Avançar para o conteúdo principal

Microplásticos, cinzas de petróleo e resíduos nucleares: cientistas encontraram o local que marca um novo capítulo na história da Terra



 O Lago Crawford, no Ontário (Canadá), foi escolhido como local de referência mundial para o início da nova era geológica caraterizada pelo impacto da Humanidade na Terra. De acordo com cientistas do Grupo de Trabalho sobre o Antropoceno (AWG), os sedimentos estratificados no fundo desta pequena massa de água, carregados de microplásticos, cinzas de petróleo e carvão queimados e resíduos de explosões de bombas nucleares, são a melhor prova de que começou um novo capítulo na história da Terra.


O lago emergiu como o vencedor depois de o AWG ter votado nos nove locais candidatos em três rondas – desde uma turfeira nas montanhas dos Sudetos na Polónia, o lago Searsville na Califórnia, um trecho do fundo do mar no Mar Báltico, uma baía no Japão, uma cratera vulcânica cheia de água na China, um núcleo de gelo perfurado na Península Antártica, e dois recifes de corais, um na Austrália e outro no Golfo do México.


O AWG, um grupo atualmente composto por 35 geólogos, trabalha desde 2009 para tornar o Antropoceno parte da linha do tempo oficial da Terra. Em 2016, o grupo determinou que a época do Antropoceno começou por volta de 1950 – o início da era dos testes de armas nucleares, cujos vestígios geoquímicos podem ser encontrados em todo o mundo.


A escala de tempo geológico fornece a estrutura oficial para a nossa compreensão da história de 4,5 mil milhões de anos da Terra. Atualmente vivemos na era Meghalayan. Faz parte da Época do Holoceno, que começou no final da última era glacial, há 11.700 anos, quando os glaciares começaram a recuar. O Holoceno faz parte do Período Quaternário, a divisão mais recente da Era Cenozóica, que por sua vez faz parte do Éon Fanerozóico — que vai desde há 539 milhões de anos até o presente.


Scientists advance their case for defining a new chapter in Earth's history: #Anthropocene https://t.co/El6exn7od2 via @axios


— The Anthropocene Project (@anthropocene) July 11, 2023


Por agora – e até à validação das autoridades geológicas mundiais – a Terra está no Holoceno. Mas o Antropoceno está longe de ser consensual: os principais geólogos consideram que não estão reunidos os critérios técnicos para qualificar o Antropoceno como uma nova “época”, embora reconheçam que houve uma rutura no século XX. Uma decisão final é esperada no 37º Congresso Geológico Internacional em Busan, Coreia do Sul, em agosto de 2024.


Microplásticos, cinzas de petróleo e resíduos nucleares: cientistas encontraram o local que marca um novo capítulo na história da Terra – Executive Digest (sapo.pt)


Comentários

Notícias mais vistas:

Constância e Caima

  Fomos visitar Luís Vaz de Camões a Constância, ver a foz do Zêzere, e descobrimos que do outro lado do arvoredo estava escondida a Caima, Indústria de Celulose. https://www.youtube.com/watch?v=w4L07iwnI0M&list=PL7htBtEOa_bqy09z5TK-EW_D447F0qH1L&index=16

Movimentos antiocupas já estão em Portugal e autoridades tentam identificar membros

 Investigação surge depois de há uma semana e meia, a TVI ter revelado que estes movimentos, já conhecidos em Espanha, tinham chegado a Portugal As autoridades portuguesas estão a tentar identificar as pessoas envolvidas em empresas e movimentos antiocupas, grupos que se dedicam a expulsar quem ocupa ilegalmente uma casa ou um imóvel. A investigação surge depois de há uma semana e meia a TVI ter revelado que estes movimentos, já conhecidos em Espanha, tinham chegado a Portugal. Os grupos antiocupas têm-se multiplicado no nosso país, sendo que uns vêm de Espanha, outros nasceram em Portugal e todos com o mesmo princípio: devolver casas a quem é o legítimo proprietário. Os grupos que tentam devolver as casas são conhecidos pelo uso da força, mas o grupo com quem a TVI falou diz ser diferente. Solicitações não têm faltado, já que têm sido muitas as casas ocupadas de forma ilegal, em todo o país. Os grupos, que surgem como falta de resposta da lei, garantem que atuam de forma legal, ma...

Aeroporto: há novidades

 Nenhuma conclusão substitui o estudo que o Governo mandou fazer sobre a melhor localização para o aeroporto de Lisboa. Mas há novas pistas, fruto do debate promovido pelo Conselho Económico e Social e o Público. No quadro abaixo ficam alguns dos pontos fortes e fracos de cada projeto apresentados na terça-feira. As premissas da análise são estas: IMPACTO NO AMBIENTE: não há tema mais crítico para a construção de um aeroporto em qualquer ponto do mundo. Olhando para as seis hipóteses em análise, talvez apenas Alverca (que já tem uma pista, numa área menos crítica do estuário) ou Santarém (numa zona menos sensível) escapem. Alcochete e Montijo são indubitavelmente as piores pelas consequências ecológicas em redor. Manter a Portela tem um impacto pesado sobre os habitantes da capital - daí as dúvidas sobre se se deve diminuir a operação, ou pura e simplesmente acabar. Nem o presidente da Câmara, Carlos Moedas, consegue dizer qual escolhe... CUSTO DE INVESTIMENTO: a grande novidade ve...