Gigante automóvel alemão quer transformar-se em "New Auto", com cada vez mais aposta em software e em veículos elétricos.
Volkswagen ID.3 é o primeiro modelo de larga produção totalmente elétrico. © JENS SCHLUETER / AFP
Portugal está fora da lista de localizações das fábricas de baterias do grupo Volkswagen. O fabricante automóvel alemão escolheu Espanha como a localização da unidade produtiva da Europa Ocidental, segundo o anúncio feito esta terça-feira numa apresentação da estratégia até 2030. O gigante de Wolfsburgo quer transformar-se em "New Auto" e apostar cada vez mais em soluções de software e em veículos elétricos.
Há quatro meses, o presidente executivo do grupo Volkswagen, Herbert Diess, tinha colocado Portugal como uma das potenciais localizações para a fábrica de baterias na Europa Ocidental, a par de Espanha e de França.
A escolha recaiu sobre Espanha, que também terá uma unidade de produção de automóveis totalmente elétricos a partir de 2025. A decisão final depende dos subsídios do governo de Pedro Sánchez, que na segunda-feira apresentou um plano estratégico para a mobilidade elétrica.
Cada fábrica de baterias na Europa terá uma capacidade de produção de 40 gigawatt/hora. As seis unidades, no conjunto, poderão produzir cerca de 240 gigawatt/hora por ano.
Antes disso, o grupo Volkswagen vai ter outras duas fábricas de baterias em operação: a primeira estará localizada na Suécia e será posta a funcionar em 2023; a segunda ficará na Alemanha e poderá começar a produzir baterias a partir de 2025.
"New Auto"
Até 2015 e à revelação da fraude de 11 milhões de automóveis a gasóleo, o grupo Volkswagen afirmava-se com o slogan "Das Auto". Seis anos depois, a estratégia para 2030 obriga a criar uma nova identidade: "New Auto", criada para uma indústria automóvel cada vez mais automatizada, com menos emissões em toda a cadeia de valor e com cada vez mais diferenciação pela tecnologia do que pelo número de chassis.
Até 2030, o grupo VW pretende reduzir em 30% os impactos no ambiente da produção de carros. Em 2040, praticamente todos os novos carros nos principais mercados serão zero emissões. A Volkswagen pretende neutralizar as emissões, o mais tardar, até 2050.
Os carros elétricos irão crescer rapidamente ao longo desta década: até 2025, vão ter vendas a par com as unidades a gasolina e a gasóleo; em 2030, os veículos sem emissões vão representar metade das receitas do grupo Volkswagen.
Os veículos de combustão interna terão uma quebra na faturação de mais de 20% ao longo da década muito por culpa da nova norma de emissões Euro 7, que irá implicar mais investimento para emitir menos dióxido de carbono; os governos também vão penalizar cada vez mais soluções de combustão interna em detrimento dos elétricos.
Do lado da tecnologia, a Volkswagen vai apostar em serviços de mobilidade baseados em condução autónoma a partir de 2025 na Europa e que já estão a ser testados na cidade alemã de Hamburgo. A mobilidade como serviço deverá valer 70 mil milhões de dólares (59 mil milhões de euros) até 2030 nos cinco maiores mercados europeus, estima a fabricante.
O grupo alemão pretende ainda unificar as plataformas em que assentam os automóveis. A partir de 2026, os veículos elétricos estarão assentes numa só base, que depois será adaptada conforme as marcas e segmentos de mercado. A diferenciação de produto será cada vez mais baseada na tecnologia oferecida aos condutores e utilizadores dos veículos.
Por Diogo Ferreira Nunes em:
https://www.dinheirovivo.pt/empresas/volkswagen-afasta-portugal-da-fabrica-de-baterias-13933865.html
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