Avançar para o conteúdo principal

Braga inventa o futuro do carro com e sem condução autónoma



 Graças à parceria com a Universidade do Minho, a empresa alemã já fatura mais de 300 milhões de euros por ano com as soluções para a indústria automóvel. O Dinheiro Vivo foi conhecer algumas das novidades para os próximos anos.


O Altice Fórum Braga foi transformado nesta terça-feira numa feira do futuro do automóvel. O espaço foi ocupado pela Bosch para mostrar algumas das invenções produzidas em conjunto com a Universidade do Minho. Graças ao investimento de 165 milhões de euros, já foram registadas 77 patentes e criados mais de 750 novos postos de trabalho. As novas invenções também contribuem para que a Bosch fature mais de mil milhões de euros, dos quais mais de 300 milhões têm origem nas soluções tecnológicas para a indústria automóvel.


Na parte exterior da sala de espetáculos foi possível conhecer algumas das novas soluções inventadas em Braga e que dentro de alguns anos poderão ser equipadas nos automóveis autónomos. Algumas das novas ferramentas também poderão ser instaladas em automóveis mais antigos.


A solução que mais saltou à vista está ligada à tecnologia V2x, para facilitar a comunicação segura entre veículos. A Bosch garante que a recolha de informação dos sensores do carro pode prevenir situações perigosas.


Exemplo disso são as situações em que um carro está estacionado junto à passadeira e aproxima-se um automóvel que não consegue ver o peão. Habitualmente, é necessário cuidado redobrado. Só que a tecnologia inventada em Portugal permite ao carro estacionado na berma usar a câmara interior para detetar o peão que tenta atravessar e avisar os restantes elementos que estão em redor (bicicletas e motas, por exemplo), através de tecnologias de rede como LTE e wifi. O próprio peão também pode ser avisado da situação, através de uma notificação no telemóvel


A tecnologia está em fase de amadurecimento e já captou o interesse de grupos automóveis como a Daimler (dona da Mercedes) e a aliança Stellantis (reúne Citroën, Peugeot, Opel, Fiat e Chrysler).


Também em Portugal estão a nascer outras duas soluções graças à mesma tecnologia. A ferramenta de ultrapassagem colaborativa permite a uma mota passar à frente de outro veículo em total segurança.


No sistema de "semáforo virtual", através das comunicações, é possível coordenar todos os movimentos do cruzamento para conseguir otimizar o trânsito e aumentar a segurança dos peões. Não há nenhum semáforo físico. Para já, a solução ainda é muito embrionária e implica que todos os veículos tenham a tecnologia instalada.


Passamos para os carros autónomos com serviço de viagens partilhadas. Como medida de segurança, foram criados algoritmos que permitem detetar violência entre passageiros, reparar em objetos agressivos para predição de violência e ainda dar conta de objetos esquecidos no carro, que depois podem servir para emitir um alerta. A solução já concluiu a fase de desenvolvimento em laboratório.


Na mesma fase estão o sistema de áudio e de vídeo. Em conjunto, podem dar pistas para distinguir uma ação amigável de uma situação verdadeiramente grave em conjunto com a análise emocional de uma pessoa.


Para prolongar a vida do veículo autónomo nasceram outras duas soluções. Dentro do veículo há sensores e algoritmos de inteligência artificial para detetar danos, sujidade e manchas nos estofos. Na indústria aeroespacial, detetar estes elementos custa 100 mil euros mas foi criada uma avaliação que custa dois mil euros.


Em Braga também nasceu uma ferramenta para que os estofos fiquem impermeáveis à água e ainda sensores que impedem que um objeto caído fique esquecido no carro.


Ainda para os carros autónomos, foi desenvolvido um sensor de condições de piso e que substitui a análise humana. O dispositivo permite guiar o carro conforme as condições do asfalto. Em caso de súbita perda de aderência, os sistemas de segurança passiva do veículo (cinto de segurança e airbag) ficam de prevenção e evitam males menores.


Com possibilidade de comercialização já em 2022 e com potencial para serem colocados em carros usados estão os sensores para monitorização do exterior e interior do habitáculo: no exterior, permitem detetar pequenos embates e que causam danos de menor gravidade; no interior, existe um sistema de captação áudio permite detetar barulhos estranhos e ainda um sistema de medição da qualidade do ar para detetar situações anómalas no interior.


https://www.dinheirovivo.pt/empresas/braga-inventa-o-futuro-do-carro-com-e-sem-conducao-autonoma-14302011.html

Comentários

Notícias mais vistas:

Constância e Caima

  Fomos visitar Luís Vaz de Camões a Constância, ver a foz do Zêzere, e descobrimos que do outro lado do arvoredo estava escondida a Caima, Indústria de Celulose. https://www.youtube.com/watch?v=w4L07iwnI0M&list=PL7htBtEOa_bqy09z5TK-EW_D447F0qH1L&index=16

Armazenamento holográfico

 Esta técnica de armazenamento de alta capacidade pode ser uma das respostas para a crescente produção de dados a nível mundial Quando pensa em hologramas provavelmente associa o conceito a uma forma futurista de comunicação e que irá permitir uma maior proximidade entre pessoas através da internet. Mas o conceito de holograma (que na prática é uma técnica de registo de padrões de interferência de luz) permite que seja explorado noutros segmentos, como o do armazenamento de dados de alta capacidade. A ideia de criar unidades de armazenamento holográficas não é nova – o conceito surgiu na década de 1960 –, mas está a ganhar nova vida graças aos avanços tecnológicos feitos em áreas como os sensores de imagem, lasers e algoritmos de Inteligência Artificial. Como se guardam dados num holograma? Primeiro, a informação que queremos preservar é codificada numa imagem 2D. Depois, é emitido um raio laser que é passado por um divisor, que cria um feixe de referência (no seu estado original) ...

TAP: quo vadis?

 É um erro estratégico abismal decidir subvencionar uma vez mais a TAP e afirmar que essa é a única solução para garantir a conectividade e o emprego na aviação, hotelaria e turismo no país. É mentira! Nos últimos 20 anos assistiu-se à falência de inúmeras companhias aéreas. 11 de Setembro, SARS, preço do petróleo, crise financeira, guerras e concorrência das companhias de baixo custo, entre tantos outros fatores externos, serviram de pano de fundo para algo que faz parte das vicissitudes de qualquer empresa: má gestão e falta de liquidez para enfrentar a mudança. Concentremo-nos em três casos europeus recentes de companhias ditas “de bandeira” que fecharam as portas e no que, de facto, aconteceu. Poucos meses após a falência da Swissair, em 2001, constatou-se um fenómeno curioso: um número elevado de salões de beleza (manicure, pedicure, cabeleireiros) abriram igualmente falência. A razão é simples, mas só mais tarde seria compreendida: muitos desses salões sustentavam-se das assi...