Portugal integra o top 20 mundial dos países que mais adotaram a "nova economia", baseada em transações com criptomoedas.
Portugal brilha nos rankings sobre utilização e adoção de negócios baseados em criptomoedas na Europa. Os dados mais recentes colocam o país entre os que mais estão a abraçar a nova economia, baseada em finanças descentralizadas (DeFi).
Esta tendência não se regista apenas em Portugal mas é alargada a toda a região do Centro, Norte e Ocidente da Europa, segundo o "Relatório - Geografia de Criptomoedas em 2021", da Chainalysis, que faz uma análise de tendências geográficas sobre a adoção e uso de criptomoeda, divulgado no passado mês de outubro. "Esta região tornou-se o maior mercado de criptomoedas do mundo, e o seu crescimento no último ano foi amplamente impulsionado por investidores institucionais e outros tubarões que estão a migrar para o DeFi", diz o relatório.
Portugal é, por exemplo, líder na Europa na utilização de finanças descentralizadas baseadas na plataforma da Ethereum - a segunda moeda mais valiosa do mundo a seguir à bitcoin. Cerca de 70% do volume de transações em criptomoedas em Portugal foi feito com base na Ethereum, no período entre julho de 2020 e junho deste ano. Seguiram-se as transações com base em altcoins (moedas alternativas à bitcoin) e stablecoins (moedas estáveis, que estão indexadas a um ativo ou conjunto de ativos). Em quarto lugar estão as transações com base em bitcoin. De resto, o relatório frisa que "o uso de stablecoins é consistentemente entre 25% e 30% de todo o volume de transações na maioria dos países, exceto para casos como o Mónaco, onde as stablecoins respondem por 39% da atividade".
O relatório também identifica quais os países da região que estão a impulsionar a maior atividade de criptomoeda. Portugal ocupa neste ranking a nona posição, em termos de valor recebido, com um montante global de cerca de 30 mil milhões de dólares. Mas ocupa a oitava posição em termos de valor recebido através de protocolos de DeFi. O ranking é liderado pelo Reino Unido, seguido pela França e Alemanha.
A nível mundial, Portugal integra mesmo o top 20 dos países que adotaram as finanças descentralizadas. Portugal ocupa a 18.ª posição neste ranking, ficando atrás do Brasil, mas à frente do território de Hong Kong.
Em termos globais, segundo o mesmo relatório, a adoção mundial de criptomoedas disparou "mais de 880%", com as plataformas peer-to-peer a impulsionar a utilização de criptomoedas nos mercados emergentes. "Os nossos dados mostram que os cidadãos de mais e mais países em todo o mundo estão a mergulhar nas criptomoedas ou a assistirmos a um aumento da sua adoção", refere.
O objetivo deste índice "é fornecer uma medida objetiva de quais os países que apresentam os níveis mais altos de adoção de criptomoeda". O índice é elaborado de forma a "destacar os países com a maior adoção de criptomoeda por pessoas comuns e focar em casos de uso relacionado com transações e poupança individual, ao invés de comércio e especulação". Neste ranking, o país com maior nível de adoção é o Vietname, seguido pela Índia e pelo Paquistão. "A nossa pesquisa sugere que as razões para este aumento da adoção difere ao redor do mundo", frisa o estudo.
"Em mercados emergentes, muitos voltam-se para criptomoedas para preservar as suas poupanças face à desvalorização da moeda, para enviar e receber remessas e realizar transações comerciais", acrescenta. Já na América do Norte, Europa Ocidental e Ásia Oriental, "por outro lado, a adoção no ano passado foi impulsionada em grande parte pelo investimento institucional".
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