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ADSE ou seguro saúde: qual a melhor opção?


Entre aderir ou manter‑se fiel à ADSE, ou subscrever um seguro de saúde, há mais em que pensar do que apenas contas e números. Ajudamos a decidir e explicamos que fatores decisivos devem ser considerados.

29 agosto 2022
bata branca

iStock

Escolher entre ADSE ou seguro de saúde, em termos de custo, vai depender da idade do beneficiário, do salário que recebe, do número de pessoas no agregado familiar e do perfil de utilização.

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Quanto mais jovem for o beneficiário e mais o salário estiver longe da fasquia mínima, maior a probabilidade de o seguro de saúde ser mais barato do que a ADSE. Mas, havendo filhos – ou querendo tê‑los – e fazendo um consumo mais intensivo de consultas e tratamentos (idas frequentes ao dentista, por exemplo), mais a balança pende para a ADSE, cuja contribuição também abrange os filhos até aos 26 anos (desde que estejam a estudar) e exige copagamentos mais reduzidos.

As contas que fizemos para traçar os seis perfis abaixo, com o objetivo de ajudar a decidir entre aderir à ADSE ou subscrever um seguro de saúde, consoante vários fatores – sim, porque não há uma resposta única –, têm por base o desconto obrigatório para a ADSE de 3,5% sobre diferentes salários ilíquidos, bem como os prémios dos seguros de saúde que elegemos como Escolha Acertada e Melhor do Teste. São da MGEN e permitem a melhor comparação com a proteção conferida pela ADSE, pois também não têm limites de idade para se permanecer como beneficiário, nem barreiras à admissão a quem já tenha doenças ou potencial porta fechada aos clientes no final de cada anuidade, como é comum na grande maioria dos seguros de saúde.

Por via do protocolo que a DECO PROTESTE negociou com a MGEN, o plano DECO oferece aos nossos subscritores vantagens exclusivas e preços imbatíveis. É, por isso, Escolha Acertada. Aos não‑subscritores, recomendamos o MGEN Ideal, que recebeu o título de Melhor do Teste, por ter capitais mais robustos. Os prémios são, porém, mais elevados. Ambos obrigam à inclusão do agregado familiar.

As características da ADSE – como duração da proteção para a vida, capitais ilimitados, não ter preexistências e prever poucas exclusões – tornam difícil a comparação com a generalidade dos seguros de saúde. Mas difícil não significa impossível.

DURAÇÃO
CAPITAL SEGURO
PERÍODO DE CARÊNCIA
PREEXISTÊNCIAS
PREÇO
COPAGAMENTOS
REGIME LIVRE
PARCEIROS
PESSOAS SEGURAS
EXCLUSÕES
O QUE DISTINGUE OS DOIS REGIMES
ADSESEGURO DE SAÚDE
DURAÇÃOA vida toda,
sem limites de idade
Anual, renovável por igual período. Com limite de idade, exceto na MGEN
CAPITAL SEGUROSem limiteCom limite, variável por cobertura
PERÍODO DE CARÊNCIANãoSim
PREEXISTÊNCIASNãoSim, exceto na MGEN
PREÇOCorresponde ao desconto de 3,5% sobre o salário ilíquido mensal,
sempre proporcional ao rendimento
Variável em função da idade
e do plano escolhido
COPAGAMENTOSMais baixos no regime
convencionado, mais altos no regime livre. Não há franquias
Superiores, comparando com o
regime convencionado da ADSE, mas mais baixos em comparação com o regime livre. Aplicam-se franquias
REGIME LIVREReembolsos, em geral, mais baixosReembolsos, em geral, mais altos
PARCEIROSMenos parceiros aderentesMais parceiros aderentes
PESSOAS SEGURASAbrange o agregado familiar. O valor descontado não varia em função do número de pessoas beneficiáriasO prémio pago depende do número de pessoas seguras, com exceção do plano MGEN Família
EXCLUSÕESMenos. Não exclui, por exemplo,
hemodiálise e consultas de
psicologia
Mais

É fundamental também conhecer as diferenças de custos dos tratamentos, das consultas e dos exames. Tanto a ADSE como o seguro de saúde preveem um regime livre, em que o beneficiário paga o total do ato médico e depois pede o reembolso. Receberá uma percentagem do que gastou, que varia entre os dois regimes. O melhor é fazer consultas, tratamentos e exames através do regime convencionado, cujos copagamentos são mais baixos, mas também diferentes entre as duas opções. Estas diferenças ajudam a fazer contas e a chegar ao custo total de optar pela ADSE ou pelo seguro de saúde.

Consultas, tratamentos e exames
Consulta de ginecologia
Consulta de pediatria
Consulta de odontoestomatologia
Destartarização
Cesariana
Parto eutócico
(parto vaginal sem utilização de ventosa ou fórceps)
Mamografia
Colonoscopia
CONSULTAS, TRATAMENTOS E EXAMES: DIFERENÇAS DE CUSTOS
Consultas, tratamentos e examesCopagamentos ADSE no regime convencionado (€)Copagamentos dentro da rede MGEN: planos DECO (subscritores) e Ideal (não subscritores) (€)
Consulta de ginecologia518
Consulta de pediatria4,4918
Consulta de odontoestomatologia5máximo de 15 euros (pack de tratamentos convencionados) (MGEN DECO)
12,50 € por ato e franquia anual de 50 € (MGEN Ideal)
Destartarização5máximo de 15 euros (pack de tratamentos convencionados) (MGEN DECO)
12,50 € por ato e franquia anual de 50 € (MGEN Ideal)
Cesariana286,20500
Parto eutócico
(parto vaginal sem utilização de ventosa ou fórceps)
187,20500 (MGEN DECO)
250 (MGEN Ideal)
Mamografia5,4015
Colonoscopia52,50CC

Manter ou não a ADSE: o que ponderar antes de decidir

ADSE é melhor

Salário bruto de 757,01 €, dois filhos e cônjuge sem rendimentos

"José" trabalha como assistente operacional num hospital público. Recebe um salário ilíquido de pouco mais de 750 euros. Tem dois filhos, "Pedro" e "Luís", de 15 e 18 anos. A mulher, "Teresa", não trabalha. Anualmente, cabe‑lhe pagar 370,93 euros para a ADSE, cuja proteção, no seu caso, se estende a todo o agregado familiar: filhos (menores de idade ou até aos 26 anos, desde que estejam a estudar), mas também cônjuge, uma vez que "Teresa" não aufere qualquer rendimento. "José" é subscritor da DECO PROTESTE e, como tal, o plano DECO, da seguradora MGEN, com a qual temos um protocolo, oferece‑lhe vantagens exclusivas. Porém, se "José" optasse por este produto pagaria 2038,48 euros por ano pelos quatro membros da família, ou seja, bem mais de mil euros, em relação à ADSE. Se preferisse um plano com capitais mais robustos, teria a opção do MGEN Família, por 2456,43 euros anuais. Este plano é único e ideal para famílias com três ou mais pessoas. Quase nem é preciso fazer contas: a ADSE é a melhor opção para esta família.

ADSE é mais barata

Salário bruto de 1215,93 €, sem filhos

Depois de alguns anos a trabalhar no setor privado, "Ana" aceitou um contrato individual de trabalho numa instituição do Estado, posição que lhe permite inscrever‑se na ADSE. Recebe 1215,93 euros brutos e, por ano, vai contribuir com 595,81 euros para o subsistema de saúde dos trabalhadores da Administração Pública. Está indecisa entre aderir ou subscrever um seguro de saúde, uma vez que tem pouco mais de 30 anos, é saudável e não tem filhos. O que será mais barato? Ao abrigo do protocolo com a MGEN, destinado a subscritores, o plano DECO permitir-lhe-ia usufruir do seguro de saúde que consideramos Escolha Acertada (melhor relação custo‑benefício do mercado), mas, ainda assim, custar‑lhe-ia 780,45 euros por ano, mais 185 euros do que a ADSE. A diferença para o MGEN Ideal, que recebeu o título de Melhor do Teste, é ainda maior. Por este plano, "Ana" teria de pagar 1043,13 euros anuais. O custo de aderir à ADSE é assim, em comparação com os seguros MGEN, bem mais baixo.

Manter a ADSE

Salário bruto de 2006,25 €, casado, dois filhos menores

"Manuel" é professor de Matemática do ensino básico e secundário numa escola pública e ganha pouco mais de dois mil euros brutos. É casado com "Sofia", que trabalha numa empresa multinacional, e tem dois filhos menores, "Joana" e "Tiago", de 10 e 15 anos. Por ano, contribui com 983,06 euros para a ADSE. Tanto ele como os filhos estão abrangidos. A mulher beneficia de um seguro de saúde pago pela entidade patronal. Com o plano DECO, da MGEN, pagaria, por ano, 1352,14 euros, valor que o abrange a ele e aos dois filhos do casal. Ou seja, pagaria cerca de 370 euros a mais em relação à ADSE. Mas "Manuel" teria de desistir deste subsistema de saúde para aderir ao seguro, sabendo que não mais poderia voltar a inscrever‑se na ADSE, onde os copagamentos no regime convencionado são, em geral, mais baixos, entre outras vantagens. Já no que toca ao MGEN Ideal, para não‑subscritores, as contas não oferecem dúvidas, dado o valor anual mais alto deste plano: 1861,71 euros.

ADSE ou seguro de saúde: pense bem

Salário bruto de 1876,25 €, sem filhos, mas a pensar ter em breve

Está em início de carreira e recebe perto de 1900 euros ilíquidos. "Catarina" é médica numa instituição pública de saúde. A contribuição para a ADSE custa‑lhe 919,36 euros por ano. Mensalmente, é uma fatia generosa do ordenado que vai para o subsistema de saúde. Será preferível optar por um seguro de saúde? À primeira vista, sim. A subscrição do plano DECO, da MGEN, custar‑lhe‑ia menos, 679,94 euros por ano, e, pela adesão ao MGEN Ideal, pagaria quase o mesmo que paga pela ADSE, 910,84 euros. Aparentemente, a decisão é fácil de tomar e pende para a MGEN. Mas há que pensar bem. Além de o seguro de saúde aumentar de preço à medida que a idade avança, "Catarina", que vive com "João", quer ter filhos em breve. Outro fator que encarece os encargos com o seguro de saúde, se "Catarina" quiser incluir as crianças na apólice. Enquanto, na ADSE, o valor descontado não varia em função do número de beneficiários, nos seguros há que pagar um prémio por cada membro da família.

Sair da ADSE...?

Salário bruto de 3474,54 €, sem filhos

A posição de médico graduado num hospital público vale a "Luís" um ordenado à volta de 3500 brutos. Anualmente paga 1702,52 euros pela ADSE. Por viver longe de um centro urbano, cada vez mais tem deparado com dificuldades em encontrar prestadores que tenham acordo com a ADSE (regime convencionado), sobretudo na área da medicina dentária, a que tem de recorrer com frequência. Deu, assim, por si a pensar se não seria melhor optar por um seguro de saúde, cuja rede de parceiros é, por norma, maior e permite mais escolha. Contas no papel: se aderisse a um dos planos da MGEN, sobretudo ao DECO, "Luís" pagaria quase menos mil euros anuais. O custo deste seguro para si é de 780,45 euros por ano. Com o MGEN Ideal, a fatura também desce, para os 1393,74 euros. Porém, os prémios sobem com a idade. Além de que "Luís" teria de sair da ADSE, que lhe garante uma proteção para a vida. E sem limites de capital, o que não acontece com os seguros. Pensando na velhice, será o mais acertado?

Seguro de saúde é mais barato, mas...

Salário bruto de 4516,02 €, dois filhos menores, grávida do terceiro

"Leonor" é juíza e recebe 4516,02 euros brutos. Tem dois filhos, "Maria" e "António", de sete e três anos, e está à espera do terceiro. Anualmente, contribui com 2212,85 euros para a ADSE, uma fatura pesada. Se subscrevesse um dos seguros MGEN, ficaria a pagar menos. O plano DECO custar‑lhe‑ia 1352,13 euros por ano, e o MGEN Ideal 1820,41 euros para ela e para os dois filhos já nascidos. Porém, dependendo da utilização e considerando a diferença de valor dos copagamentos na ADSE e na MGEN (mais elevados), as contas finais podem dar a volta, a favor da ADSE. Basta que "Leonor", por exemplo, opte pelo MGEN Ideal e tenha uma cesariana. Aos 1820,41 euros anuais do valor do seguro some‑se o copagamento de 500 euros pela intervenção e a conta sobe para 2320,41 euros. Somem‑se também as consultas para acompanhar a gravidez, idas ao pediatra e a franquia anual do dentista e o seguro, no total, fica mais caro do que a ADSE, com o mesmo cabaz de tratamentos. Junte‑se depois uma apólice para o novo bebé e a fatura aumenta ainda mais.

Não decida só com base no custo

O facto de a ADSE, entre outras características, oferecer uma proteção para a vida (estende‑se ao pós‑reforma, portanto), não ter limites de capital nem preexistências, ao mesmo tempo que não permite que quem saia do regime volte a entrar, poderia matar à partida a discussão "ADSE ou seguro de saúde?". Mas a verdade é que, desde que a contribuição dos trabalhadores do Estado aumentou de forma mais expressiva, em 2014 – fixando‑se nos 3,5% sobre o salário mensal bruto –, que muitos dos 1 202 485 beneficiários deste subsistema de saúde questionam se não será mais barato subscrever um seguro de saúde.

Há contas que se podem fazer, e apresentamo‑las acima, mas a questão não se esgota na matemática. Mais barato não quer dizer melhor. É (porventura mais) importante que, tanto os que já beneficiam da ADSE e têm dúvidas sobre ficar ou sair, como os que não sabem se devem aderir ou não, façam a si próprios algumas perguntas. A carreira profissional vai ser no Estado? Por quantos anos? Há filhos menores ou vai haver? Quantas pessoas compõem o agregado familiar? O consumo habitual de consultas e tratamentos é intensivo?

As respostas a estas questões podem virar ao contrário as contas que dão o seguro de saúde como a opção mais barata. A ADSE não é perfeita, mas não haverá melhor. Não decida só com base em números. Há um mar de diferenças entre estes dois regimes. E isso faz a diferença. 


ADSE ou seguro de saúde: qual escolher? | DECO PROTESTE


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