Sem empresas não há emprego, sem economia não há trabalho e este garrote que o Governo se prepara para impor às empresas portuguesas é de loucos.
A crise que o país atravessa coloca o maior dos desafios à coligação de esquerda que governa Portugal desde 2015. Depois da crise financeira, cumprido o programa de ajustamento e com o país a crescer desde 2014, a esquerda gulosa e preguiçosa não hesitou em assumir o poder. Apesar de haver desde 2015 condições excecionais para fazer o país crescer, juros baixos, o BCE a garantir a dívida e um ambiente externo favorável, a verdade é que a Geringonça nada vez para aproveitar esses ventos favoráveis e fazer as reformas e investimentos estruturais que nos podiam fazer ganhar competitividade. Mas não, limitaram-se a distribuir sem produzir e a sugar os portugueses com impostos. Ou seja, o país não se preparou nem se tornou mais resiliente para fazer face a mais dificuldades. Mas agora que veio uma nova crise, ou que apareceu o diabo, a coligação parece desunir-se quando país precisava de estabilidade para executar o PRR e retomar o funcionamento da nossa economia.
Confesso que ainda não percebi o que pretende afinal o PS e o Governo. Se por um lado ouvimos ontem o Secretário Estado dos Assuntos Parlamentares a explicar serenamente aos portugueses as várias cedências feitas ao PCP e BE que parecem tornar incompreensíveis as posições dos partidos da extrema esquerda, por outro temos Carlos César, igual a si próprio, a insultar os parceiros da Geringonça e a tornar quase impossível qualquer acordo.
É igualmente incompreensível a forma como o Governo arrasou e ignorou a Concertação Social, um instrumento fundamental da nossa democracia, pois tal só se justificaria se correspondesse à aprovação do OE2022 por um dos partidos da extrema esquerda. O preço a pagar é demasiado alto para afinal nem a abstenção do PCP ou do BE conseguir garantir. O Governo parece andar a dar tiros nos pés de propósito.
A lista de exigências da Extrema Esquerda, algumas já aceites pelo Governo e outras ainda não, e que enche de felicidade muitos socialistas mais extremistas, é na verdade alarmante e uma verdadeira ameaça à recuperação das empresas e da nossa economia. Sem empresas não há emprego, sem economia não há trabalho e este garrote que o Governo se prepara para impor às empresas portuguesas é de loucos. Menos se percebe a posição de BE e PCP quando esta proposta de Orçamento é claramente a mais à esquerda e a mais radical que António Costa já apresentou. Isto só revela que para o BE e o PCP o problema não é o orçamento e a motivação não é o país, o problema é a sua erosão eleitoral pós-autárquicas e a motivação é porem-se a salvo quando o barco parece querer afundar.
Se tudo correr como a Esquerda parece que afinal deseja, e a confirmar-se esta crise política na qual nunca acreditei, em breve teremos eleições e de seguida caberá ao PSD liderar um Governo que irá novamente enfrentar a crise económica, corrigir os erros da Geringonça e voltar a colocar Portugal no rumo certo perante a oposição, demagogia e irresponsabilidade de partidos como o PS, PCP e Bloco de Esquerda que voltarão à oposição para criticar tudo como se não tivessem qualquer responsabilidade no estado a que Portugal chegou.
A crise que está a afetar o mundo inteiro já chegou a Portugal, a escassez de matérias-primas, o aumento dos custos quer da energia quer dos restantes bens colocou o mundo de pernas para o ar e António Costa não sabe o que fazer, pois, a sua natureza é esbanjar e gerir com os bolsos cheios e em cima do joelho. Quando o país mais precisa a resposta da Geringonça é fugir ou de fugir.
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