Avançar para o conteúdo principal

Patrões suspendem participação na Concertação Social


O presidente da CIP, António Saraiva. - ANTÓNIO COTRIM/LUSA © LUSA


 Confederações reagiram nesta sexta-feira a novas medidas para revisão do Código do Trabalho incluídas pelo governo após a discussão com parceiros.


As confederações empresariais com assento na Comissão Permanente de Concertação Social anunciaram nesta sexta-feira a suspensão da participação no mecanismo de diálogo social em protesto contra a decisão do governo de adicionar medidas não discutidas com parceiros sociais no pacote de revisões ao Código do Trabalho apresentado ontem, e que do lado dos patrões são entendidas como cedências aos partidos à esquerda do governo para viabilizar o Orçamento do Estado para 2022.


"CAP, CCP, CIP e CTP decidiram suspender a sua participação nas reuniões da Comissão Permanente de Concertação Social e solicitar uma audiência ao Sr. Presidente da República para comunicar de uma forma clara as suas discordâncias e preocupações", informam as quatro organizações em comunicado.


A reação de Confederação dos Agricultores Portugueses, Confederação de Comércio e Serviços, Confederação Empresarial de Portugal e Confederação do Turismo de Portugal acontece depois de o governo ter aprovado ontem, em Conselho de Ministros, um pacote de alterações às leis laborais com quatro medidas não incluídas nas pospostas originalmente apresentadas aos parceiros.


Designadamente, o aumento da compensação por cessação de contratos a prazo e a termo incerto de 12 para 24 dias por ano de trabalho; a reposição das compensações por horas extraordinárias anteriores a 2012 a partir da 120ª hora trabalhada; a imposição da contratação permanente de trabalhadores a prestadores com contratos públicos mínimos de um ano; além da garantia de tratamento mais favorável das convenções coletivas no teletrabalho e trabalho em plataformas digitais.


A reação de Confederação dos Agricultores Portugueses (CAP), Confederação de Comércio e Serviços (CCP), Confederação Empresarial de Portugal (CIP) e Confederação do Turismo de Portugal (CTP) acontece depois de o governo ter aprovado ontem, em Conselho de Ministros, um pacote de alterações às leis laborais com quatro medidas não incluídas nas pospostas originalmente apresentadas aos parceiros.


Designadamente, o aumento da compensação por cessação de contratos a prazo e a termo incerto de 12 para 24 dias por ano de trabalho; a reposição das compensações por horas extraordinárias anteriores a 2012 a partir da 120ª hora trabalhada; a imposição da contratação permanente de trabalhadores a prestadores com contratos públicos mínimos de um ano; além da garantia de tratamento mais favorável das convenções coletivas no teletrabalho e trabalho em plataformas digitais.


O presidente da CIP, António Saraiva, acusou o governo do maior desrespeito desde a criação deste órgão de diálogo. "Desde 1984 que a Concertação Social nunca tinha sido tão desrespeitada", disse.


Francisco Calheiros, da CTP, adiantou ainda que os patrões esperam pela reunião com o Presidente da República e só depois admitem "reavaliar" a tomada de posição agora confirmada. Sobre se o governo foi informado desta decisão, os líderes das confederações foram unânimes: "Estamos a informar o governo pelo mesmo meio que nos informou sobre as medidas que tomou e por isso estamos a comunicar com os jornalistas".


As confederações alegam também que as medidas novas do pacote de alterações laborais não foram discutidas na Concertação Social."Não houve consenso na Concertação Social para qualquer acordo, mas estranhamente no dia seguinte o governo acrescentou pelo menos três medidas a esse pacote. É um desrespeito completo pela Concertação Social, e em face dessa atitude o que nos resta é tomar uma posição clara", acusou também o presidente da CCP. "Estamos na expetativa de ver qual a reação do governo e, em função dela, tomaremos uma decisão", indicou também.


Na última reunião de Concertação Social, quarta-feira, as confederações empresariais tinham já mostrado forte desagrado com alguns dos conteúdos da chamada Agenda do Trabalho Digno do governo. Nomeadamente, alegando a inconstitucionalidade da proposta de reforço dos mecanismos de arbitragem perante pedidos de extinção de convenções coletivas sem renovação. O governo pretende dar possibilidade de recurso a decisão arbitral, que terá a validade de instrumento de regulação coletiva de trabalho. Segundo os patrões, que pretendem pedir a fiscalização da norma caso esta seja aprovada, a medida porá em causa a liberdade de negociação coletiva.


https://www.dinheirovivo.pt/economia/patroes-suspendem-participacao-na-concertacao-social-14247831.html

Comentários

Notícias mais vistas:

Aeroporto: há novidades

 Nenhuma conclusão substitui o estudo que o Governo mandou fazer sobre a melhor localização para o aeroporto de Lisboa. Mas há novas pistas, fruto do debate promovido pelo Conselho Económico e Social e o Público. No quadro abaixo ficam alguns dos pontos fortes e fracos de cada projeto apresentados na terça-feira. As premissas da análise são estas: IMPACTO NO AMBIENTE: não há tema mais crítico para a construção de um aeroporto em qualquer ponto do mundo. Olhando para as seis hipóteses em análise, talvez apenas Alverca (que já tem uma pista, numa área menos crítica do estuário) ou Santarém (numa zona menos sensível) escapem. Alcochete e Montijo são indubitavelmente as piores pelas consequências ecológicas em redor. Manter a Portela tem um impacto pesado sobre os habitantes da capital - daí as dúvidas sobre se se deve diminuir a operação, ou pura e simplesmente acabar. Nem o presidente da Câmara, Carlos Moedas, consegue dizer qual escolhe... CUSTO DE INVESTIMENTO: a grande novidade ve...

Largo dos 78.500€

  Políticamente Incorrecto O melhor amigo serve para estas coisas, ter uns trocos no meio dos livros para pagar o café e o pastel de nata na pastelaria da esquina a outros amigos 🎉 Joaquim Moreira É historicamente possível verificar que no seio do PS acontecem repetidas coincidências! Jose Carvalho Isto ... é só o que está á vista ... o resto bem Maior que está escondido só eles sabem. Vergonha de Des/governantes que temos no nosso País !!! Ana Paula E fica tudo em águas de bacalhau (20+) Facebook

Ameaça quântica: Satoshi Nakamoto deixou um plano para salvar o Bitcoin

 Em 2010, o criador do Bitcoin antecipou os perigos que a computação quântica poderia trazer para o futuro da criptomoeda e apresentou sugestões para lidar com uma possível quebra do algoritmo de criptografia SHA-256. Ameaça quântica: Satoshi Nakamoto deixou um plano para salvar o Bitcoin Um novo avanço no campo da computação quântica deixou a comunidade de criptomoedas em alerta sobre a possibilidade de quebra do algoritmo de criptografia SHA-256 do Bitcoin BTC, comprometendo a integridade das chaves privadas e colocando os fundos dos usuários em risco. Em 9 de dezembro, o Google apresentou ao mundo o Willow, um chip de computação quântica capaz de resolver, em menos de cinco minutos, problemas computacionais insolúveis para os supercomputadores mais avançados em uso nos dias de hoje. Apesar do alarde, Satoshi Nakamoto, o visionário criador do Bitcoin, já antecipara a ameaça quântica e sugerira duas medidas para mitigá-la. Em uma postagem no fórum Bitcoin Talk em junho de 2010, Sa...