Avançar para o conteúdo principal

Católica estima que PIB cresça 3,7% este ano, abaixo dos 4,8% previstos pelo Governo



 No terceiro trimestre "o nível de atividade da economia portuguesa terá sido o maior desde o início da pandemia e das políticas de confinamento introduzidas em março de 2020", segundo indica o núcleo de estudos da Universidade Católica 'Forecasting Lab - NECEP'.


A Universidade Católica estima que a economia cresça 3,7% este ano, abaixo da previsão de 4,8% do Governo na proposta orçamental, e que no terceiro trimestre a atividade económica terá sido a maior desde o início da crise.


Segundo as previsões do núcleo de estudos da Universidade Católica 'Forecasting Lab - NECEP', hoje divulgadas, entre junho e setembro, o Produto Interno Bruto (PIB) terá crescido 1,5% em cadeia (face ao trimestre anterior) e 2,9% face ao mesmo trimestre de 2020.


No terceiro trimestre "o nível de atividade da economia portuguesa terá sido o maior desde o início da pandemia e das políticas de confinamento introduzidas em março de 2020", tendo operado a economia a 95,6% do nível do 4.º trimestre de 2019, antes da crise pandémica, estima o núcleo de estudos da Católica.


Para o total do ano de 2021, o cenário central de crescimento do PIB é estimado em 3,7%, mais 0,2 pontos percentuais do que a previsão anterior, o que a Católica justifica pela "melhoria recente dos serviços e exportações, que colocaria a economia portuguesa a operar no limiar dos 95% do nível de 2019", mas "pior do que o antecipado anteriormente em resultado das revisões que o Instituto Nacional de Estatística introduziu nos dados no final de setembro".


Contudo, a incerteza é grande "pelo que o crescimento este ano poderá oscilar entre 3,2% e 4,2% em função da intensidade das limitações à atividade económica e da dimensão do apoio orçamental às empresas e famílias mais afetadas pela crise".


Na proposta orçamental, entregue na segunda-feira à noite na Assembleia da República, o Governo prevê que a economia portuguesa cresça 4,8% este ano. Já para 2022 a previsão do Governo é de um crescimento da economia de 5,5%.


O Forecasting Lab - NECEP' espera em 2022 um crescimento de 4,3%, o que seria equivalente a 99% da atividade económica de 2019.


Em 2023, acrescenta, o crescimento deverá abrandar para cerca de 2% devido às esperadas medidas de consolidação orçamental "como forma de reduzir a dívida pública para níveis sustentáveis a médio e longo prazo".


Quanto ao desemprego, a taxa deverá ficar abaixo dos 7% este ano, com um cenário central de 6,7%, refere a Católica. Em 2022, deverá descer para 6,2%. Ainda assim, avisa, "poderão ocorrer aumentos temporários no desemprego, relacionados com o ajustamento do mercado de trabalho após a forte intervenção pública a que foi sujeito".


A Católica fala ainda das tensões inflacionistas, considerando que o que se passa a nível europeu e nos Estados Unidos tem reflexos em Portugal, esperando uma inflação de 1% este ano e de 1,3% em 2022.


Na proposta orçamental, entregue na segunda-feira à noite na Assembleia da República, o Governo prevê que a taxa de desemprego portuguesa seja de 6,8% este ano e desça para os 6,5% no próximo ano, "atingindo o valor mais baixo desde 2003".


A inflação prevista pelo executivo é de 0,9% tanto este ano como em 2022.


No documento, o executivo estima ainda que o défice das contas públicas nacionais deverá ficar nos 4,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021 e descer para os 3,2% em 2022.


https://www.dinheirovivo.pt/economia/nacional/catolica-estima-que-pib-cresca-37-este-ano-abaixo-dos-48-previstos-pelo-governo-14215877.html

Comentários

Notícias mais vistas:

EUA criticam prisão domiciliária de Bolsonaro e ameaçam responsabilizar envolvidos

 Numa ação imediatamente condenada pelos Estados Unidos, um juiz do Supremo Tribunal do Brasil ordenou a prisão domiciliária de Jair Bolsonaro por violação das "medidas preventivas" impostas antes do seu julgamento por uma alegada tentativa de golpe de Estado. Os EUA afirmam que o juiz está a tentar "silenciar a oposição", uma vez que o ex-presidente é acusado de violar a proibição imposta por receios de que possa fugir antes de se sentar no banco dos réus. Numa nota divulgada nas redes sociais, o Escritório para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos Estados Unidos recorda que, apesar do juiz Alexandre de Morais "já ter sido sancionado pelos Estados Unidos por violações de direitos humanos, continua a usar as instituições brasileiras para silenciar a oposição e ameaçar a democracia". Os Estados Unidos consideram que "impor ainda mais restrições à capacidade de Jair Bolsonaro de se defender publicamente não é um serviço público...

Supercarregadores portugueses surpreendem mercado com 600 kW e mais tecnologia

 Uma jovem empresa portuguesa surpreendeu o mercado mundial de carregadores rápidos para veículos eléctricos. De uma assentada, oferece potência nunca vista, até 600 kW, e tecnologias inovadoras. O nome i-charging pode não dizer nada a muita gente, mas no mundo dos carregadores rápidos para veículos eléctricos, esta jovem empresa portuguesa é a nova referência do sector. Nasceu somente em 2019, mas isso não a impede de já ter lançado no mercado em Março uma gama completa de sistemas de recarga para veículos eléctricos em corrente alterna (AC), de baixa potência, e de ter apresentado agora uma família de carregadores em corrente contínua (DC) para carga rápida com as potências mais elevadas do mercado. Há cerca de 20 fabricantes na Europa de carregadores rápidos, pelo que a estratégia para nos impormos passou por oferecermos um produto disruptivo e que se diferenciasse dos restantes, não pelo preço, mas pelo conteúdo”, explicou ao Observador Pedro Moreira da Silva, CEO da i-charging...

Aníbal Cavaco Silva

Diogo agostinho  Num país que está sem rumo, sem visão e sem estratégia, é bom recordar quem já teve essa capacidade aliada a outra, que não se consegue adquirir, a liderança. Com uma pandemia às costas, e um país político-mediático entretido a debater linhas vermelhas, o que vemos são medidas sem grande coerência e um rumo nada perceptível. No meio do caos, importa relembrar Aníbal Cavaco Silva. O político mais bem-sucedido eleitoralmente no Portugal democrático. Quatro vezes com mais de 50% dos votos, em tempos de poucas preocupações com a abstenção, deve querer dizer algo, apesar de hoje não ser muito popular elogiar Cavaco Silva. Penso que é, sem dúvida, um dos grandes nomes da nossa Democracia. Nem sempre concordei com tudo. É assim a vida, é quase impossível fazer tudo bem. Penso que tem responsabilidade na ascensão de António Guterres e José Sócrates ao cargo de Primeiro-Ministro, com enormes prejuízos económicos, financeiros e políticos para o país. Mas isso são outras ques...