evitar agravamento fiscal. Saiba o que está em causa. Atualmente, os  híbridos  plug-in  (que ligam à tomada) têm uma redução de 75% no ISV (Imposto Sobre Veículos), caso tenham uma autonomia mínima elétrica de 50 km e emissões de dióxido de carbono oficiais inferiores a 50 g/km. A partir de 2026, o Governo mantém a redução de 75% do ISV, mas vai aumentar o limite de 50 g/km de CO 2  para 80 g/km, de acordo com o que foi divulgado pela ACAP (Associação Automóvel de Portugal) ao  Expresso . © Volvo A razão para elevar o limite mínimo de emissões deve-se à entrada em vigor, a partir de janeiro de 2026, da norma Euro 6e-bis. Entre várias alterações, a norma vai alterar também a forma como são certificados os consumos e emissões dos híbridos  plug-in , refletindo melhor o uso real destes veículos. Resultado? A maioria dos valores de CO 2  homologados vão subir. Ca...