Investigadores afirmam ter aperfeiçoado um processo de fotossíntese artificial que permite às plantas crescer não só de forma mais eficiente, mas também sem qualquer iluminação, completamente às escuras
O processo de fotossíntese artificial não é algo de novo, sendo já bastante mais eficiente do que o congénere natural. Na Natureza, este é o processo pelo qual as plantas absorvem 3 a 6% da luz solar a que estão expostas e prosperam, ajudando a manter a vida na Terra. Os processos artificiais pressupõem o uso, por exemplo, de folhas artificiais para dar origem a um leque alargado de produtos, desde combustível de hidrogénio, alternativas ao plástico ou moléculas de drogas.
Agora, uma equipa da Universidade da Califórnia usou o processo para criar acetado, o principal componente do vinagre, que foi depois fornecido às plantas como fonte de carbono, contornando a fotossíntese natural. A equipa testou a técnica em diversas plantas e micróbios produtores de comida como algas, fungos micelares, tomate, tabaco, arroz e ervilhas. Dentro deste meio de acetato, todas as plantas cresceram e, em alguns casos, até de forma mais eficiente do que na alternativa natural, como foi o exemplo das algas que cresceram quatro vezes melhor, explica o New Atlas.
A inovação vai poder mudar o paradigma de como se alimentam as populações. Marcus Harland Dunaway, co-autor do estudo publicado agora na Nature Food, afirma que “descobrimos que um vasto leque de culturas consegue aceitar o acetato que fornecemos e introduzi-lo nos grandes blocos moleculares construtores de que os organismos precisam para crescer e prosperar (…) Com alguma cultura e engenharia em que estamos a trabalhar, podemos ser capazes de desenvolver culturas com acetato como forma de energia extra para aumentar o rendimento”.
Robert Jinkerson, outro autor, explica que “ao aumentar a eficiência da produção de comida, vão ser precisos menos terrenos, minimizando o impacto da agricultura no meio ambiente. E para a agricultura em meios menos tradicionais, como no espaço, um aumento de eficiência energética permite alimentar mais membros da tripulação com menos necessidades de energia”.
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