Avançar para o conteúdo principal

Sandbox. O projeto secreto de tecnologias quânticas da Google vai tornar-se num negócio



 A Alphabet, dona da Google, pretende alienar o grupo que está a desenvolver tecnologia quântica, criando uma empresa independente. Decisão reforça a aposta na investigação do ‘cristal do tempo’, um novo estado de matéria


Era um dos projetos da X, a fábrica de moonshots (exploração de tecnologias com grande potencial inovador e sem expectativa de receitas a curto prazo) da Google, e agora deverá tornar-se numa empresa independente. A Alphabet, grupo que detém as empresas do universo Google, pretende autonomizar a equipa que desenvolve parte das tecnologias quânticas do grupo e criar uma nova empresa, reforçando a sua aposta neste segmento.


A decisão já era esperada há algum tempo, especialmente depois de um computador quântico da Google ter sido usado para descobrir os cristais do tempo, um novo estado de matéria no qual as partículas movem-se num ciclo regular e repetido, mudando entre dois estados, mas sem gastar qualquer energia. Um grupo da Google tem feito esforços para demonstrar um sistema a tirar partido da supremacia quântica, ou seja, de ser capaz de realizar tarefas num computador quântico que nem os mais poderosos supercomputadores conseguiriam num período razoável de tempo.


A Sandbox é um dos dois grupos da Alphabet dedicados a tecnologias quânticas – o outro grupo está mais ligado ao desenvolvimento de hardware quântico, enquanto a Sandbox está mais direcionada para o desenvolvimento de software. O projeto foi criado por Sergey Brin, cofundador da Google, quando ainda participava ativamente na criação de novos produtos na tecnológica (saiu da empresa em 2019). O nome do projeto terá inclusive nascido desta ligação ao cofundador, sendo apelidado de Sergey’s Sandbox (a caixa de experiências do Sergey, em tradução livre). Há quatro anos que o projeto é liderado por Jack Hidary, que tem apostado no cruzamento de tecnologias quânticas com o campo da Inteligência Artificial. Mas só em 2020 é que se ouviu falar deste grupo pela primeira.


A intenção da Alphabet passa, segundo o Business Insider, por alienar precisamente a Sandbox Technology, a iniciativa que esteve a incubar no programa moonshot e que vai agora dar origem a uma nova empresa. A confirmar-se o relato, a Sandbox vai passar a existir dentro do grupo Alphabet, ao nível da Google, Deep Mind e de outras empresas. A abordagem não é usual dentro das tecnológicas que, geralmente, escolhem a abordagem de integrar e comprar empresas em fase de startup – em vez de as criarem – para tirar partido dos seus conhecimentos e experiência.


O movimento ainda terá de ser anunciado oficialmente, mas espera-se que a Sandbox comece por operar de forma independente, com as suas próprias experiências e até angariações de fundos.


https://visao.sapo.pt/exameinformatica/2022-01-13-sandbox-o-projeto-secreto-de-tecnologias-quanticas-da-google-vai-tornar-se-num-negocio/

Comentários

Notícias mais vistas:

Constância e Caima

  Fomos visitar Luís Vaz de Camões a Constância, ver a foz do Zêzere, e descobrimos que do outro lado do arvoredo estava escondida a Caima, Indústria de Celulose. https://www.youtube.com/watch?v=w4L07iwnI0M&list=PL7htBtEOa_bqy09z5TK-EW_D447F0qH1L&index=16

Armazenamento holográfico

 Esta técnica de armazenamento de alta capacidade pode ser uma das respostas para a crescente produção de dados a nível mundial Quando pensa em hologramas provavelmente associa o conceito a uma forma futurista de comunicação e que irá permitir uma maior proximidade entre pessoas através da internet. Mas o conceito de holograma (que na prática é uma técnica de registo de padrões de interferência de luz) permite que seja explorado noutros segmentos, como o do armazenamento de dados de alta capacidade. A ideia de criar unidades de armazenamento holográficas não é nova – o conceito surgiu na década de 1960 –, mas está a ganhar nova vida graças aos avanços tecnológicos feitos em áreas como os sensores de imagem, lasers e algoritmos de Inteligência Artificial. Como se guardam dados num holograma? Primeiro, a informação que queremos preservar é codificada numa imagem 2D. Depois, é emitido um raio laser que é passado por um divisor, que cria um feixe de referência (no seu estado original) ...

TAP: quo vadis?

 É um erro estratégico abismal decidir subvencionar uma vez mais a TAP e afirmar que essa é a única solução para garantir a conectividade e o emprego na aviação, hotelaria e turismo no país. É mentira! Nos últimos 20 anos assistiu-se à falência de inúmeras companhias aéreas. 11 de Setembro, SARS, preço do petróleo, crise financeira, guerras e concorrência das companhias de baixo custo, entre tantos outros fatores externos, serviram de pano de fundo para algo que faz parte das vicissitudes de qualquer empresa: má gestão e falta de liquidez para enfrentar a mudança. Concentremo-nos em três casos europeus recentes de companhias ditas “de bandeira” que fecharam as portas e no que, de facto, aconteceu. Poucos meses após a falência da Swissair, em 2001, constatou-se um fenómeno curioso: um número elevado de salões de beleza (manicure, pedicure, cabeleireiros) abriram igualmente falência. A razão é simples, mas só mais tarde seria compreendida: muitos desses salões sustentavam-se das assi...