Avançar para o conteúdo principal

O táxi aéreo de Larry Page já voa na Nova Zelândia

Os táxis aéreos não são propriamente uma novidade. Muitas empresas de mobilidade urbana já investem na promissora tecnologia, e até mesmo quem não faz parte do setor já se adiantou na corrida.

É o caso de Larry Page, co-fundador da Google e agora presidente-executivo da Alphabet. A sua startup, a Kitty Hawk, está a testar um protótipo de táxi aéreo na Nova Zelândia desde outubro do ano passado.

O projeto foi mantido sob sigilo até agora. O objeto voador era visto a mover-se pelos céus da ilha, com um formato que remete a um cruzamento entre um drone e um pequeno avião, contando ainda com uma série de pequenas lâminas de rotor ao longo de cada asa, que lhe permite descolar como um helicóptero, e depois voar como um avião: um verdadeiro híbrido.

A Kitty Hawk, liderada por Sebastian Thrun – que ajudou a iniciar a unidade autónoma do carro da Google como diretor do Google X -, batizou o novo tipo de táxi aéreo totalmente elétrico de Cora e, como descrito até aqui, o projeto parece ser diferente de tudo o que já foi mostrado, apresentando-se como uma das propostas mais ambiciosas dos últimos tempos.


Em três anos, toda a locomoção aérea pode mudar
Para começar, Page pretende iniciar uma rede de táxis aéreos autónomos antes dos seus concorrentes. Para não chamar a atenção das outras empresas, os testes com o Cora foram realizados na Nova Zelândia como um projeto secreto, dirigido por uma empresa chamada Zephyr Airworks.

Agora que o projeto veio a público, Larry Page e a primeira ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, pretendem fechar um acordo para testar as propostas da Kitty Hawk de forma a firmar uma aprovação regulatória e, assim, posteriormente criar uma rede comercial de produção de táxis voadores na Nova Zelândia dentro de um período de três anos – o que marca um enorme avanço na expansão desta tecnologia.

Kitty Hawk


O táxi voador de Larry Page já voa nos céus da Nova Zelândia

De acordo com o New York Times, Ardern afirmou num e-mail que a decisão de trabalhar com a Kitty Hawk foi para enviar uma mensagem ao mundo de que as portas estão abertas a pessoas com ótimas ideias, e que pretendam transformá-las em realidade.

“Temos o objetivo ambicioso de liquidar a produção de gás carbono na Nova Zelândia até 2050”, acrescenta a primeira-ministra, e, considerando que o Cora é totalmente elétrico, “projetos emocionantes como este serão parte deste feito”.

Expansão para outros países
Nos Estados Unidos, este movimento representa um grande desafio para os reguladores, em particular para a Administração Federal de Aviação.

A organização permite que sejam feitos testes em veículos autónomos sob a sua jurisdição, mas não existe ainda uma lei que permita que os mesmos sejam certificados e comercializados. Por sinal, regras paras as recentes tecnologias foram adotadas há pouco tempo pela agência.

Noutros países, a permissão para voos não tripulados tem sido menos restritiva, em especial no Médio Oriente e em África. Estes locais, inclusive, parecem dispostos a adotar a tecnologia assim que esta seja oficialmente lançada no mercado, mesmo com a atual situação de regulamentação para transportes aéreos nestes países.

A Nova Zelândia, por sua vez, tem abraçado um regime de regulamentação mais considerativo e focado na segurança, o que permitirá criar regras que poderão ser tidas como um modelo a ser seguido nos outros países.

A situação também deve melhorar para a Kitty Hawk quando as demais companhias que estão a investir no segmento lançarem as suas propostas e estas, por tabela, forem financiadas e comercializadas também.

A Boeing, por exemplo, adquiriu a Aurora Flight Sciences em novembro do ano passado, enquanto que a Airbus fez um investimento há duas semanas na Blade – uma empresa de aviação sediada em Nova Iorque.

O Dubai por sua vez formou uma aliança com a EHang, uma empresa chinesa. E a Uber tem uma divisão inteira virada para a área, a Uber Elevate. Isto sem contar os rumores de que outras empresas associadas a Page também estão a fazer testes noutros locais, igualmente em sigilo.

A própria Zephyr, configurada posteriormente pela Kitty Hawk de Page possui algumas inconsistências na história, que traçam as origens diretamente a Fred Reid, um executivo cujo nome está associado a diversas outras companhias do ramo, tais como a Zee Aero, Virgin America, Delta Air Lines e Star Alliance, entre outras.

A Cora possui uma envergadura de quase 11 metros e doze rotores alimentados por baterias que lhe permitem levantar voo de maneira semelhante a um helicóptero, e então descer como um avião.

É então normal que o caso da regulamentação dos táxis aéreos na Nova Zelândia – e os testes feitos em segredo há meses – produza alguma agitação por algum tempo.

Detalhes da Cora
Em entrevista, Reid comentou que utilizar o pioneirismo da Nova Zelândia na comercialização de serviços autónomos de táxis foi uma mudança radical e um grande avanço no setor.

A Kitty Hawk já está, inclusive, a trabalhar numa aplicação que vai permitir que os clientes consultem o serviço de mobilização pelos céus.

A aeronave conhecida como Cora pode fazer viagens de quase 100 quilómetros e transportar dois passageiros a uma altura de até 914 metros, aproximadamente.

Embora os ventos soprem aparentemente a favor de Page e da sua curiosa ambição, isto não quer dizer que tudo dará certo e que em breve a população passará a utilizar táxis aéreos em vez de aviões e carros.

Ainda pode demorar um pouco até este tipo de transporte ser realmente efetivado, num futuro digno de obras de ficção científica.

https://zap.aeiou.pt/taxi-aereo-larry-page-195442

Comentários

Notícias mais vistas:

Constância e Caima

  Fomos visitar Luís Vaz de Camões a Constância, ver a foz do Zêzere, e descobrimos que do outro lado do arvoredo estava escondida a Caima, Indústria de Celulose. https://www.youtube.com/watch?v=w4L07iwnI0M&list=PL7htBtEOa_bqy09z5TK-EW_D447F0qH1L&index=16

“Não vale a pena ir porque eles não saem”: GNR ‘de mãos atadas’ com casal que ocupa segunda casa no concelho de Almada

 O casal que invadiu uma casa no Funchalinho, no concelho de Almada, voltou a invadir ilegalmente outra habitação, a cerca de um quilómetro da primeira, revelou esta quarta-feira o ‘Correio da Manhã’. O proprietário foi “alertado por um vizinho para a ocupação”, relatou. Tal como na primeira casa, o casal de ‘ocupas’, com filhos menores, ‘limpou’ a casa e colocou os seus pertences no interior da mesma, tendo feito uma puxada da eletricidade e utilizando a água dos vizinhos. O proprietário fez queixa na GNR da Charneca de Caparica e pediu acompanhamento policial com medo de represálias. “Disseram-me que não valia a pena irem lá comigo porque eles não iam sair”, indicou a vítima, revelando sentir-se “desamparado e abandonado pela lei e as forças de autoridade”. “Nunca pensei viver uma situação destas. É frustrante. Invadem a nossa casa e nada podemos fazer”, salientou o proprietário. De acordo com o jornal diário, a GNR não despejou os ‘ocupas’ devido à ausência de flagrante delito. ...

Armazenamento holográfico

 Esta técnica de armazenamento de alta capacidade pode ser uma das respostas para a crescente produção de dados a nível mundial Quando pensa em hologramas provavelmente associa o conceito a uma forma futurista de comunicação e que irá permitir uma maior proximidade entre pessoas através da internet. Mas o conceito de holograma (que na prática é uma técnica de registo de padrões de interferência de luz) permite que seja explorado noutros segmentos, como o do armazenamento de dados de alta capacidade. A ideia de criar unidades de armazenamento holográficas não é nova – o conceito surgiu na década de 1960 –, mas está a ganhar nova vida graças aos avanços tecnológicos feitos em áreas como os sensores de imagem, lasers e algoritmos de Inteligência Artificial. Como se guardam dados num holograma? Primeiro, a informação que queremos preservar é codificada numa imagem 2D. Depois, é emitido um raio laser que é passado por um divisor, que cria um feixe de referência (no seu estado original) ...