Um vídeo divulgado pela equipe mostra o robô à la T-1000 "derretendo" para atravessar grades e se solidificando do lado de fora
Gustavo Minari:
Pesquisadores da Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, desenvolveram um robô capaz de alternar entre estado sólido e líquido como se fosse um T-1000 — vilão do segundo filme da franquia Exterminador do Futuro, de James Cameron — feito de metal líquido.
Segundo os cientistas, longe dos filmes de ficção científica, esse robô em miniatura tem propriedades muito mais úteis do que atravessar as grades de uma prisão, podendo ser utilizado na medicina ou em outras aplicações, inclusive dentro do corpo humano.
"Nosso robô nada mais é do que uma máquina de transição de fase sólido-líquido magnetoativa que incorpora partículas magnéticas de gálio, um metal com ponto de fusão muito abaixo de 29,8 °C", explica o professor de engenharia mecânica Carmel Majidi, autor principal do estudo.
Escapando da "prisão"
Em um dos vídeos divulgados pela equipe do professor Majidi é possível ver o robô escapando de uma prisão em miniatura, simplesmente passando pelas grades. Para fazer isso, o bot vai do estado sólido para o líquido e, logo em seguida, retorna a sua forma sólida, já do lado de fora da cela.
Essa capacidade de alternar entre estado sólido e líquido ocorre graças ao uso de uma matriz metálica de gálio em conjunto com partículas de uma liga contendo outros três elementos — neodímio, ferro e boro — que ajudam a amplificar a resposta do dispositivo a campos magnéticos.
"As partículas magnéticas aqui têm duas funções. Uma é que elas tornam o material mais responsivo a um campo alternado, para que você possa, por indução, aquecer o material e causar a mudança de fase. Por outro lado, elas também dão mobilidade aos robôs e a capacidade de se moverem conforme o campo magnético", acrescenta Majidi.
Prova de conceito
O robozinho usado durante os testes de laboratório tem o tamanho e a aparência de um boneco de LEGO. Com aproximadamente cinco milímetros de largura e um centímetro de altura, os cientistas usaram um campo magnético para derretê-lo e tirá-lo de trás das grades.
Além da capacidade de derreter o material, esses campos magnéticos permitem que o robô salte 20 vezes a própria altura, gire sobre si mesmo a 1.500 rotações por minuto ou consiga se mover a uma velocidade impressionante de aproximadamente um metro por segundo.
"No futuro, esse robô poderá ser usado, por exemplo, para mover objetos estranhos dentro do estômago, ou como sistema de administração de medicamentos. Nós também demonstramos que o bot pode reparar circuitos, vazando para áreas difícil acesso e agindo como solda, ou como um parafuso que ocupa um orifício em sua forma líquida, selando-o após se solidificar", encerra o Majidi.
T-1000 da vida real? Cientistas criam robô que vai do estado sólido para líquido (terra.com.br)
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