Na prisão de Sanganer, na cidade indiana de Jaipur, os detidos ganham um teto para viver, mas não recebem nem dinheiro, nem alimentação. Para sobreviver, têm de encontrar um emprego fora da cadeia.
É uma autêntica prisão sem grades. Em Sanganer, na cidade indiana de Jaipur, os detidos têm um teto para viver, mas são obrigados a procurar um emprego se quiserem sobreviver. Normalmente, segundo a BBC, ganham a vida em ocupações como as de operários, motoristas e até professores de ioga.
Sugna e Ramchand são um casal de indianos e ambos foram condenados por assassinato. A casa destes dois indianos dividem fica na Prisão Aberta de Sanganer. Esta prisão não tem grades, não tem seguranças e os detidos são encorajados a procurar emprego na cidade e ir trabalhar todos os dias.
Esta prisão, aberta desde a década de 1950, abriga 450 pessoas e é uma das cerca de 30 instituições deste tipo na Índia.
Smita Chakraburtty lidera uma campanha que tem como principal objetivo tornar as prisões abertas numa norma em todo o país. “O sistema de justiça criminal trata de um incidente e não sabe o que fazer com um indivíduo“, argumenta,adiantando ainda que a sua causa ganha cada vez mais força: quatro estados construíram novas prisões, desta vez abertas, no ano passado.
Questionados sobre por que motivo se encontram detidos nesta prisão indiana, a maior parte responde “302”, referindo-se à Secção 302 do Código Penal da Índia que estabelece a punição por assassinato. Para eles, a prisão é “a fazenda” na qual vivem muito felizes.
Para chegar a Sanganer, todos eles precisam de ter cumprido pelo menos dois terços das suas sentenças em prisões fechadas. Em comparação com o resto das prisões, “Sanganer é liberdade”, afirmam.
Aliás, o governo do Estado de Rajastão já teve, inclusivamente, de despejar pessoas daquela unidade, que não queriam sair de Sanganer por terem empregos estáveis e escolas para os seus filhos. Ainda assim, são muitos os detidos que lutam diariamente contra a perceção das pessoas sobre aquela prisão.
No entanto, apesar de detidos, vivem uma versão da vida comum, só que dentro de uma prisão: compram smartphones e televisões, não usam uniformes e vivem em pequenas casas numeradas dentro daquele recinto. Cada prisioneiro recebe uma casa fornecida pelo governo numa das ruas estreitas de Sanganer e o resto fica inteiramente nas suas mãos, já que a prisão não lhes fornece água, alimentação nem renda gratuita.
Na prática,a única regra naquela prisão é que, todas as noites, os detidos devem responder a uma chamada. Quem não estiver presente à chamada corre o risco de voltar para uma prisão fechada. Sanganer dificilmente parece uma prisão, exceto neste momento.
https://zap.aeiou.pt/prisao-sem-grades-na-india-239526
É uma autêntica prisão sem grades. Em Sanganer, na cidade indiana de Jaipur, os detidos têm um teto para viver, mas são obrigados a procurar um emprego se quiserem sobreviver. Normalmente, segundo a BBC, ganham a vida em ocupações como as de operários, motoristas e até professores de ioga.
Sugna e Ramchand são um casal de indianos e ambos foram condenados por assassinato. A casa destes dois indianos dividem fica na Prisão Aberta de Sanganer. Esta prisão não tem grades, não tem seguranças e os detidos são encorajados a procurar emprego na cidade e ir trabalhar todos os dias.
Esta prisão, aberta desde a década de 1950, abriga 450 pessoas e é uma das cerca de 30 instituições deste tipo na Índia.
Smita Chakraburtty lidera uma campanha que tem como principal objetivo tornar as prisões abertas numa norma em todo o país. “O sistema de justiça criminal trata de um incidente e não sabe o que fazer com um indivíduo“, argumenta,adiantando ainda que a sua causa ganha cada vez mais força: quatro estados construíram novas prisões, desta vez abertas, no ano passado.
Questionados sobre por que motivo se encontram detidos nesta prisão indiana, a maior parte responde “302”, referindo-se à Secção 302 do Código Penal da Índia que estabelece a punição por assassinato. Para eles, a prisão é “a fazenda” na qual vivem muito felizes.
Para chegar a Sanganer, todos eles precisam de ter cumprido pelo menos dois terços das suas sentenças em prisões fechadas. Em comparação com o resto das prisões, “Sanganer é liberdade”, afirmam.
Aliás, o governo do Estado de Rajastão já teve, inclusivamente, de despejar pessoas daquela unidade, que não queriam sair de Sanganer por terem empregos estáveis e escolas para os seus filhos. Ainda assim, são muitos os detidos que lutam diariamente contra a perceção das pessoas sobre aquela prisão.
No entanto, apesar de detidos, vivem uma versão da vida comum, só que dentro de uma prisão: compram smartphones e televisões, não usam uniformes e vivem em pequenas casas numeradas dentro daquele recinto. Cada prisioneiro recebe uma casa fornecida pelo governo numa das ruas estreitas de Sanganer e o resto fica inteiramente nas suas mãos, já que a prisão não lhes fornece água, alimentação nem renda gratuita.
Na prática,a única regra naquela prisão é que, todas as noites, os detidos devem responder a uma chamada. Quem não estiver presente à chamada corre o risco de voltar para uma prisão fechada. Sanganer dificilmente parece uma prisão, exceto neste momento.
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