O boicote dos polícias fez cair para metade as multas de trânsito, numa redução de 55% das coimas em 2017. Lisboa, Porto, Setúbal e Faro estão entre os 10 distritos com mais multas.
Em 2017, a PSP, GNR e entidades municipais ou concessionários passaram menos 5,4 milhões de multas de trânsito comparativamente a 2016, segundo dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), avançados ao Jornal de Notícias pelo Ministério da Administração Interna (MAI).
A diminuição de multas de trânsito de 9 784 913 para 4 393 257 não é explicada pelo MAI, mas os representantes associativos da PSP e da GNR adiantam que um dos motivos foi a “postura mais compreensiva” dos agentes – a resposta “olho por olho, dente por dente” à não satisfação das reivindicações “remuneratórias e de condições de trabalho” por parte do Governo.
Paulo Rodrigues, da Associação dos Profissionais da Polícia, diz ao JN que estes números se justificam devido à insatisfação dos polícias. “É normal algum facilitismo no trânsito”, explica. Já da parte da GNR, César Nogueira, refere que “o desânimo dos guardas reflete-se nas multas que passam ou não”.
Os sindicalistas admitem assim a possibilidade de uma espécie de boicote às multas, sublinhando que muitos agentes da autoridade estão a avisar os condutores antes de estacionarem num local proibido, por exemplo, ao invés de esperar que o condutor estacione para depois o multar.
Na origem da diminuição do número de multas não está uma melhoria na condução. Esta é a opinião de José Manuel Trigoso, da Prevenção Rodoviária Portuguesa, que adianta que “em 2017 houve um aumento do número de acidentes e de vítimas mortais, bem como dos feridos graves e ligeiros”.
“Só pode ser fruto de uma menor intensidade da fiscalização e isso é muito perigoso, porque traz consequências. Todos os estudos dizem que um afrouxar da fiscalização provoca um aumento da sinistralidade”, diz José Manuel Trigoso.
Além disso, os sindicalistas acreditam que outra das explicações pode dever-se ao facto de existirem menos guardas, havendo, por isso, menos fiscalização.
De acordo com os números avançados pelo MAI ao jornal, as multas passadas no ano passado terão rendido 27,3 milhões de euros. Menos multas irá resultar em menos rendimento aos cofres do Estado e instituições: menos 2,5 milhões em 2017, comparativamente com 2016.
https://zap.aeiou.pt/menos-multas-vinganca-governo-194256
Em 2017, a PSP, GNR e entidades municipais ou concessionários passaram menos 5,4 milhões de multas de trânsito comparativamente a 2016, segundo dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), avançados ao Jornal de Notícias pelo Ministério da Administração Interna (MAI).
A diminuição de multas de trânsito de 9 784 913 para 4 393 257 não é explicada pelo MAI, mas os representantes associativos da PSP e da GNR adiantam que um dos motivos foi a “postura mais compreensiva” dos agentes – a resposta “olho por olho, dente por dente” à não satisfação das reivindicações “remuneratórias e de condições de trabalho” por parte do Governo.
Paulo Rodrigues, da Associação dos Profissionais da Polícia, diz ao JN que estes números se justificam devido à insatisfação dos polícias. “É normal algum facilitismo no trânsito”, explica. Já da parte da GNR, César Nogueira, refere que “o desânimo dos guardas reflete-se nas multas que passam ou não”.
Os sindicalistas admitem assim a possibilidade de uma espécie de boicote às multas, sublinhando que muitos agentes da autoridade estão a avisar os condutores antes de estacionarem num local proibido, por exemplo, ao invés de esperar que o condutor estacione para depois o multar.
Na origem da diminuição do número de multas não está uma melhoria na condução. Esta é a opinião de José Manuel Trigoso, da Prevenção Rodoviária Portuguesa, que adianta que “em 2017 houve um aumento do número de acidentes e de vítimas mortais, bem como dos feridos graves e ligeiros”.
“Só pode ser fruto de uma menor intensidade da fiscalização e isso é muito perigoso, porque traz consequências. Todos os estudos dizem que um afrouxar da fiscalização provoca um aumento da sinistralidade”, diz José Manuel Trigoso.
Além disso, os sindicalistas acreditam que outra das explicações pode dever-se ao facto de existirem menos guardas, havendo, por isso, menos fiscalização.
De acordo com os números avançados pelo MAI ao jornal, as multas passadas no ano passado terão rendido 27,3 milhões de euros. Menos multas irá resultar em menos rendimento aos cofres do Estado e instituições: menos 2,5 milhões em 2017, comparativamente com 2016.
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