Avançar para o conteúdo principal

Ucrânia: Detenções “violentas” na Rússia de milhares de manifestantes anti-guerra



 As autoridades russas prenderam de forma "arbitrária e violenta" milhares de manifestantes pacíficos contra guerra na Ucrânia, em várias cidades da Rússia, denunciou a Human Rights Watch


As autoridades russas prenderam de forma “arbitrária e violenta” milhares de manifestantes pacíficos contra guerra na Ucrânia, em várias cidades da Rússia, denunciou a Human Rights Watch (HRW).


Em comunicado, a HRW acusa a polícia russa de ter usado força excessiva na detenção dos manifestantes e de, em vários casos, ter infligido aos detidos abusos que equivalem a torturas ou tratamentos desumanos e degradantes, situação que foi relatada pela organização não-governamental (ONG) russa OVD-Info, especializada em monitorizar manifestações.


De acordo com a ONG russa OVD-Info, 13.500 pessoas foram detidas de forma arbitrária desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro, entre as quais 113 crianças.


Só no domingo, segundo esta ONG, a polícia deteve cerca de 5.000 pessoas durante protestos pacíficos em 69 cidades da Rússia.


Já na terça-feira, data em que se assinalou o Dia Internacional da Mulher, dezenas de manifestantes foram detidos.


“As autoridades russas continuam a negar às pessoas o direito à liberdade de reunião e a sufocar as vozes daqueles que discordam da guerra da Rússia na Ucrânia”, sublinhou o diretor da Europa e da Ásia Central na HRW, Hugh Williamson, observando que a “escalada da violência policial ilustra a tentativa para intimidar e silenciar a dissidência”.


Segundo a HRW, as autoridades russas têm “reprimido vigorosamente” as manifestações públicas contra a guerra, recorrendo ao bloqueio e criminalização dos meios de comunicação independentes e de quem apela ao fim do conflito bélico.


Para impedir qualquer crítica, as autoridades russas aprovaram na sexta-feira uma lei que proíbe “informações falsas” sobre as atividades do exército russo na Ucrânia. De acordo com esta lei, as penas variam de multa a 15 anos de prisão.


Aqueles que se manifestarem ou convocarem manifestações contra a presença militar russa na Ucrânia também serão multados, de acordo com um novo artigo do código administrativo que proíbe ações públicas “desacreditando as forças armadas”.


Se repetidos, esses crimes podem ser punidos com até três anos de prisão.


Nos últimos anos, dezenas de manifestantes também foram condenados a duras penas de prisão por “violência contra a polícia”, motivos considerados por muitas ONG inventados ou altamente exagerados.


A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 2,1 milhões de pessoas para os países vizinhos — o êxodo mais rápido na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, de acordo com os mais recentes dados da ONU.


A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional e muitos países e organizações impuseram sanções à Rússia que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.


A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 14.º dia, provocou um número ainda por determinar de mortos e feridos, que poderá ser da ordem dos milhares, segundo várias fontes.


Embora admitindo que “os números reais são consideravelmente mais elevados”, a ONU confirmou hoje a morte de pelo menos 516 civis, entre os quais 41 crianças


Visão | Ucrânia: Detenções "violentas" na Rússia de milhares de manifestantes anti-guerra (sapo.pt)


Comentários

Notícias mais vistas:

Avião onde viajava Von der Leyen afetado por interferência de GPS da Rússia

 O GPS do avião onde viajava a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, foi afetado por uma interferência que as autoridades suspeitam ser de origem russa, no domingo, forçando uma aterragem com mapas analógicos. Não é claro se o avião seria o alvo deliberado. A aeronave aterrou em segurança no Aeroporto Internacional de Plovdiv, no sul da Bulgária, sem ter de alterar a rota. "Podemos de facto confirmar que houve bloqueio do GPS", disse a porta-voz da Comissão Europeia, Arianna Podesta, numa conferência de imprensa em Bruxelas. "Recebemos informações das autoridades búlgaras de que suspeitam que se deveu a uma interferência flagrante da Rússia". A região tem sofrido muitas destas atividades, afirmou o executivo comunitário, acrescentando que sancionou várias empresas que se acredita estarem envolvidas. O governo búlgaro confirmou o incidente. "Durante o voo que transportava a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para Plovdiv, o s...

O maior aliado da Rússia a defender a Ucrânia: eis a proposta de Trump

 Proposta de Trump foi apresentada aos aliados e à Ucrânia na reunião na Casa Branca. A ideia não caiu nada bem, até porque já tinha sido sugerida anteriormente por Putin. Tropas norte-americanas nunca farão parte das garantias de segurança a dar à Ucrânia e isso já se sabia, mas a proposta do presidente dos Estados Unidos é, no mínimo, inquietante para Kiev, já que passa por colocar soldados amigos da Rússia a mediar o conflito. De acordo com o Financial Times, que cita quatro fontes familiarizadas com as negociações, o presidente dos Estados Unidos sugeriu que sejam destacadas tropas chinesas como forças da paz num cenário pós-guerra. Uma proposta que, segundo as mesmas fontes, vai ao encontro do que Vladimir Putin sugeriu, até porque a China é um dos mais fortes aliados da Rússia, mesmo que tenha mantido sempre uma postura ambígua em relação ao que se passa na Ucrânia. A proposta de Trump passa por convidar a China a enviar pacificadores que monitorizem a situação a partir de um...

Maduro diz que 4.200 soldados americanos estão prontos para invadir a Venezuela

O presidente venezuelano garante ter declarado a "preparação máxima" do exército venezuelano face a uma hipotética ameaça da marinha americana, tendo mesmo apontado para a presença de armas nucleares do lado de Washington. Nicolás Maduro afirma que estão a manter "todos os canais diplomáticos abertos" perante a escalada diplomática e bélica que a Venezuela e os Estados Unidos vivem há semanas. O líder bolivariano diz que os canais estão "quebrados" perante o reagrupamento de forças norte-americanas que está a ocorrer em torno da costa venezuelana, como confirmam vários meios de comunicação norte-americanos. "Oito navios militares com 1.200 mísseis e um submarino nuclear têm a Venezuela como alvo", garantiu Maduro. "Eles quiseram avançar para o que chamam de pressão militar máxima (...) e nós declarámos a máxima preparação para a defesa da Venezuela". Maduro descreveu os acontecimentos como a maior ameaça militar que o país caribenho enf...