Avançar para o conteúdo principal

Hidrogênio verde com energia solar, agora 3.000 vezes mais barato



 Pesquisadores da Coreia do Sul criaram um novo tipo de membrana que pode ser a inovação que faltava para viabilizar a eletrólise da água usando energias renováveis, para produzir o tão esperado hidrogênio verde.


As células a combustível usam o hidrogênio para produzir eletricidade diretamente, liberando apenas água como subproduto, o que as torna promissoras para aplicações que vão dos veículos elétricos e fontes de energia residenciais até grandes usinas. Ou então o gás pode ser queimado diretamente, com uma combustão absolutamente livre de fumaças e gases de efeito estufa.


Acontece que a quase totalidade do hidrogênio é fabricada hoje pela reforma do metano presente no gás natural, com uma pesada pegada de carbono. Por isso, há um campo de pesquisa muito ativo para o desenvolvimento de novas tecnologias de eletrólise da água, que pode extrair o hidrogênio da água usando energia verde, evitando totalmente a emissão de gases de efeito estufa.


O maior empecilho à viabilização comercial dessas células, ou reatores, está em uma membrana que permite a passagem dos núcleos de hidrogênio: Elas são caras porque usam o metal nobre platina nos eletrodos e titânio na placa de separação.


Nanjun Chen e seus colegas do Instituto de Ciência e Tecnologia da Coreia (KIST) criaram agora uma membrana que dispensa totalmente a platina e ainda troca o titânio pelo muito mais barato ferro.


Levando em conta o preço do catalisador e do material separador, o custo de fabricação da membrana, que é a alma da célula de eletrólise, é reduzido em aproximadamente 3.000 vezes em comparação com os custos atuais.


Célula a combustível a hidrogênio fica 3.000 vezes mais barata

A unidade pode produzir hidrogênio verde usando eletricidade renovável.


[Imagem: Nanjun Chen et al. - 10.1039/D1EE02642A]


Recorde de desempenho


A equipe obteve uma alta condutividade iônica e elevada durabilidade do material em condições alcalinas aumentando a área de superfície específica interna da membrana.


O protótipo apresentou uma durabilidade de mais de 1.000 horas de operação e atingiu um novo recorde de desempenho de uma unidade de eletrólise de água, alcançando 7,68 A/cm2.


Isso é cerca de seis vezes mais do que o desempenho dos materiais de troca aniônica existentes e cerca de 1,2 vez o da cara tecnologia atual, com platina e titânio (6 A/cm2).


Outro fator crucial da pesquisa é que a membrana também pode funcionar ao reverso, operando no interior das células a combustível, que pegam o hidrogênio e produzem eletricidade, de forma igualmente limpa.


"O material que desenvolvemos tem um alto potencial de aplicação como material central não apenas para eletrólise da água, mas também para células de combustível de hidrogênio, utilização de captura de carbono e células de combustível de amônia direta, que são a próxima geração da indústria de hidrogênio," disse o professor Young Lee, coordenador da equipe.


https://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=hidrogenio-verde-energia-solar-mais-barato&id=010115220207#.YgK5Qd_P0uV

Comentários

Notícias mais vistas:

Condomínio condenado a pagar 450 mil euros pela morte de três alunos esmagados por um muro em Braga

 A Câmara de Braga, que também era ré no processo, foi absolvida. O muro em questão era uma estrutura que, desde 1996, acolhera as caixas de correio de um prédio ali existente, mas que, em 2012, deixou de ter qualquer utilidade. A administração do condomínio tinha sido alertada para o estado de degradação O Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga fixou em 150 mil euros o valor da indemnização a pagar aos pais de cada um dos três estudantes da Universidade do Minho que morreram esmagados por um muro, em 2014. Por sentença de 18 de junho, a que a Lusa teve acesso esta quinta-feira e que surge mais de um ano depois do início do julgamento, o tribunal determinou que a indemnização seja paga pela empresa administradora de condomínio responsável pela construção, sem licenciamento camarário, do referido muro, para acolher as caixas de correio de um prédio. O pagamento será assegurado pelo condomínio e respetivas seguradoras. A Câmara de Braga, que também era ré no processo, foi absolvid...

ET15 é o novo drone português para «missões de emergência médica, defesa nacional e resposta a crises humanitárias em zonas de guerra»

  Na lista de características técnicas deste drone português estão «sensores de navegação avançados e georreferenciação em tempo real». Consegue transportar um máximo de quinze quilos e tem autonomia para cem quilómetros: o ET15 é um drone com o aspecto de um avião, com dois motores a hélice e capacidade VTOL, desenvolvido pela startup nacional Eliot, em parceria com a Rangel Logistics Solutions. A empresa descreve-o como uma «solução logística aérea de baixo custo» preparada para aterrar em «zonas de acesso limitado». Entre as principais aplicações do ET15 estão missões de «emergência médica, defesa nacional e resposta a crises humanitárias em zonas de guerra», com a Eliot a garantir que consegue operar de «forma rápida, segura e silenciosa». Na lista de características técnicas deste drone português estão «sensores de navegação avançados, georreferenciação em tempo real, compartimentos dedicados a transportes de carga sensível [como “sangue, tecidos, medicamentos ou órgãos para t...

Habitação a custos controlados: novas medidas do Governo

 O Governo ajustou as regras da habitação a custos controlados para refletir os aumentos nos custos de construção e atrair mais promotores Com os custos de construção, energia e terrenos a subir nos últimos anos, muitos projetos de habitação acessível deixaram de ser viáveis. Para dar resposta a esta realidade, o Governo decidiu atualizar as regras da habitação a custos controlados, ajustando os limites de custo e tornando o regime mais atrativo para quem quer construir ou reabilitar casas com preços mais baixos. A medida foi publicada na Portaria n.º 265/2025/1 e entra em vigor já este mês. Esta é a terceira revisão da legislação original, criada em 2019, e tem como objetivo adaptar o regime à nova realidade do mercado. O que muda? A principal alteração está na forma como se calcula o custo de promoção (CP) por metro quadrado — ou seja, quanto pode custar a construção de uma casa ao abrigo deste regime. A fórmula foi atualizada para ter em conta: O aumento dos custos de construção...