Equipa da empresa de Redmond descreve um método para criar um ‘gravador’ de dados em ADN à nanoescala. Avanço aproxima-nos de uma nova solução para aumentar a capacidade de armazenamento de dados
No mundo atual, são criados 2,5 milhões de gigabytes de dados por dia e, com o passar dos anos, esta produção aumentará de forma exponencial. É fácil perceber que a Humanidade está a deparar-se com um desafio para conseguir guardar toda esta informação, principalmente quando a capacidade de produção de dados é maior do que a de produção de suportes de armazenamento.
Além de serem necessários novos métodos de armazenamento, é preciso que estes sejam também robustos e densos, conseguindo guardar-se mais informação em menos espaço. Uma das abordagens mais promissoras é a utilização do ADN, com as suas quatro bases químicas (ATGC). Os cientistas estimam que seja possível usar ADN para converter os uns e zeros do armazenamento de dados ‘tradicional’ para estas quatro letras, abrindo caminho à possibilidade de se guardarem dados mais complexos.
O novo trabalho da Microsoft, em parceria com o MISL (Molecular Information Systems Laboratory da Universidade de Washington), descreve a criação de um gravador de dados em ADN à nanoescala com o qual se conseguem atingir densidades de 25 x 10 ^ 6 sequências por centímetro quadrado, o equivalente a três ordens de magnitude mais densas do que anteriormente. O feito é assinalável por marcar a primeira indicação de se atingir as velocidades mínimas para escrita em ADN, explica o Gizmodo.
Acredita-se que o ADN tem uma capacidade de armazenamento de 1 exabyte, ou mil milhões de gigabytes, por polegada quadrada, um volume muitas vezes superior (em capacidade de armazenamento) ao melhor método atual, as cassetes LTO (de Linear Type-Open).
A International Data Corporation prevê que em 2024 haja uma necessidade de arquivo de nove zettabytes de armazenamento (segundo a Microsoft, um zettabyte seria necessário se o Windows 11 fosse descarregado para 15 mil milhões de aparelhos) e, usando os métodos atuais, precisaríamos de milhões de cassetes de fitas magnéticas para o conseguir. Com a abordagem do ADN, este volume pode ser guardado numa área do tamanho de um frigorífico apenas.
Outra vantagem desta proposta é os dados em ADN poderem, em teoria, ficar armazenados durante milhares de anos.
Apesar dos avanços agora registados, há ainda bastante complexidade tecnológica que tem de ser ultrapassada, além da questão dos custos, com este tipo de armazenamento a apresentar-se ainda bastante caro.
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