Resultante de um projeto de investigação liderado pela empresa, que envolve também a Fibrenamics, a Tintex e o 2C2T, o fato, que tem também proteção contra agentes químicos, biológicos e radiológicos, deverá ser adotado pelo Exército Português.
O protótipo concebido no âmbito do projeto PluriProtech é composto por um sistema multicamada que permite a proteção ativa e passiva contra agentes químicos, biológicos e radiológicos, por ação de filtragem e neutralização ativa de agentes – uma característica atualmente ausente nos fatos de proteção utilizados em contexto militar, refere o comunicado da Fibrenamics.
«A solução multicamada é capaz de neutralizar ameaças químicas e biológicas evitando a passagem das substâncias nocivas para a pele», realça Tânia Ferreira, investigadora da Fibrenamics, pelo que pode ser usado em ambientes perigosos, como derrames químicos, ameaças biológicas ou incidentes nucleares.
O design ergonómico, a leveza e respirabilidade dos materiais usados são também vantagens, permitindo um maior conforto na sua utilização. Segundo Afonso Gonçalves, responsável pelo design, um dos objetivos era o desenvolvimento de «uma solução leve, confortável e familiar para os soldados, que fosse também fiável em cenários prolongados de combate ou ataques nucleares, químicos, biológicos e radiológicos».
O fato, que cumpre a norma AEP-38 da NATO, foi já submetido a «extensos testes de campo» durante a primeira edição do ARmy Technological EXperimentation (ARTEX 23), no Campo Militar de Santa Margarida.
«Sermos promotores e participarmos em projetos de inovação com entidades que representam o pináculo do conhecimento nacional é para a empresa e para toda a sua equipa uma mais-valia inestimável, provocando uma dinâmica e cultura de inovação e empreendedorismo que consegue levar aos nossos clientes produtos de maior tecnicidade e de elevado valor acrescentado», afirma Clementina Freitas, administradora da Latino, que é a empresa promotora do projeto, num consórcio que inclui a Fibrenamics, o Exército Português, a Tintex, a Sciencentris e, da Universidade do Minho, o Centro de Engenharia Biológica e o 2C2T. «A parceria neste projeto decorreu de forma exemplar, com real participação ativa de todos e cujos resultados se materializam num fato de proteção nuclear, biológica, química e radiológica de produção 100% nacional», acrescenta.Para o Major Wilson Antunes, do Exército Português, «o Projeto PluriProtech é um conceito inovador por excelência, pois pela primeira vez em Portugal está a ser desenvolvido um protótipo de fatos de proteção pessoal contra agentes biológicos, químicos e radiológicos, 100% nacional. A cooperação estratégica entre o sector civil (instituições académicas e industriais) e o sector militar – Exército Português – desempenha um papel fundamental no sucesso do projeto. Foi a transferência horizontal de conhecimentos, a identificação das reais necessidades dos utilizadores finais e a partilha de recursos humanos e materiais entre os diferentes sectores que permitiu o desenvolvimento de soluções práticas e flexíveis, capazes de serem empregues em cenários reais, militares e civis».
Atualmente nas etapas finais de desenvolvimento e de certificação, o fato deverá ser adotado pelas Forças Armadas Portuguesas e despertar «o interesse de agências de defesa internacionais que procurem implementar as mais recentes inovações em equipamentos de proteção. Um ambicioso objetivo apenas possível graças à cooperação intersectorial e aposta crescente na inovação em Portugal», conclui o comunicado da Fibrenamics.
Comentários
Enviar um comentário