CEO da Ryanair volta a acusar a TAP de acumular slots não utilizadas no aeroporto de Lisboa, prejudicando a atividade da companhia aérea irlandesa.
O CEO da companhia aérea low-cost Ryanair, Michael O'Leary, afirmou esta quarta-feira numa conferência em Lisboa que poderão ter de cancelar 20 rotas na capital este verão devido à TAP acumular slots (vagas horárias especificas nos aeroportos de aterragem e descolagem) que não utiliza.
Em carta enviada ao primeiro-ministro, António Costa, aquele responsável pediu que a TAP liberte slots no aeroporto Humberto Delgado, alegando que "única razão para termos de mover estas aeronaves é porque a TAP não liberta slots".
O plano de reestruturação da TAP, aprovado pela Comissão Europeia no final do ano, prevê que a companhia aérea liberte 18 'slots' no aeroporto de Lisboa, mas apenas no inverno deste ano.
Neste sentido e caso não veja a sua pretensão acedida, antes do final deste mês, Michael O´Leary adiantou que a companhia que dirige poderá mesmo ter de reduzir de sete para quatro, o número de aviões que opera em Lisboa, o que levará ao cancelamento das 20 rotas, no próximo verão.
"Não percebemos porque é que, a receber três mil milhões de euros e com 20% de slots que não usam, não são obrigados a libertar aqueles 18 "slots" no fim de março", apontou o líder da companhia aérea.
Recordando, ainda, o investimento feito em Lisboa durante o inverno, com sete aviões, a Ryanair garante que quer continuar a apostar no aeroporto de Lisboa, durante o próximo verão, desde que o governo português "force" a transportadora nacional a libertar slots não utilizados, de forma a "promover a concorrência, o crescimento e salvaguardar rotas e empregos em Lisboa".
E, adianta que este "bloqueio de slots não utilizados" terá um impacto negativo nos "cidadãos portugueses e visitantes com uma perda potencial de mais de 250 milhões de dólares em receitas do turismo para o país", no verão deste ano.
Recorde-se que estas divergências com a TAP não são novas. Ainda no ano passado, Michael O´Leary se manifestou contra os três mil milhões de euros em auxílios estatais que o governo português deu à transportadora nacional, chegando mesmo a apresentar queixa à Comissão Europeia. E, já em 2020, a questão das slots foi levantada, com aquele responsável a pedir mais vagas horárias em Lisboa e no Porto.
Novas rotas
Michael O´Leary aproveitou a conferência de imprensa para anunciar "a maior programação de sempre" com a oferta de 15 novas rotas de e para Portugal, a acontecerem já este verão. Assim, ao todo a Ryanair terá 165 rotas, para destinos como Bari (Itália), Billund (Dinamarca), Madeira e Paris (França), e espera atingir os 11,5 milhões de passageiros transportados.
Mónica Costa com B.C.M.
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