Avançar para o conteúdo principal

7 erros comuns que as pessoas cometem ao usar VPN


As Redes Privadas Virtuais (Virtual Private Networks - VPN) são uma ferramenta útil. Mas é demasiado fácil utilizá-las para a tarefa errada, configurá-las incorretamente ou cometer outros erros comuns. Portanto, eis como evitá-los e tirar o máximo partido destes serviços.

1. Assumir que uma VPN garante total anonimidade

Uma VPN pode ajudar a tornar privadas as suas atividades, quando utilizada corretamente (e com muito cuidado), e pode fazer parte do seu conjunto de ferramentas para se manter nas sombras. Mas uma VPN não é um manto de privacidade que se pode atirar para cima dos ombros e tornar-se instantaneamente anónimo. Neste aspeto, uma VPN é idêntica a um telemóvel descartável.

Se comprar um telemóvel descartável anonimamente com dinheiro e nunca o utilizar para se identificar ou ligar o seu número a algo da sua vida atual, trata-se de uma ferramenta bastante anónima. Mas se o comprar com o seu cartão de crédito, começar imediatamente a ligar a pessoas que conhece e assinar serviços ligados à sua identidade na vida real, então qualquer aparência de anonimidade vai por água abaixo.

Da mesma forma, se o seu objetivo é permanecer anónimo para qualquer fim, então tem de tratar a VPN como uma parte do seu plano de privacidade. Deve fazer tudo o que estiver ao seu alcance para evitar associar-se à atividade na VPN, incluindo a inscrição anónima na rede.

 

2. Não saber o que estas redes podem e não podem fazer

Uma VPN é simplesmente uma rede privada virtual: liga o seu computador, smartphone, ou mesmo todo o router a uma rede distinta da rede em que já se encontra. Esta configuração pode ser tão simples como ligar o seu portátil de trabalho à LAN interna do seu escritório em casa, do outro lado da cidade, ou tão complexa como encaminhar toda a sua ligação à Internet através de uma VPN para parecer que está num país do outro lado do mundo.

Mas, fundamentalmente, uma VPN é apenas isso: um túnel encriptado do local onde se encontra para outro local, que faz com que pareça que todo o tráfego do seu dispositivo não provém da sua localização atual.

Esse túnel pode ajudar a impedir que um hotspot Wi-Fi de um café espie a sua ligação, permitir-lhe ver um serviço de streaming como a Netflix contornando as restrições geográficas, protegê-lo enquanto faz "torrenting", ou dar-lhe acesso a recursos baseados em LAN no seu escritório de casa. Mas não o tornará magicamente anónimo, não o protegerá de "malware" ou "ransomware", nem alterará a sua ligação e os seus hábitos enquanto a utiliza.

 

3. Pagar por uma VPN para acesso remoto em casa

Ao configurar uma VPN, existem dois componentes cruciais, um servidor VPN (que aloja o serviço VPN e aceita ligações) e um cliente VPN (que se liga ao servidor). Pagar por um serviço não o ajuda a configurar um modelo cliente-servidor com a sua rede doméstica, ajuda-o a configurar um modelo cliente-servidor com um serviço remoto.

Se o seu objetivo é ligar-se de forma segura à sua rede doméstica, não precisa de pagar por um serviço VPN comercial. Em vez disso, precisa de configurar um servidor VPN na sua rede doméstica para poder ligar para casa quando estiver ausente. Não precisa de um serviço de terceiros para aceder aos ficheiros na sua rede doméstica de forma segura.

É importante notar que pode utilizar a sua ligação doméstica como VPN, mas esta tem algumas limitações notáveis.

 

4. Não testar a sua ligação à VPN

A função fundamental de uma VPN é criar um túnel seguro para uma rede remota. Se o túnel não for seguro ou se houver fugas de dados, a utilidade da VPN é muito reduzida. Na melhor das hipóteses, não está a receber o que pagou. Mas, na pior das hipóteses, pode ficar em perigo.

Com isso em mente, deve sempre reservar um tempo para testar sua conexão para garantir que é segura e não está a partilhar dados.

 

5. Utilizar uma VPN barata ou gratuita

Não precisa de gastar muito dinheiro num serviço VPN, mas deve considerar seriamente um fornecedor comercial de qualidade em vez de um muito barato ou gratuito.

As VPNs gratuitas são lentas e/ou têm largura de banda limitada. No lado mais obscuro das coisas, são realmente gratuitas porque estão a ver os seus dados ou a tentar rentabilizar a experiência na ausência de pagamento direto. Se está a tentar manter a sua privacidade, vale a pena investir numa VPN com boa reputação.

 

6. Encaminhar toda a sua ligação à Internet através de uma VPN

Nem sempre é um erro encaminhar toda a sua ligação à Internet através de uma VPN, mas fazê-lo por defeito para a grande maioria das pessoas é.

Se tiver uma razão explícita e urgente para o fazer, por exemplo, se estiver a trabalhar remotamente num país estrangeiro e a encaminhar toda a sua ligação para o seu país de origem ou se estiver a fazer um túnel seguro para outro país para evitar perseguições, deve fazê-lo, sem dúvida.

Mas para as pessoa comuns, comprar um router compatível com VPN e envolver toda a sua ligação à Internet num túnel encriptado não faz muito sentido.

Na prática, tudo o que isto consegue é tornar a sua ligação à Internet mais lenta, porque todos os túneis VPN têm uma sobrecarga introduzida pelo processo de encriptação. Em última análise, essa não é uma troca que valha a pena.

 

7. Não usar um Kill Switch

As pessoas optam por usar VPNs por uma variedade de razões, mas seja qual for a sua motivação, certamente não querem que esta seja desligada de repente e exponha o seu tráfego de internet - sejam dados pessoais ou torrents ativos.

É por isso que se deve usar um kill switch. Sem um kill switch, quando a sua VPN se desliga, a sua ligação passa simplesmente para a ligação à Internet existente. Num minuto, está ligado a um servidor remoto no estrangeiro e no minuto seguinte está novamente ligado à sua rede em Portugal.

Do ponto de vista da privacidade isso é um desastre. Um kill switch desliga a ligação se o túnel VPN se desligar. Não terá acesso à Internet até o remediar, mas também não terá fugas de dados que revelem a sua identidade.

Nem todos os erros e equívocos que descrevemos aqui se aplicam à situação de cada pessoa, mas a familiaridade com os erros comuns ajudá-lo-á a utilizar VPNs de forma eficaz para as suas necessidades e com o mínimo de precaução. 


https://pplware.sapo.pt/internet/7-erros-comuns-que-as-pessoas-cometem-ao-usar-vpn/

Comentários

Notícias mais vistas:

Diarreia legislativa

© DR  As mais de 150 alterações ao Código do Trabalho, no âmbito da Agenda para o Trabalho Digno, foram aprovadas esta sexta-feira pelo Parlamento, em votação final. O texto global apenas contou com os votos favoráveis da maioria absoluta socialista. PCP, BE e IL votaram contra, PSD, Chega, Livre e PAN abstiveram-se. Esta diarréia legislativa não só "passaram ao lado da concertação Social", como também "terão um profundo impacto negativo na competitividade das empresas nacionais, caso venham a ser implementadas Patrões vão falar com Marcelo para travar Agenda para o Trabalho Digno (dinheirovivo.pt)

OE2026: 10 medidas com impacto (in)direto na carteira dos portugueses

  O Governo entregou e apresentou a proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, mas com poucas surpresas. As mudanças nos escalões de IRS já tinham sido anunciadas, bem como o aumento nas pensões. Ainda assim, há novidades nos impostos, alargamento de isenções, fim de contribuições extraordinárias e mais despesa com Defesa, 2026 vai ser “um ano orçamental exigente” e a margem disponível para deslizes está “próxima de zero”. A afirmação em jeito de aviso pertence ao ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, e foi proferida na  apresentação da proposta de Orçamento do Estado  para o próximo ano. O excedente é de cerca de 230 milhões de euros, pelo que se o país não quer voltar a entrar num défice, a margem para mais medidas é "próxima de zero". "Os números são o que são, se não tivéssemos os empréstimos do PRR não estaríamos a fazer alguns projetos", apontou, acrescentando que não vai discutir o mérito da decisão tomada relativamente à 'bazuca europ...

Governo altera regras de ISV para híbridos plug-in

  Híbridos plug-in vão continuar a pagar menos ISV, mas o Governo alterou as regras para evitar agravamento fiscal. Saiba o que está em causa. Atualmente, os  híbridos  plug-in  (que ligam à tomada) têm uma redução de 75% no ISV (Imposto Sobre Veículos), caso tenham uma autonomia mínima elétrica de 50 km e emissões de dióxido de carbono oficiais inferiores a 50 g/km. A partir de 2026, o Governo mantém a redução de 75% do ISV, mas vai aumentar o limite de 50 g/km de CO 2  para 80 g/km, de acordo com o que foi divulgado pela ACAP (Associação Automóvel de Portugal) ao  Expresso . © Volvo A razão para elevar o limite mínimo de emissões deve-se à entrada em vigor, a partir de janeiro de 2026, da norma Euro 6e-bis. Entre várias alterações, a norma vai alterar também a forma como são certificados os consumos e emissões dos híbridos  plug-in , refletindo melhor o uso real destes veículos. Resultado? A maioria dos valores de CO 2  homologados vão subir. Ca...