Avançar para o conteúdo principal

Altice começa a cortar amarras com Armando Pereira e os seus gestores

 Foi em 2016 que a Altice começou a usar como fornecedores empresas ligadas ao cofundador português

Patrick Drahi (segundo a contar da esq.) tem-se vindo a afastar do acionista e cofundador da Altice, Armando Pereira (segundo a contar da dir.), que deixou de ser acionista da operadora. Alexandre Fonseca (primeiro à esq.), o braço-direito do investidor português, está com as funções suspensas. © Rui Duarte Silva


Quando, em 2015, a Altice comprou a Portugal Telecom, entrou a matar: impôs um corte de 30% aos fornecedores da operadora — grandes e pequenos, nacionais e internacionais, novos ou mais antigos. O mote estava dado, e as regras iriam mudar, os fornecedores seriam outros, muito deles empresas recém-criadas, a maioria delas com sede a norte, nomeadamente em Braga, distrito de origem do acionista português e cofundador da Altice, Armando Pereira, e do seu parceiro de negócios, Hernâni Vaz Antunes. Hoje estão detidos para interrogatório no âmbito da Operação Picoas, uma megainvestigação que envolve o Ministério Público e a Autoridade Tributária, por suspeita de terem estado envolvidos em operações que lesaram o Estado em €100 milhões e a Altice em €250 milhões (segundo a SIC). À hora de fecho desta edição da Economia ainda não se conheciam as medidas de coação.


Foi uma questão de tempo até desaguarem em Picoas novos negócios. À exceção da Visabeira, uma parte significativa dos fornecedores da PT saíram de cena, para paulatinamente e a partir de 2016 passarem a ser substituídos por novo fornecedores. Inicialmente foi nos trabalhos de expansão da rede de fibra ótica que as mudanças de peso se fizeram sentir, com a chegada a Picoas das construtoras de infraestruturas TNord Tech e Sudtel, empresas criadas em 2015 e ligadas Armando Pereira e a Hernâni Vaz Antunes. Abria-se um novo capítulo: seriam estas duas empresas que iriam esburacar o país de norte a sul e fazer chegar a fibra a milhões de casas portuguesas. Ganharam know-how e músculo para se lançarem para outras operações da Altice Internacional, cruzando inclusive o oceano e prestando serviços nas operações norte-americanas da casa-mãe, a Altice USA.


Semanário | Altice começa a cortar amarras com Armando Pereira e os seus gestores (expresso.pt)


Foi neste cenário ganhador Win-Win onde a Altice reduziu custos com fornecedores ao mesmo tempo que o amigo Hernani Vaz Antunes se tornava um dos principais fornecedores da Altice pela mão de Armando Pereira que o ministério público acusa de práticas lesivas ao Estado (arrecadação de impostos) e à própria Altice por mistura de negócios deixando a idéia que Armando Pereira estaria a cuidar mais do seu próprio interesse do que do interesse da sua empresa Altice que entretanto vendeu.

Apesar de ter alienado a sua posição na Altice, Armando Pereira, co-fundador da Altice, continuava a influenciar o processo decisório na Altice e é por isso que o ministério público levanta suspeitas.

Ora de tudo o que li até agora parece-me ser tudo verdade excepto que os interesses da Altice tivessem sido defraudados, se assim fosse ele não teria conseguido alienar a sua posição e manter influência na administração.

Naturalmente que agora, devido ao ministério público, vamos todos perder: a Altice, o Estado, Armando Pereira e Hernani Vaz Antunes: a Altice para salvar a sua reputação vai também acusar Armando Pereira de práticas menos correctas e diminuir ou cancelar os fornecimentos de Hernani Vaz Antunes e o Estado deixará de arrecadar receita com as exportações para a Altice internacional e Altice USA.

Assim o Ministério Público merece um premio ignóbil por ter feito um investigação de corrupção privada sem que o alegado lesado a tivesse pedido.

A Altice não pediu esta investigação porque não se sentiu lesada pois mesmo que Armando Pereira tenha metido dinheiro ao bolso, a Altice saiu beneficiada devido à boa gestão dele.

(comentário do Wilson).



Comentários

Notícias mais vistas:

Aeroporto: há novidades

 Nenhuma conclusão substitui o estudo que o Governo mandou fazer sobre a melhor localização para o aeroporto de Lisboa. Mas há novas pistas, fruto do debate promovido pelo Conselho Económico e Social e o Público. No quadro abaixo ficam alguns dos pontos fortes e fracos de cada projeto apresentados na terça-feira. As premissas da análise são estas: IMPACTO NO AMBIENTE: não há tema mais crítico para a construção de um aeroporto em qualquer ponto do mundo. Olhando para as seis hipóteses em análise, talvez apenas Alverca (que já tem uma pista, numa área menos crítica do estuário) ou Santarém (numa zona menos sensível) escapem. Alcochete e Montijo são indubitavelmente as piores pelas consequências ecológicas em redor. Manter a Portela tem um impacto pesado sobre os habitantes da capital - daí as dúvidas sobre se se deve diminuir a operação, ou pura e simplesmente acabar. Nem o presidente da Câmara, Carlos Moedas, consegue dizer qual escolhe... CUSTO DE INVESTIMENTO: a grande novidade ve...

Largo dos 78.500€

  Políticamente Incorrecto O melhor amigo serve para estas coisas, ter uns trocos no meio dos livros para pagar o café e o pastel de nata na pastelaria da esquina a outros amigos 🎉 Joaquim Moreira É historicamente possível verificar que no seio do PS acontecem repetidas coincidências! Jose Carvalho Isto ... é só o que está á vista ... o resto bem Maior que está escondido só eles sabem. Vergonha de Des/governantes que temos no nosso País !!! Ana Paula E fica tudo em águas de bacalhau (20+) Facebook

Ameaça quântica: Satoshi Nakamoto deixou um plano para salvar o Bitcoin

 Em 2010, o criador do Bitcoin antecipou os perigos que a computação quântica poderia trazer para o futuro da criptomoeda e apresentou sugestões para lidar com uma possível quebra do algoritmo de criptografia SHA-256. Ameaça quântica: Satoshi Nakamoto deixou um plano para salvar o Bitcoin Um novo avanço no campo da computação quântica deixou a comunidade de criptomoedas em alerta sobre a possibilidade de quebra do algoritmo de criptografia SHA-256 do Bitcoin BTC, comprometendo a integridade das chaves privadas e colocando os fundos dos usuários em risco. Em 9 de dezembro, o Google apresentou ao mundo o Willow, um chip de computação quântica capaz de resolver, em menos de cinco minutos, problemas computacionais insolúveis para os supercomputadores mais avançados em uso nos dias de hoje. Apesar do alarde, Satoshi Nakamoto, o visionário criador do Bitcoin, já antecipara a ameaça quântica e sugerira duas medidas para mitigá-la. Em uma postagem no fórum Bitcoin Talk em junho de 2010, Sa...