Cinco pessoas foram detidas na sequência das buscas que foram feitas no Ministério da Defesa. Em causa estão vários ajustes diretos, como as obras de hospital militar de Belém.
A Polícia Judiciária (PJ), através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, procedeu esta terça-feira à realização de 59 mandados de busca, dos quais 29 foram buscas domiciliárias e 30 buscas não domiciliárias, visando a recolha de elementos probatórios complementares e relacionados com suspeitas de práticas criminosas no exercício de funções públicas, sob investigação, que resultaram em cinco detenções, uma das quais Alberto Coelho, um alto quadro do Estado que durante seis anos liderou a Direção-geral de Recursos da Defesa Nacional, revela a CNN Portugal.
De acordo com a estação, o caso que levou à detenção de Alberto Coelho estará relacionado com as obras de remodelação do Hospital Militar de Belém, em Lisboa, que custaram ao Estado 3,2 milhões de euros, face aos 750 mil inicialmente previstos. A derrapagem foi revelada por uma auditoria da Inspeção Geral da Defesa Nacional (IGDN), que visou a atuação de Alberto Coelho, ao notar a “ausência de competência (…) para autorizar a despesa”, entre outros aspetos.
Há outros detidos, dois outros altos quadros da Defesa, nesta operação Tempestade Perfeita, que se desenvolveu em Lisboa, Porto, Alter do Chão, Almada e Comporta.
De acordo com a PJ, foram executados cinco mandados de detenção fora de flagrante delito e à constituição de 19 arguidos. Fonte policial adiantou à agência Lusa que "não há militares entre os 19 arguidos" deste processo.
Entretanto, num outro comunicado, o Ministério da Defesa Nacional confirmou a presença da Polícia Judiciária e do Ministério Público nas suas instalações, na Direção Geral de Recursos da Defesa Nacional, no âmbito de averiguações a atos praticados entre 2018 e 2021.
"Está em causa uma investigação criminal cujo objeto visa apurar da eventual prática, entre o mais, de crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, participação económica em negócio, abuso de poder e branqueamento, ilícitos relacionados com adjudicações efetuadas, por parte de Organismo da Administração Central, a diversas empresas, as quais lesaram o Estado português em muitos milhares de euros", lê-se no comunicado da PJ.
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