Depois da órbita de Neptuno, há algo a acontecer. Objetos orbitam de forma excêntrica e o Planeta Nove pode explicar as suas excentricidades. Agora, uma equipa de cientistas apresenta uma nova hipótese para justificar as estranha movimentações.
Nas extremidades do Sistema Solar, bem depois de Neptuno, existem alguns objetos que orbitam de forma diferente de tudo o resto e ninguém sabe ao certo porquê. De forma a explicar estas órbitas incomuns, vários astrónomos sugeriram a existência de um gigante, gélido e hipotético planeta, o Planeta Nove, também celebrizado com Planeta X.
Previsto pela primeira vez no trabalho de Konstantin Batygin e Mike Brown em janeiro de 2016, o Planeta Nove, dez vezes mais massivo do que a Terra, poderia interferir com a órbita destes objetos. Esta hipótese, apesar de ser bastante popular entre a comunidade científica, não convence todos os investigadores.
Uma nova pesquisa, levada a cabo por uma equipa de cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e da Universidade Americana de Beirute, no Líbano, apresentou agora uma outra hipótese para estes objetos irregulares que, segundo sustentam, é mais plausível do que a existência de um nono planeta.
Os cientistas propõem a existência de um enorme disco formado por pequenos corpos gelados, cuja massa combinada excederia dez vezes a massa da Terra. Ou seja, em vez de um enorme objeto como o Planeta Nove, os cientistas teorizam sobre um disco com dimensões igualmente gigantes, mas composto por vários corpos.
Combinadas com um modelo simplificado do Sistema Solar, as forças gravitacionais deste disco poderiam explicar a arquitetura orbital irregular exibida por alguns destes objetos que moram para lá de Neptuno – e, por isso, foram batizados como objetos transneptunianos (TNOs).
Apesar de reconhecerem que este não é o primeiro estudo a explicar as órbitas irregulares destes objetos a partir da existência de um enorme disco, os cientistas notam que a investigação foi capaz de explicar as particularidades das órbitas tendo em conta a massa e a gravidade dos oito planetas que compõem o Sistema Solar.
O fascinante (mas invisível) Planeta X
“A hipótese do Planeta Nove é fascinante, mas se o hipotético planeta existiu realmente, não foi até agora detetado”, considerou o co-autor do estudo Antranik Sefilian, da Universidade de Cambridge, citado em comunicado.
“Quisemos ver se poderia haver se poderia existir outra causa – menos dramática e mais natural – para as órbitas incomuns que observamos em objetos transneptunianos (…) Se eliminarmos o Planeta Nove do modelo e permitirmos a presença de muitos e pequenos objetos espalhados por uma área ampla, as atrações coletivas entre esses mesmo objetos poderiam explicar as órbita excêntricas de alguns objetos transneptunianos”, disse.
Sefilian apontou ainda que o grande problema deste disco é que é quase impossível vê-lo na sua totalidade a partir do interior do Sistema Solar: “Embora não tenhamos evidências observacionais diretas para o disco, nem para o Planeta Nove, continuamos à procura de outras possibilidades”, acrescentou.
Contudo, nenhuma hipótese é descartada e é até possível que ambos coexistam: “Também é possível que ambos sejam verdadeiros – pode haver um disco massivo e um nono planeta. Conforme vamos descobrindo novos TNOs, mais evidências vamos reunindo que podem explicar o seu comportamento”, rematou.
Tendo sempre debaixo de olho os vizinhos distantes de Neptuno, os cientistas continuarão a procurar avidamente a justificação para as suas órbitas irregulares, sejam estas fruto de um misterioso e nono planeta ou de um emaranhado de corpos celestes.
O novo estudo foi esta semana disponibilizado em pré-visualização no arquivo digital arXiv.
https://zap.aeiou.pt/confins-sistema-solar-podem-esconder-algo-mais-236978
Nas extremidades do Sistema Solar, bem depois de Neptuno, existem alguns objetos que orbitam de forma diferente de tudo o resto e ninguém sabe ao certo porquê. De forma a explicar estas órbitas incomuns, vários astrónomos sugeriram a existência de um gigante, gélido e hipotético planeta, o Planeta Nove, também celebrizado com Planeta X.
Previsto pela primeira vez no trabalho de Konstantin Batygin e Mike Brown em janeiro de 2016, o Planeta Nove, dez vezes mais massivo do que a Terra, poderia interferir com a órbita destes objetos. Esta hipótese, apesar de ser bastante popular entre a comunidade científica, não convence todos os investigadores.
Uma nova pesquisa, levada a cabo por uma equipa de cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e da Universidade Americana de Beirute, no Líbano, apresentou agora uma outra hipótese para estes objetos irregulares que, segundo sustentam, é mais plausível do que a existência de um nono planeta.
Os cientistas propõem a existência de um enorme disco formado por pequenos corpos gelados, cuja massa combinada excederia dez vezes a massa da Terra. Ou seja, em vez de um enorme objeto como o Planeta Nove, os cientistas teorizam sobre um disco com dimensões igualmente gigantes, mas composto por vários corpos.
Combinadas com um modelo simplificado do Sistema Solar, as forças gravitacionais deste disco poderiam explicar a arquitetura orbital irregular exibida por alguns destes objetos que moram para lá de Neptuno – e, por isso, foram batizados como objetos transneptunianos (TNOs).
Apesar de reconhecerem que este não é o primeiro estudo a explicar as órbitas irregulares destes objetos a partir da existência de um enorme disco, os cientistas notam que a investigação foi capaz de explicar as particularidades das órbitas tendo em conta a massa e a gravidade dos oito planetas que compõem o Sistema Solar.
O fascinante (mas invisível) Planeta X
“A hipótese do Planeta Nove é fascinante, mas se o hipotético planeta existiu realmente, não foi até agora detetado”, considerou o co-autor do estudo Antranik Sefilian, da Universidade de Cambridge, citado em comunicado.
“Quisemos ver se poderia haver se poderia existir outra causa – menos dramática e mais natural – para as órbitas incomuns que observamos em objetos transneptunianos (…) Se eliminarmos o Planeta Nove do modelo e permitirmos a presença de muitos e pequenos objetos espalhados por uma área ampla, as atrações coletivas entre esses mesmo objetos poderiam explicar as órbita excêntricas de alguns objetos transneptunianos”, disse.
Sefilian apontou ainda que o grande problema deste disco é que é quase impossível vê-lo na sua totalidade a partir do interior do Sistema Solar: “Embora não tenhamos evidências observacionais diretas para o disco, nem para o Planeta Nove, continuamos à procura de outras possibilidades”, acrescentou.
Contudo, nenhuma hipótese é descartada e é até possível que ambos coexistam: “Também é possível que ambos sejam verdadeiros – pode haver um disco massivo e um nono planeta. Conforme vamos descobrindo novos TNOs, mais evidências vamos reunindo que podem explicar o seu comportamento”, rematou.
Tendo sempre debaixo de olho os vizinhos distantes de Neptuno, os cientistas continuarão a procurar avidamente a justificação para as suas órbitas irregulares, sejam estas fruto de um misterioso e nono planeta ou de um emaranhado de corpos celestes.
O novo estudo foi esta semana disponibilizado em pré-visualização no arquivo digital arXiv.
https://zap.aeiou.pt/confins-sistema-solar-podem-esconder-algo-mais-236978
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