Esta técnica de armazenamento de alta capacidade pode ser uma das respostas para a crescente produção de dados a nível mundial
Quando pensa em hologramas provavelmente associa o conceito a uma forma futurista de comunicação e que irá permitir uma maior proximidade entre pessoas através da internet. Mas o conceito de holograma (que na prática é uma técnica de registo de padrões de interferência de luz) permite que seja explorado noutros segmentos, como o do armazenamento de dados de alta capacidade.
A ideia de criar unidades de armazenamento holográficas não é nova – o conceito surgiu na década de 1960 –, mas está a ganhar nova vida graças aos avanços tecnológicos feitos em áreas como os sensores de imagem, lasers e algoritmos de Inteligência Artificial.
Como se guardam dados num holograma? Primeiro, a informação que queremos preservar é codificada numa imagem 2D. Depois, é emitido um raio laser que é passado por um divisor, que cria um feixe de referência (no seu estado original) e um outro que será projetado na imagem 2D e posteriormente refletido. Ambos os feixes encontram-se depois numa área específica de um meio fotossensível (como um cristal de niobato de lítio) – é o registo da interferência de luz provocada pelos dois feixes que cria uma ‘marca’ no interior do cristal.
Mudando apenas o ângulo do feixe de referência do laser, é possível codificar mais dados dentro do mesmo volume de área do cristal. Além disso, todo o restante volume do cristal pode ser ocupado com a mesma técnica, criando uma alta densidade de armazenamento. Para ler a informação de volta, basta fazer uma leitura do laser de referência, que ao passar pelo holograma irá recriar a imagem codificada – sendo depois necessário um sensor de imagem para fazer o registo dos dados.
A razão pela qual este conceito pode ser revolucionário, sobretudo aplicado à computação na nuvem, está relacionada com o facto de permitir maior armazenamento de dados por volume, uma leitura mais rápida desses dados quando comparados com os discos rígidos (HDD) e tem a particularidade de o meio de armazenamento ser facilmente apagado – basta usar luz ultravioleta –, o que significa que é um meio que permite a reescrita de dados.
Em setembro de 2019, a Microsoft revelou estar a trabalhar ativamente neste novo conceito de armazenamento através do Project HSD, de Holographic Storage Device.
É importante porque
Em 2024, estima-se que a produção anual de dados ronde os 125 zetabytes a nível global. O armazenamento holográfico surge como uma alternativa de preço acessível e de melhor performance do que os HDD para fazer o registo temporário de dados
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