Avançar para o conteúdo principal

Oposição goesa questiona cidadania indiana oferecida a António Costa


O Partido do Congresso criticou a dualidade de critérios por parte do poder central, que restringe o direito dos indianos a terem dois passaportes, mas que ofereceu cidadania indiana a António Costa.

▲Os cidadãos indianos nascidos em Goa antes da transição do antigo território português para a soberania indiana em 1961 podem pedir nacionalidade portuguesa

O Partido do Congresso, da oposição, acusou o primeiro-ministro indiano, Narenda Modi, de usar “dois pesos e duas medidas” ao oferecer a António Costa o estatuto de Cidadão da Índia no Estrangeiro e simultaneamente ameaçar os detentores goeses de passaportes portugueses.

Em declarações numa conferência de imprensa em Pangim, capital do Estado de Goa, o porta-voz estadual do Partido do Congresso, Trajano D’Mello, criticou a dualidade de critérios por parte do poder central, que restringe o direito dos indianos a terem dois passaportes.

Em causa está a decisão pelo ministro indiano do Interior, Amit Shah, de que o Registo Nacional de Cidadãos (NRC, na sigla em inglês) será implementado em toda a Índia, obrigando milhares de detentores do cartão de cidadão e passaporte portugueses emitidos em Goa a escolher entre um de dois registos.

“Por um lado, o primeiro-ministro [Narenda Modi] fez um grande espetáculo em 2017 ao entregar o cartão de Cidadão da Índia no Estrangeiro (OCI, na sigla em inglês) ao primeiro-ministro de Portugal, António Costa, que é de origem goesa; por outro, o NRC está a criar o terror nas mentes de milhares de detentores de passaportes portugueses emitidos em Goa e às respetivas famílias”, afirmou D’Melo, citado pela agência IANS. O primeiro-ministro António Costa recebeu o OCI durante uma visita oficial à Índia em 2017.

Numa alusão a comentários recentes do ministro-chefe de Goa, Pramod Sawant, segundo o qual os goeses não terão que se preocupar com o alargamento do NRC a Goa, uma vez que estão salvaguardados por “acordos especiais”, D’Mello questionou a força jurídica dos mesmos acordos a partir desta decisão. “O que são os acordos especiais? Será que vão colocar as pessoas em campos de detenção?”, perguntou.

Os cidadãos indianos nascidos em Goa antes da transição do antigo território português para a soberania indiana em 1961 podem pedir nacionalidade portuguesa, assim como os seus descendentes em linha direta até à terceira geração. Milhares de goeses têm beneficiado deste estatuto para emigrar para Portugal e subsequentemente para o Reino Unido. Um número significativo de goeses expatriados dispõe ainda do cartão de cidadão português.

Estimativas não confirmadas avançadas pela agência indiana apontam para um número na ordem dos 30 mil goeses a viver no Reino Unido depois de utilizarem a via da cidadania portuguesa.

https://observador.pt/2019/12/23/oposicao-goesa-questiona-cidadania-indiana-oferecida-a-antonio-costa/

Comentários

Notícias mais vistas:

Diarreia legislativa

© DR  As mais de 150 alterações ao Código do Trabalho, no âmbito da Agenda para o Trabalho Digno, foram aprovadas esta sexta-feira pelo Parlamento, em votação final. O texto global apenas contou com os votos favoráveis da maioria absoluta socialista. PCP, BE e IL votaram contra, PSD, Chega, Livre e PAN abstiveram-se. Esta diarréia legislativa não só "passaram ao lado da concertação Social", como também "terão um profundo impacto negativo na competitividade das empresas nacionais, caso venham a ser implementadas Patrões vão falar com Marcelo para travar Agenda para o Trabalho Digno (dinheirovivo.pt)

As obras "faraónicas" e os contratos públicos

  Apesar da instabilidade dos mercados financeiros internacionais, e das dúvidas sobre a sustentabilidade da economia portuguesa em cenário de quase estagnação na Europa, o Governo mantém na agenda um mega pacote de obras faraónicas.  A obra que vai ficar mais cara ao país é, precisamente, a da construção de uma nova rede de alta velocidade ferroviária cujos contornos não se entendem, a não ser que seja para encher os bolsos a alguns à custa do contribuinte e da competitividade. Veja o vídeo e saiba tudo em: As obras "faraónicas" e os contratos públicos - SIC Notícias

Franceses prometem investir "dezenas de milhões" na indústria naval nacional se a marinha portuguesa comprar fragatas

  Se Portugal optar pelas fragatas francesas de nova geração, a construtora compromete-se a investir dezenas de milhões de euros na modernização do Arsenal do Alfeite e a canalizar uma fatia relevante do contrato diretamente para a economia e indústria nacional, exatamente uma das prioridades já assumidas pelo ministro da Defesa, Nuno Melo Intensifica-se a "luta" entre empresas de defesa para fornecer a próxima geração de fragatas da marinha portuguesa. A empresa francesa Naval Group anunciou esta terça-feira um plano que promete transformar a indústria naval nacional com o investimento de "dezenas de milhões de euros" para criar um  hub  industrial no Alfeite, caso o governo português opter por comprar as fragatas de nova geração do fabricante francês. "O Naval Group apresentou às autoridades portuguesas uma proposta para investir os montantes necessários, estimados em dezenas de milhões de euros, para modernizar o Arsenal do Alfeite e criar um polo industrial...