Quatro novos estudos, baseados em dados fornecidos pela sonda espacial Juno, revelam detalhes surpreendentes sobre a dinâmica e estrutura do interior de Júpiter.
Até ao momento, pouco se sabia sobre o que se encontra no interior daquele que é o maior planeta do Sistema Solar. Dados fornecidos pela sonda espacial Juno, que se encontra na órbita de Júpiter desde 2016, estão a revelar dados surpreendentes sobre a dinâmica e estrutura do interior deste planeta.
Pouco se sabia, pelo menos até agora, o que escondiam as densas nuvens vermelhas, castanhas, brancas e amarelas de Júpiter.
“A Juno foi concebida para olhar além dessas nuvens” disse Yohai Kaspi, professor de ciências planetárias no Instituto de Ciência Weizmann, em Israel, que liderou uma parte da investigação apoiada nas novas medições sobre a gravidade em Júpiter, obtidas pela sonda da NASA.
Segundo Luciano Less, engenheiro aeroespacial da Universidade Sapienza de Roma (Itália), que também coordenou uma parte do trabalho, os investigadores só tinham conseguido “obter informação a partir da órbita de Júpiter”, um planeta gasoso sem qualquer superfície sólida.
De acordo com o Público, a equipa de Less dedicou-se a estudar as informações de Juno sobre o campo gravitacional de Júpiter que varia de um polo para outro do planeta. Os dados foram analisados e publicados em quatro estudos na Nature.
A equipa, liderada por Alberto Adriani, do Instituto de Astrofísica e Planetologia Espacial em Roma e principal autor de um artigo, chegou à conclusão que os conhecidos ciclones nos polos de Júpiter formam padrões poligonais persistentes.
No polo Norte, oito ciclones circumpolares rodam em torno de um único ciclone, enquanto o ciclone polar Sul é rodeado por cinco desses ciclones. No entanto, apesar de agora sabermos que estão lá, as origens destes ciclones e a forma como persistem sem se fundirem permanecem desconhecidas.
Além disso, os dados mostram que à medida que passamos a superfície em direção ao interior, o gás de Júpiter (é composto 99% por hidrogénio e hélio) torna-se ionizado e transforma-se num líquido metálico quente e denso.
O seu interior mais profundo é composto por uma mistura de hidrogénio fluido com hélio, que roda como se fosse um corpo sólido. “O centro pode conter um núcleo feito de rochas de alta pressão e alta temperatura e talvez água, mas acredita-se que seja fluido, não sólido”, afirma Tristan Guillot, cientista da Universidade de Côte d’Azur, em Nice, França.
Foi também verificada uma ligeira assimetria entre entre o campo gravitacional dos hemisférios Norte e Sul, graças às correntes de jatos do planeta, que estão associadas às riscas que caracterizam a sua superfície. Segundo Kaspi, quanto mais profundos os fluxos, mais massa têm.
Júpiter é o maior planeta do Sistema Solar. Mede cerca de 143 mil quilómetros de diâmetro no seu equador, sendo grande o suficiente para que nele caibam 1300 Terras.
https://zap.aeiou.pt/nasa-interior-jupiter-194714
Até ao momento, pouco se sabia sobre o que se encontra no interior daquele que é o maior planeta do Sistema Solar. Dados fornecidos pela sonda espacial Juno, que se encontra na órbita de Júpiter desde 2016, estão a revelar dados surpreendentes sobre a dinâmica e estrutura do interior deste planeta.
Pouco se sabia, pelo menos até agora, o que escondiam as densas nuvens vermelhas, castanhas, brancas e amarelas de Júpiter.
“A Juno foi concebida para olhar além dessas nuvens” disse Yohai Kaspi, professor de ciências planetárias no Instituto de Ciência Weizmann, em Israel, que liderou uma parte da investigação apoiada nas novas medições sobre a gravidade em Júpiter, obtidas pela sonda da NASA.
Segundo Luciano Less, engenheiro aeroespacial da Universidade Sapienza de Roma (Itália), que também coordenou uma parte do trabalho, os investigadores só tinham conseguido “obter informação a partir da órbita de Júpiter”, um planeta gasoso sem qualquer superfície sólida.
De acordo com o Público, a equipa de Less dedicou-se a estudar as informações de Juno sobre o campo gravitacional de Júpiter que varia de um polo para outro do planeta. Os dados foram analisados e publicados em quatro estudos na Nature.
A equipa, liderada por Alberto Adriani, do Instituto de Astrofísica e Planetologia Espacial em Roma e principal autor de um artigo, chegou à conclusão que os conhecidos ciclones nos polos de Júpiter formam padrões poligonais persistentes.
No polo Norte, oito ciclones circumpolares rodam em torno de um único ciclone, enquanto o ciclone polar Sul é rodeado por cinco desses ciclones. No entanto, apesar de agora sabermos que estão lá, as origens destes ciclones e a forma como persistem sem se fundirem permanecem desconhecidas.
Além disso, os dados mostram que à medida que passamos a superfície em direção ao interior, o gás de Júpiter (é composto 99% por hidrogénio e hélio) torna-se ionizado e transforma-se num líquido metálico quente e denso.
O seu interior mais profundo é composto por uma mistura de hidrogénio fluido com hélio, que roda como se fosse um corpo sólido. “O centro pode conter um núcleo feito de rochas de alta pressão e alta temperatura e talvez água, mas acredita-se que seja fluido, não sólido”, afirma Tristan Guillot, cientista da Universidade de Côte d’Azur, em Nice, França.
Foi também verificada uma ligeira assimetria entre entre o campo gravitacional dos hemisférios Norte e Sul, graças às correntes de jatos do planeta, que estão associadas às riscas que caracterizam a sua superfície. Segundo Kaspi, quanto mais profundos os fluxos, mais massa têm.
Júpiter é o maior planeta do Sistema Solar. Mede cerca de 143 mil quilómetros de diâmetro no seu equador, sendo grande o suficiente para que nele caibam 1300 Terras.
https://zap.aeiou.pt/nasa-interior-jupiter-194714
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