Avançar para o conteúdo principal

Tribunal Europeu autoriza Bruxelas a bloquear ajudas a Polónia e Hungria


Primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban. Hungria é um dos países afetado pela decisão do Tribunal Europeu de Justiça. © EPA/YURI KOCHETKOV.


 Tribunal de Justiça da União Europeia dá poderes à Comissão Europeia para congelar fundos europeus a países que não respeitarem as regras do estado de direito.


A Comissão Europeia pode bloquear as ajudas financeiras à Polónia e à Hungria por não respeitarem as regras do estado de direito. Esta foi a decisão anunciada nesta quarta-feira pelo Tribunal de Justiça da União Europeia, na sequência de uma queixa apresentada pelos dois países em março de 2021.


Na altura, os governos da Hungria e da Polónia tinham contestado o mecanismo que condiciona o acordo dos fundos europeus ao respeito pelas regras do estado de direito. Os dois países têm sido sistematicamente acusados de violar o Estado de direito nos últimos anos.


A decisão é definitiva e não é passível de recurso, apesar de os dois países poderem contestá-la para terem acesso às verbas comunitárias. Polónia e Hungria terão de mostrar que têm um sistema judicial totalmente independente e promover a transparência na utilização dos fundos.


A Polónia foi o país dos 27 membros da União Europeia que mais dinheiro recebeu entre 2014 e 2020, no valor de 104 mil milhões de euros. A Hungria beneficiou de 45 mil milhões de euros no mesmo período, recorda a edição europeia do jornal The New York Times.


A decisão do tribunal europeu foi divulgada a menos de dois meses das eleições legislativas na Hungria, agendadas para 3 de abril. O atual chefe de Governo húngaro, Viktor Orban, enfrenta uma coligação de seis partidos. Sem acesso aos fundos da União Europeia, a situação económica da Hungria poderá deteriorar-se.


O mecanismo para bloquear as ajudas financeiras a países que não cumpram as regras do estado de direito foi aprovado em dezembro de 2020, no final de uma cimeira da União Europeia. Mas a sua implementação ficou condicionada à decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia.


Essa condição permitiu suspender o veto de Polónia e Hungria à aprovação do plano de recuperação europeu à covid-19, no valor de 750 mil milhões de euros, e do orçamento comunitário entre 2021 e 2027.


Diogo Ferreira Nunes

https://www.dinheirovivo.pt/economia/tribunal-europeu-autoriza-bruxelas-a-bloquear-ajudas-a-polonia-e-hungria-14593620.html

Comentários

Notícias mais vistas:

Constância e Caima

  Fomos visitar Luís Vaz de Camões a Constância, ver a foz do Zêzere, e descobrimos que do outro lado do arvoredo estava escondida a Caima, Indústria de Celulose. https://www.youtube.com/watch?v=w4L07iwnI0M&list=PL7htBtEOa_bqy09z5TK-EW_D447F0qH1L&index=16

Novo passo na guerra: soldados norte-coreanos preparam tudo para entrar na Ucrânia

 A chegar às fileiras de Moscovo estão também mais armas e munições A guerra na Ucrânia pode estar prestes a entrar numa nova fase e a mudar de tom. Segundo a emissora alemã ZDF, a Rússia começou a transferir sistemas de artilharia de longo alcance fornecidos pela Coreia do Norte para a Crimeia, território ucraniano anexado pela Federação Russa em 2014. Trata-se de uma escalada significativa da colaboração militar entre Moscovo e Pyongyang, e um indício claro de que o envolvimento norte-coreano no conflito pode estar prestes a expandir-se dramaticamente. Imagens divulgadas online no dia 26 de março mostram canhões autopropulsados norte-coreanos Koksan a serem transportados por comboio através do norte da Crimeia. Estes canhões de 170 milímetros são considerados dos mais potentes do mundo em termos de alcance: conseguem atingir alvos a 40 quilómetros com munições convencionais e até 60 quilómetros com projéteis assistidos por foguete. Até agora, os militares norte-coreanos só tinham...

TAP: quo vadis?

 É um erro estratégico abismal decidir subvencionar uma vez mais a TAP e afirmar que essa é a única solução para garantir a conectividade e o emprego na aviação, hotelaria e turismo no país. É mentira! Nos últimos 20 anos assistiu-se à falência de inúmeras companhias aéreas. 11 de Setembro, SARS, preço do petróleo, crise financeira, guerras e concorrência das companhias de baixo custo, entre tantos outros fatores externos, serviram de pano de fundo para algo que faz parte das vicissitudes de qualquer empresa: má gestão e falta de liquidez para enfrentar a mudança. Concentremo-nos em três casos europeus recentes de companhias ditas “de bandeira” que fecharam as portas e no que, de facto, aconteceu. Poucos meses após a falência da Swissair, em 2001, constatou-se um fenómeno curioso: um número elevado de salões de beleza (manicure, pedicure, cabeleireiros) abriram igualmente falência. A razão é simples, mas só mais tarde seria compreendida: muitos desses salões sustentavam-se das assi...