Avançar para o conteúdo principal

Cientistas alertam para regresso do El Niño com ondas de calor sem precedentes

 


Regresso deste fenómeno vai agravar o clima extremo mundial e tornar “muito provável” que as temperaturas aumentem 1,5ºC

Depois de 2022 ter sido o ano mais quente desde 1931 em Portugal e de 2016 ter sido o ano mais quente de sempre no mundo (impulsionado pelo El Niño), o próximo ano pode não ser muito diferente. 


De acordo com o The Guardian, os cientistas alertam que o fenómeno climático El Niño, que provoca o aquecimento anormal de uma gigantesca massa oceânica que cobre uma vasta área do oceano Pacífico Central e Oriental, vai regressar no final deste ano e fazer com que as temperaturas atinjam valores "fora do normal", causando ondas de calor sem precedentes.


Ou seja, o regresso deste fenómeno vai agravar o clima extremo mundial e tornar “muito provável” que as temperaturas aumentem 1,5ºC no mundo.


“É muito provável que o próximo grande El Niño nos possa levar a mais de 1,5°C. A probabilidade de ter o primeiro ano em 1,5°C no próximo período de cinco anos é agora de cerca de 50/50. Sabemos que, sob as alterações climáticas, os impactos dos eventos do El Niño vão ficar mais fortes, e temos de acrescentar isso aos efeitos das próprias alterações climáticas, que estão sempre a crescer. Juntando essas duas coisas, é provável que vejamos ondas de calor sem precedentes durante o próximo El Niño”, afirmou o professor Adam Scaife, chefe de previsão de longo alcance do serviço nacional de meteorologia do Reino Unido.


Nos últimos três anos, foram registados vários eventos consecutivos do fenómeno mais frio, La Niña. Agora, a chegada prevista do El Niño para o final de 2023 parece confirmar as previsões de que este será um ano mais quente do que 2022, que ficou nos registos anuais (ainda não fechados) como o quinto ou sexto mais quente do mundo desde que há registo. 


Para além disso, como o fenómeno acontecerá no final do ano, terá ainda efeitos em 2024, o que significa que também é provável que o próximo ano estabeleça um novo recorde de temperatura global.


Por sua vez, o professor James Hansen, da Universidade de Colômbia, em Nova Iorque, diz que é "improvável que a La Niña continue um quarto ano" e que, por isso, a previsão dá conta que "2024 seja provavelmente o ano mais quente de que há registo". 


O fenómeno El Niño-La Niña é a maior causa de diferenças climáticas de ano para ano em muitas regiões. De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, enquanto El Niño consiste "no aquecimento anómalo das águas superficiais do sector centro-leste do Oceano Pacífico, predominantemente na sua faixa equatorial" que "afeta o clima regional e global e a circulação geral da atmosfera", sendo "responsável por anos considerados secos ou muito secos" e "ocorre em intervalos médios de 4 anos e persiste de 6 a 15 meses", o fenómeno La Niña "corresponde ao arrefecimento anómalo das águas superficiais do Oceano Pacífico Central e Oriental formando o que vulgarmente se designa por «piscina de águas frias» nesse oceano".


"É um fenómeno natural que produz fortes mudanças na dinâmica geral da atmosfera, alternando o comportamento climático. Os ventos alísios mostram-se mais intensos que a média climatológica e as águas mais frias, que caracterizam o fenómeno, estendem-se numa faixa de largura de 10º de latitude ao longo do Equador, desde a costa peruana até aos 180º de longitude no Pacífico Central. Observa-se uma intensificação da pressão atmosférica no Pacífico Central e Oriental em relação à pressão atmosférica do pacífico Ocidental. O fenómeno La Niña não tem um desenvolvimento clássico. Atinge a intensidade máxima no final de cada ano e dissipa-se em meados do ano seguinte. No entanto, há casos em que a sua duração atinge 2 anos".


Cientistas alertam para regresso do El Niño com ondas de calor sem precedentes - CNN Portugal (iol.pt)


Comentário do Wilson:

Por motivos atronómicos deveríamos a estar a atravessar uma pequena era glaciar de 30 anos.

Apesar disso a temperatura na terra não tem diminuído, pelo contrário.

Nem quero imaginar o que acontecerá em 2040-2045 quando esta suposta mini era glaciar acabar.

.



Comentários

Notícias mais vistas:

Esta cidade tem casas à venda por 12.000 euros, procura empreendedores e dá cheques bebé de 1.000 euros. Melhor, fica a duas horas de Portugal

 Herreruela de Oropesa, uma pequena cidade em Espanha, a apenas duas horas de carro da fronteira com Portugal, está à procura de novos moradores para impulsionar sua economia e mercado de trabalho. Com apenas 317 habitantes, a cidade está inscrita no Projeto Holapueblo, uma iniciativa promovida pela Ikea, Redeia e AlmaNatura, que visa incentivar a chegada de novos residentes por meio do empreendedorismo. Para atrair interessados, a autarquia local oferece benefícios como arrendamento acessível, com valores médios entre 200 e 300 euros por mês. Além disso, a aquisição de imóveis na região varia entre 12.000 e 40.000 euros. Novas famílias podem beneficiar de incentivos financeiros, como um cheque bebé de 1.000 euros para cada novo nascimento e um vale-creche que cobre os custos da educação infantil. Além das vantagens para famílias, Herreruela de Oropesa promove incentivos fiscais para novos moradores, incluindo descontos no Imposto Predial e Territorial Urbano (IBI) e benefícios par...

"A NATO morreu porque não há vínculo transatlântico"

 O general Luís Valença Pinto considera que “neste momento a NATO morreu” uma vez que “não há vínculo transatlântico” entre a atual administração norte-americana de Donald Trump e as nações europeias, que devem fazer “um planeamento de Defesa”. “Na minha opinião, neste momento, a menos que as coisas mudem drasticamente, a NATO morreu, porque não há vínculo transatlântico. Como é que há vínculo transatlântico com uma pessoa que diz as coisas que o senhor Trump diz? Que o senhor Vance veio aqui à Europa dizer? O que o secretário da Defesa veio aqui à Europa dizer? Não há”, defendeu o general Valença Pinto. Em declarações à agência Lusa, o antigo chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, entre 2006 e 2011, considerou que, atualmente, ninguém “pode assumir como tranquilo” que o artigo 5.º do Tratado do Atlântico Norte – que estabelece que um ataque contra um dos países-membros da NATO é um ataque contra todos - “está lá para ser acionado”. Este é um dos dois artigos que o gener...

Armazenamento holográfico

 Esta técnica de armazenamento de alta capacidade pode ser uma das respostas para a crescente produção de dados a nível mundial Quando pensa em hologramas provavelmente associa o conceito a uma forma futurista de comunicação e que irá permitir uma maior proximidade entre pessoas através da internet. Mas o conceito de holograma (que na prática é uma técnica de registo de padrões de interferência de luz) permite que seja explorado noutros segmentos, como o do armazenamento de dados de alta capacidade. A ideia de criar unidades de armazenamento holográficas não é nova – o conceito surgiu na década de 1960 –, mas está a ganhar nova vida graças aos avanços tecnológicos feitos em áreas como os sensores de imagem, lasers e algoritmos de Inteligência Artificial. Como se guardam dados num holograma? Primeiro, a informação que queremos preservar é codificada numa imagem 2D. Depois, é emitido um raio laser que é passado por um divisor, que cria um feixe de referência (no seu estado original) ...