Avançar para o conteúdo principal

Nova associação para a mobilidade elétrica propõe fim da obrigatoriedade da Mobi.E



A Associação para a Modernização da Mobilidade Elétrica (AMME) assume como objetivo principal “simplificar a mobilidade elétrica em Portugal”


Nasceu uma nova associação para defender os interesses dos utilizadores dos veículos elétricos. Via comunicado, a AMME fez saber que pretende “promover a simplificação pragmática do atual modelo de carregamento de veículos elétricos, e trazer clareza e transparência na utilização destas viaturas ao dia-a-dia dos utilizadores portugueses”.


Como primeira iniciativa, a AMME propõe o fim do regulamento atual, que obriga a ligação dos postos públicos para carregamento de veículos elétricos à rede Mobi.E, a entidade gestora da rede. Recorde-se que em Portugal cabe à Mobi.E gerir os dados relacionados com os carregamentos em postos de acesso público, o que significa que é esta a entidade que, por exemplo, comunica os consumos registados nos postos aos Comercializadores de Energia para a Mobilidade Elétrica (CEME). Deste modo é garantido que os utilizadores possam usar qualquer CEME contratado (via cartão ou app) em qualquer posto da rede – muitas vezes é feita a comparação com o sistema Multibanco, onde todos os cartões bancários podem ser usados em todas as caixas ATM da rede, independentemente do banco que emite o cartão ou do detentor da caixa ATM.


No entanto, os críticos do sistema vigente, como é o caso da AMME, consideram que a obrigatoriedade da ligação à Mobi.E limita a concorrência e o aparecimento de outros fornecedores. No comunicado, a AMME defende que “quem queira vender energia para carregamento de veículos elétricos possa utilizar uma infraestrutura própria para o fazer, nomeadamente os seus próprios sistemas de autenticação, carregamento e pagamentos, sem ter que cumprir com a atual integração obrigatória à Entidade Gestora da Mobilidade Elétrica (EGME).”


A nova associação descreve o que considera ser os dois principais problemas do sistema vigente, que obriga a ligação dos postos de acesso público à Mobi.E:


“Um utilizador de veículos elétricos não tem forma de conseguir saber quanto vai pagar no seu carregamento antes de o efetuar, sem recorrer a aplicações móveis de auxílio que simulam – mesmo assim sem precisão absoluta – o custo desse carregamento; um promotor que queira instalar uma solução de carregamentos de veículos elétricos específica para o seu contexto comercial (um conjunto de marcas de carros, uma oferta complementar de superfícies comerciais, ou uma comunidade local de produção de energia) não o consegue fazer sem ligar à EGME/Mobi.e, e, portanto, não conseguir diferenciar preços ou oferecer um preço claro e final aos seus utilizadores”.


As propostas

Para resolver os “problemas” indicados, a AMME propõe: “por um lado promover a liberdade de escolha de origem da energia na Mobilidade Eléctrica (que neste momento tem que ser comprada a um Comercializador do Setor Energético, o que inibe a autoprodução local de energia para vender em carregamentos), e por outro lado uma redefinição clara da classificação dos espaços que têm postos de carregamento e suas obrigações não apenas de acordo com a sua localização, mas sobretudo de acordo com a sua finalidade”.


Hugo Pinto, porta-voz da AMME e um dos administradores do Clube Tesla Portugal, garantiu que “vamos a partir de hoje trabalhar para reforçar a massa crítica que garante a nossa representatividade, e promover ativamente a mudança arquitetónica do modelo da Mobilidade Elétrica, comprometendo-nos a apresentar, atempadamente, uma proposta holística de alteração legislativa do Decreto Lei 39/2010”, adicionando “Acreditamos na Cidadania Ativa, e numa aproximação construtiva para mudar a lei, mas tampouco nos coibiremos de recorrer a medidas de maior visibilidade pública se nos virmos a tal obrigados.”


O nascimento da AMME terá resultado, pelo menos em parte, de uma sondagem que decorreu na página de Facebook do Tesla Clube Portugal, onde se perguntou aos seguidores da página se estavam de acordo com o modelo atual (Mobi.E). Recorde-se que a Tesla é diretamente afetada pela regulamentação nacional, já que tem uma rede própria, os conhecidos Superchargers, que não funciona ligada à Mobi.E – uma realidade que estará a atrasar a instalação de mais estações de supercarregadores Tesla em Portugal.


https://visao.sapo.pt/volt/2022-02-20-nova-associacao-para-a-mobilidade-eletrica-propoe-fim-da-obrigatoriedade-da-mobi-e/

Comentários

Notícias mais vistas:

Esta cidade tem casas à venda por 12.000 euros, procura empreendedores e dá cheques bebé de 1.000 euros. Melhor, fica a duas horas de Portugal

 Herreruela de Oropesa, uma pequena cidade em Espanha, a apenas duas horas de carro da fronteira com Portugal, está à procura de novos moradores para impulsionar sua economia e mercado de trabalho. Com apenas 317 habitantes, a cidade está inscrita no Projeto Holapueblo, uma iniciativa promovida pela Ikea, Redeia e AlmaNatura, que visa incentivar a chegada de novos residentes por meio do empreendedorismo. Para atrair interessados, a autarquia local oferece benefícios como arrendamento acessível, com valores médios entre 200 e 300 euros por mês. Além disso, a aquisição de imóveis na região varia entre 12.000 e 40.000 euros. Novas famílias podem beneficiar de incentivos financeiros, como um cheque bebé de 1.000 euros para cada novo nascimento e um vale-creche que cobre os custos da educação infantil. Além das vantagens para famílias, Herreruela de Oropesa promove incentivos fiscais para novos moradores, incluindo descontos no Imposto Predial e Territorial Urbano (IBI) e benefícios par...

"A NATO morreu porque não há vínculo transatlântico"

 O general Luís Valença Pinto considera que “neste momento a NATO morreu” uma vez que “não há vínculo transatlântico” entre a atual administração norte-americana de Donald Trump e as nações europeias, que devem fazer “um planeamento de Defesa”. “Na minha opinião, neste momento, a menos que as coisas mudem drasticamente, a NATO morreu, porque não há vínculo transatlântico. Como é que há vínculo transatlântico com uma pessoa que diz as coisas que o senhor Trump diz? Que o senhor Vance veio aqui à Europa dizer? O que o secretário da Defesa veio aqui à Europa dizer? Não há”, defendeu o general Valença Pinto. Em declarações à agência Lusa, o antigo chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, entre 2006 e 2011, considerou que, atualmente, ninguém “pode assumir como tranquilo” que o artigo 5.º do Tratado do Atlântico Norte – que estabelece que um ataque contra um dos países-membros da NATO é um ataque contra todos - “está lá para ser acionado”. Este é um dos dois artigos que o gener...

Armazenamento holográfico

 Esta técnica de armazenamento de alta capacidade pode ser uma das respostas para a crescente produção de dados a nível mundial Quando pensa em hologramas provavelmente associa o conceito a uma forma futurista de comunicação e que irá permitir uma maior proximidade entre pessoas através da internet. Mas o conceito de holograma (que na prática é uma técnica de registo de padrões de interferência de luz) permite que seja explorado noutros segmentos, como o do armazenamento de dados de alta capacidade. A ideia de criar unidades de armazenamento holográficas não é nova – o conceito surgiu na década de 1960 –, mas está a ganhar nova vida graças aos avanços tecnológicos feitos em áreas como os sensores de imagem, lasers e algoritmos de Inteligência Artificial. Como se guardam dados num holograma? Primeiro, a informação que queremos preservar é codificada numa imagem 2D. Depois, é emitido um raio laser que é passado por um divisor, que cria um feixe de referência (no seu estado original) ...