Avançar para o conteúdo principal

Venda de seguros de saúde atingiu os mil milhões nos primeiros 10 meses de 2022


José Galamba de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Seguradores © Lusa


 Negócio caiu 6,5% face ao mesmo período de 2021. Custos com os sinistros cresceram, em termos homólogos, 10,5%, para 700 milhões de euros.


A produção de prémios dos seguros de saúde atingiu mil milhões de euros nos primeiros 10 meses deste ano, disse esta terça-feira o presidente da Associação Portuguesa de Seguradores, José Galamba de Oliveira, aproximando-se do valor global de 2021.


A venda desta tipologia de seguros registou em 2021 o valor mais elevado de sempre ao passar pela primeira vez a barreira dos mil milhões de euros, patamar que este ano foi registado em outubro, traduzindo uma subida de 10,8% face ao período homólogo.


Os custos com os sinistros associados aos seguros de saúde também tiveram um acréscimo homólogo a dois dígitos, aumentando 10,5%, para 700 milhões de euros.


Estes dados foram avançados esta terça-feira por José Galamba de Oliveira num encontro com jornalistas no âmbito dos 40 anos da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), que apontou que a maior procura de serviços de saúde (exames e consultas) após alguma retração registada nos dois anos da pandemia, como uma das principais causas da subida dos custos com sinistros no âmbito destes seguros.


Atualmente, o número de pessoas abrangidas por seguros de saúde em Portugal ronda os 3,2 milhões.


No conjunto dos principais ramos de seguro não vida (automóvel, saúde, acidentes de trabalho e incêndios e outros danos), apenas a produção dos prémios de seguro de saúde registou um aumento homólogo a dois dígitos nestes primeiros 10 meses de 2022.


Os números globais indicam que a venda de seguros atingiu os 9,8 mil milhões de euros até outubro, caindo 6,5% face ao mesmo período de 2021, com os ramos vida e não vida a registarem evoluções distintas.


Assim, a produção de seguros do ramo vida caiu 16,9% em termos homólogo, para 4,87 mil milhões de euros, enquanto do lado o ramo não vida se registou um acréscimo homólogo de 6,7%, para 4,97 mil milhões de euros.


Do lado dos custos -- na sequência de reembolsos de produtos financeiros e de custos com sinistros -, estes que atingiram os 8 mil milhões de euros nos primeiros 10 meses deste ano, o ramo vida registou uma quebra de 25% (para 5,2 mil milhões de euros) enquanto o não vida avançou 8,3%, para 2,8 mil milhões de euros.


A contribuir para a quebra a produção do ramo vida, está a quebra observada nas subscrições de produtos financeiros, como os Planos de Poupança Reforma (PPR).


Do lado dos reembolsos, o valor até outubro deste ano é inferior ao registado no mesmo período de 2021 (306 milhões contra 1.056 milhões de euros), mas o setor quer atrair mais poupança e está a lançar "novos produtos de capital garantido para tentar captar algum deste capital dos seguros que se vão vencendo", segundo José Galamba de Oliveira.


Já do lado dos custos, José Galamba de Oliveira salientou, no ramo não vida, os associados ao automóvel, onde os custos de reparação estão a aumentar, refletindo a subida da inflação, mas também a disrupção das cadeias de produção.


Perante a chegada de um novo ano em que se perspetiva que os níveis de inflação continuem historicamente elevados, o presidente da APS refere ser "expectável que alguma coisa aconteça em termos de incremento [de preços]", sublinhando porém que tal dependerá da carteira de apólices das diferentes seguradoras.


"Os custos que estão a crescer", o que coloca "alguma pressão nas seguradoras", disse, admitindo que o ramo automóvel será um dos mais pressionados.


Durante este encontro, o responsável da APS salientou ainda a importância de que deveria ser obrigatória a cobertura do condutor nos seguros automóvel, já que 60% dos acidentes causam danos no condutor.


A APS considera ainda, no âmbito das alterações climáticas, e tendo em conta que a 'protection gap' (diferença entre o nível de perdas seguro e não seguro) é em Portugal superior à média global de 70%, devia haver contratação obrigatória da cobertura de fenómenos sísmicos em seguros de incêndios e multirriscos.


Venda de seguros de saúde atingiu os mil milhões nos primeiros 10 meses de 2022 (dinheirovivo.pt)


Comentário do Wilson:

Apenas 2 milhões de portugueses pagam IRS, o restante não tem rendimentos suficientes sendo que o IRS que descontam nos seus parcos rendimentos acaba por ser devolvido no final do ano.

Seria de esperar que o número de portugueses a trocar o SNS por um seguro de saúde fosse inferior a estes 2 milhões pois os restantes não teriam dinheiro suficiente para ter este "luxo".

Este artigo mostra que afinal o número de portugueses com seguro de saúde é de 3.2 milhões de pessoas, superior aos 2 milhões que conseguem pagar IRS.

isto diz tudo sobre o SNS actual que obriga os portugueses a ter seguro de saúde mesmo que não tenham rendimentos para isso. Ter seguro de saúde passou a ser uma necessidade que é necessário adquirir com sacrifício financeiro.

Quando uma figura pública diz que prefere ser tratado no SNS isso não demagogia apesar destes números (ou talvez seja demagogia, mas o que quero dizer é que pode não ser mentira), o que acontece é que eles são bem tratados no SNS precisamente porque são figuras públicas ou porque têm o poder da cunha.

Quem não tem o poder da cunha ou compra um seguro de saúde ou é tratado como gado para abate.



Comentários

Notícias mais vistas:

Foi aprovado a descida de tarifas na mobilidade elétrica

 A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) desceu as tarifas aplicadas aos comercializadores de eletricidade para mobilidade elétrica e aos operadores de pontos de carregamento em 37,1%, tendo os detentores de pontos de carga uma redução de 61,7%, segundo avançado pela imprensa. Num comunicado, citado pela imprensa, a Mobi.E, Entidade Gestora da rede de Mobilidade Elétrica (EGME) informou que, a partir do dia 1 de janeiro, a tarifa aplicável aos Comercializadores de Eletricidade para a Mobilidade Elétrica (CEME) e aos Operadores de Pontos de carregamento (OPC) vai baixar 37,1%. Por sua vez, os valores a aplicar aos Detentores de Pontos de Carregamento (DPC) "serão reduzidos de forma ainda mais acentuada", em 61,7%. A decisão foi anunciada recentemente pela ERSE. Segundo o comunicado, no próximo ano, "a tarifa EGME a suportar, tanto por CEME como OPC por cada carregamento efetuado na rede nacional de carregamento será de 0,1572 euros, quando, em 2024, o valor ...

Tem ADSE? Reembolsos por consultas vão aumentar em 2025

 Contas da ADSE indicam que estas mudanças têm um valor estimado de “aproximadamente 11,2 milhões de euros anuais”. Tem ADSE? Reembolsos por consultas vão aumentar em 2025 A ADSE avançou com mudanças para dar mais benefícios em 2025, nomeadamente um limite aos custos suportados com cirurgias no regime convencionado, um aumento dos reembolsos pagos pelas consultas no regime livre e a revisão de alguns preços. Segundo um comunicado publicado, esta terça-feira, na página do subsistema de saúde dos funcionários públicos, "estas mudanças refletem o empenho permanente da ADSE I.P. na garantia de acesso a cuidados de saúde mais inovadores, vantajosos e equitativos, mesmo em momentos de maior desafio". A ADSE destaca a redução dos encargos para os beneficiários com estas mudanças, que é "estimado em aproximadamente 11,2 milhões de euros anuais, bem como o aumento médio de 6% nos valores pagos aos prestadores na Tabela do Regime Convencionado". Entre as principais medidas, d...

Governo aprova aumentos salariais para a função pública que fica com base remuneratória nos 878,41 euros em 2025

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, intervém durante o briefing de conclusão após a reunião do Conselho de Ministros, no Campus XXI em Lisboa, 05 de dezembro de 2024, TIAGO PETINGA/LUSA  O Governo aprovou, no Conselho de Ministros desta quarta-feira, os aumentos salariais para a função pública em 2025, que tinham já sido acordados com os sindicatos. O Governo aprovou esta quarta-feira em Conselho de Ministros a atualização salarial para a função pública em 2025. Assim, no âmbito do acordo já concretizado com estruturas sindicais, o salário mínimo na função pública passará para 878,41 euros, face aos 821,83 euros em vigor. Foi ainda aprovado o aumento de, pelo menos, 56,58 euros para vencimentos brutos mensais de até 2.630 euros e de 2,15% para salários superiores. “Um aumento superior ao que estava previsto pelo governo anterior”, salienta António Leitão Amaro, na conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Ministros. Foi também aprovado o aumento de 5% nas a...