Avançar para o conteúdo principal

Diamante extraído das profundezas da Terra revela mineral nunca antes visto



 Uma equipa de cientistas descobriu o primeiro exemplo de um mineral nunca antes observado. O corpo natural foi retirado de um diamante que se encontrava nas profundezas da superfície da Terra.


O mineral foi batizado pela equipa de davemaoita – em homenagem ao geofísico Ho-kwang (também apelidado de Dave). O corpo natural sólido é o primeiro exemplo de perovskita de silicato de cálcio de alta pressão (CaSiO3) encontrado na Terra.


Outra forma de CaSiO3, conhecida como wollastonita, é comumente encontrada, mas o mineral davemaoita tem uma estrutura cristalina que se forma apenas sob alta pressão e a altas temperaturas no manto da Terra – a camada sólida da Terra presa entre o núcleo externo e a crosta.


Há bastante tempo que os cientistas esperavam encontrar este mineral, que mostrou ser abundante e, na perspetiva geoquímica, importante no manto da Terra.


Contudo, até agora, os investigadores nunca tinham encontrado nenhuma evidência direta da sua existência, o que se pode dever ao facto deste mineral se decompor em outros minerais quando se move em direção à superfície e a pressão diminui.


No entanto, a análise de um diamante do Botswana, que se formou no manto a cerca de 660 quilómetros abaixo da superfície da Terra, revelou uma amostra do mineral intacta presa no seu interior. Assim, a International Mineralogical Association pode agora confirmar o davemaoita como um novo mineral.


“Uma surpresa”

“A descoberta do davemaoita foi uma surpresa”, referiu Oliver Tschauner, principal autor do estudo, em declarações ao Live Science.


Tschauner e os restantes colegas conseguiram ter acesso à amostra de mineral através do uso de uma técnica conhecida como difração de raios-X síncrotron, que focaliza um feixe de raios-X de alta energia em pontos dentro do diamante com precisão microscópica.


Ao medir o ângulo e a intensidade da luz que retorna, os investigadores conseguem decifrar o que está dentro, explicou Tschauner. A amostra do davemaoita dentro do diamante tinha apenas alguns micrómetros de tamanho, sendo que outras técnicas de amostragem menos poderosas não tinham consigo revelar a sua importância.


Os autores do estudo acreditam que o novo mineral desempenha um papel geoquímico importante no manto da Terra, considerando a hipótese deste também poder conter outros oligoelementos, incluindo urânio e tório, que libertam calor por decomposição radioativa. Se assim for, o mineral pode ajudar a gerar uma quantidade substancial de calor no manto, frisou Tschauner.


A descoberta comprova que os diamantes podem formar-se mais abaixo do manto do que se pensava anteriormente, e sugere que estes podem ser o melhor caminho para encontrar novos minerais, destaca o estudo.


Os resultados do estudo foram publicados a 11 de novembro na revista Science.


https://zap.aeiou.pt/mineral-nunca-antes-visto-444273

Comentários

Notícias mais vistas:

Aeroporto: há novidades

 Nenhuma conclusão substitui o estudo que o Governo mandou fazer sobre a melhor localização para o aeroporto de Lisboa. Mas há novas pistas, fruto do debate promovido pelo Conselho Económico e Social e o Público. No quadro abaixo ficam alguns dos pontos fortes e fracos de cada projeto apresentados na terça-feira. As premissas da análise são estas: IMPACTO NO AMBIENTE: não há tema mais crítico para a construção de um aeroporto em qualquer ponto do mundo. Olhando para as seis hipóteses em análise, talvez apenas Alverca (que já tem uma pista, numa área menos crítica do estuário) ou Santarém (numa zona menos sensível) escapem. Alcochete e Montijo são indubitavelmente as piores pelas consequências ecológicas em redor. Manter a Portela tem um impacto pesado sobre os habitantes da capital - daí as dúvidas sobre se se deve diminuir a operação, ou pura e simplesmente acabar. Nem o presidente da Câmara, Carlos Moedas, consegue dizer qual escolhe... CUSTO DE INVESTIMENTO: a grande novidade ve...

Largo dos 78.500€

  Políticamente Incorrecto O melhor amigo serve para estas coisas, ter uns trocos no meio dos livros para pagar o café e o pastel de nata na pastelaria da esquina a outros amigos 🎉 Joaquim Moreira É historicamente possível verificar que no seio do PS acontecem repetidas coincidências! Jose Carvalho Isto ... é só o que está á vista ... o resto bem Maior que está escondido só eles sabem. Vergonha de Des/governantes que temos no nosso País !!! Ana Paula E fica tudo em águas de bacalhau (20+) Facebook

Ameaça quântica: Satoshi Nakamoto deixou um plano para salvar o Bitcoin

 Em 2010, o criador do Bitcoin antecipou os perigos que a computação quântica poderia trazer para o futuro da criptomoeda e apresentou sugestões para lidar com uma possível quebra do algoritmo de criptografia SHA-256. Ameaça quântica: Satoshi Nakamoto deixou um plano para salvar o Bitcoin Um novo avanço no campo da computação quântica deixou a comunidade de criptomoedas em alerta sobre a possibilidade de quebra do algoritmo de criptografia SHA-256 do Bitcoin BTC, comprometendo a integridade das chaves privadas e colocando os fundos dos usuários em risco. Em 9 de dezembro, o Google apresentou ao mundo o Willow, um chip de computação quântica capaz de resolver, em menos de cinco minutos, problemas computacionais insolúveis para os supercomputadores mais avançados em uso nos dias de hoje. Apesar do alarde, Satoshi Nakamoto, o visionário criador do Bitcoin, já antecipara a ameaça quântica e sugerira duas medidas para mitigá-la. Em uma postagem no fórum Bitcoin Talk em junho de 2010, Sa...